O sojicultor brasileiro está planejando o plantio da safra 2021 de soja, da qual já comercializou aproximadamente 50%, no que fez muito bem, conforme já falamos aqui várias vezes, porque aproveitou o dólar mais elevado do que provavelmente estará quando colher,fixando seu lucro que chegou a 54%.

Antes disso, porém, ainda falando da safra 2019/20, o Rio Grande do Sul já está importando soja dos estados do MT e do MS para compensar a perda de quase 40% na colheita. Com o dólar alto, não acreditamos que haja alguma possibilidade de importação de fora do país, embora nada esteja descartado num mercado totalmente imprevisível, como o que estamos vivendo.

Mas, com duas quedas seguidas de preço alguns agricultores se perguntam: e agora, o que eu faço?

Os pontos essenciais que afetam o mercado da soja no Brasil são as relações EUA-China, de um lado e o andamento da economia brasileira e mundial, de outro, que vai afetar o dólar, principal fator de formação de preço no Brasil de hoje.

Se os chineses se acertarem com Trump, como parecia que iria ocorrer no início desta semana, a tendência é de Chicago subir, mas os prêmios da soja brasileira caírem, como também ocorreu durante a semana. Mesmo assim, os preços da soja brasileira permaneceram competitivos na China. As compras nos EUA foram feitas prioritariamente pelas estatais chinesas, enquanto as indústrias privadas preferiram comprar no Brasil.

Um dado muito importante e pouco mencionado foi que o frete marítimo caiu US$ 4,50/tonelada, para US$ 19,50/t na rota Santos/Qingdao, norte da China, enquanto que caiu apenas US$ 0,75/tonelada, para US$ 29,25 na rota Nova Orleans/Qingdao da soja americana, favorecendo a rota brasileira, segundo informações da Platts.

Com relação ao dólar, ele manteve uma tendência de alta durante a semana e se acercou perigosamente de R$ 6,00, devendo atingi-lo na próxima semana, diante dos fortes problemas que assolam a economia mundial, com grossos respingos sobre a economia brasileira, também afetada pelos ruídos internos, que não deverão cessar a curto prazo.

Por isto, acreditamos que os preços da soja se manterão elevados, embora altas maiores dependam mais de fatores externos ou do clima. No Rio Grande do Sul, porém, os preços com certeza se manterão próximos ou um pouco acima dos R$ 110,00/saca no interior diante da quebra da safra, que está provocando a importação de outros estados.



Fonte: T&F Agroeconômico

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