O ritmo de colheita avançou significativamente, favorecido pela manutenção de condições climáticas estáveis, como dias ensolarados, tempo seco e ausência de precipitações, proporcionando a adequada execução da operação, assim como da logística de transporte. A colheita das lavouras semeadas em novembro e início de dezembro já foi finalizada, e os produtores aguardam a maturação plena das áreas implantadas a partir de meados de dezembro para realizar a operação.

A área colhida atinge 88%, persistindo certa desuniformidade na maturação das lavouras, embora se observe melhora na qualidade dos grãos colhidos nas últimas semanas.

Após aproximadamente três semanas de precipitações escassas, a umidade dos grãos reduziu-se rapidamente, situando-se entre 12% e 13%, beneficiando o processo de debulha natural tanto nas lavouras quanto no molinete das máquinas colhedoras. Como medida de mitigação de perdas, os produtores têm estendido os turnos de colheita até o início da noite ou contratado serviços terceirizados, visando diminuir os riscos decorrentes de eventuais períodos chuvosos, que comprometeriam a qualidade do produto em campo.

Entre as lavouras remanescentes, 11% encontram-se em estágio de maturação fisiológica (R8) e 1% ainda em enchimento de grãos (R5).

Nas regiões onde ocorreu a redução na produção em função da estiagem, algumas áreas arrendadas para o cultivo de soja estão sendo objeto de renegociação, com ajustes nas condições contratuais, incluindo a concessão de descontos nos valores de arrendamento.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, a colheita aproxima-se do final. Em Alegrete, 80% dos 115.000 hectares cultivados foram colhidos. As produtividades têm oscilado entre 300 e 600 kg/ha, sendo levemente superior nas lavouras implantadas tardiamente, que atingem até 1.200 kg/ha. Em Santa Margarida do Sul, persistem os relatos de baixos rendimentos. A média dos 45.000 hectares cultivados está estimada em 510 kg/ha, o que representa quebra de 83% em relação à expectativa inicial. Em Maçambará, a colheita alcança 85%, e a redução está estimada em 60% do potencial inicial. A formação de orvalho tem elevado o teor de umidade das plantas, restringindo o início das operações de colheita aos períodos mais quentes do dia. Em Itaqui, foram colhidos 83% dos 40.000 hectares implantados. As melhores médias registradas chegam a 1.500 kg/ha; no entanto, predominam áreas com rendimentos em torno de 480 kg/ha. Algumas lavouras com produtividade estimada abaixo de 180 kg/ha foram abandonadas devido à inviabilidade econômica da colheita.

Na Campanha, a colheita avançou rapidamente, mas alcança área menor que a Região Oeste. A maior proporção colhida está em Caçapava do Sul, onde chega a 80% dos 40.000 hectares implantados. As lavouras mais tardias têm apresentado melhor desempenho, e as produtividades alcançam até 2.400 kg/ha nas áreas de maior potencial, embora persistam registros de médias inferiores a 500 kg/ha. Em Candiota, Aceguá e Bagé, a colheita alcança 50%, mantendo-se a ampla variação nos rendimentos. As precipitações registradas em Caçapava do Sul e Lavras do Sul, em 27/04, tendem a minimizar os prejuízos associados à baixa umidade dos grãos. Os produtores relatam resultados satisfatórios com o uso de insumos biológicos no manejo de doenças e insetos ao custo médio de R$ 180,00/ha, inferior ao das alternativas químicas. As lavouras têm sido conduzidas com monitoramento técnico adequado, sendo efetuadas em média duas aplicações de fungicidas. Algumas áreas de semeadura tardia ainda registram elevada incidência de percevejos.

Na de Caxias do Sul, a colheita encontra-se em fase final, passando de 90%. Observase acentuada variabilidade na produtividade, cujas médias alcançam 4.200 kg/ha em zonas de melhor rendimento. Contudo, em regiões impactadas pela estiagem, a produtividade está próxima a 1.800 kg/ha.

Na de Erechim, 98% foram colhidos. Estima-se que as perdas decorrentes da escassez de chuvas superem 30% da produção inicialmente prevista. A comercialização segue em ritmo incipiente, aguardando a elevação nos preços.

Na de Federico Westphalen, a colheita alcançou 98%. A produtividade média obtida permanece em 2.425 kg/ha, representando redução de aproximadamente 30% da projetada. Resta 1% em maturação e 1% em enchimento de grãos.

Na de Ijuí, a colheita evoluiu pouco e atingiu 96%. As lavouras cultivadas no período recomendado foram integralmente colhidas, restando apenas aquelas implantadas após a colheita do milho para silagem ou grão. A produtividade obtida está ligeiramente superior a 2.100 kg/ha. Nas áreas irrigadas, as lavouras em segundo cultivo apresentam potencial produtivo estimado em 2.400 kg/ha. Já as áreas em sequeiro demonstram menor potencial, reflexo da limitação hídrica durante o ciclo. A cultura está em adequado estado fitossanitário, e há baixa incidência de ferrugem-asiática.

Na de Passo Fundo, 99% das lavouras foram colhidas, e as restantes estão maduras por colher.

Na de Pelotas, a colheita evoluiu de 48% para 56%, favorecida pelo tempo seco. As lavouras em maturação representam 40%, e 4% estão em enchimento de grãos. As produtividades continuam apresentando ampla variabilidade entre as lavouras.

Na de Santa Rosa, a colheita prosseguiu em ritmo acelerado, alcançando 88%. Estão 3% das lavouras em fase de enchimento de grãos — que correspondem, em sua maioria, ao cultivo safrinha —, e 9% maduras. A produtividade apresenta elevada variabilidade regional, e houve revisão negativa nas estimativas iniciais que supera 50%. A amplitude de rendimento varia de 480 a 2.520 kg/ha, refletindo a heterogeneidade das chuvas, a capacidade de infiltração dos solos e o nível tecnológico adotado pelos produtores.

Na de Soledade, no Alto da Serra do Botucaraí e Centro Serra, a colheita está próxima da conclusão, restando apenas algumas lavouras tardias. No Baixo Vale do Rio Pardo, ainda há área significativa a ser colhida. A escassez de precipitações, na segunda quinzena de fevereiro e na maior parte de março (chuvas expressivas somente no dia 27/03), impactou as lavouras, resultando em ciclo encurtado, redução no tamanho dos grãos e aumento nas perdas, o que contribuiu para a diminuição da média de produtividade regional. Atualmente, 7% das lavouras encontram-se em maturação fisiológica ou estão maduras, e 93% da área foi colhida.

Comercialização (saca de 60 quilos)

O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, reduziu 2,82%, quando comparado à semana anterior, de R$ 127,24 para R$ 123,65.

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Fonte: Emater RS



 

FONTE

Autor:Informativo Conjuntural 1865

Site: Emater/RS

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