O retorno das chuvas em todo o Estado, com volumes expressivos, embora variáveis, foi importantíssimo para o desenvolvimento das lavouras, principalmente para as áreas em
estádio reprodutivo. Entre as fases, 34% estão em floração, 47% em enchimento de grãos, e 3% entraram em floração. As temperaturas mais amenas, após as chuvas, também foram favoráveis à cultura, que sofria com os dias quentes de períodos anteriores.
Na maioria das regiões, seguem intensas as aplicações de fungicidas para a prevenção
e controle da ferrugem-asiática. Os produtores utilizam inseticidas para o controle de pragas na mesma aplicação Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Campanha, os produtores de Aceguá aproveitam as condições de umidade para efetuar a aplicação de dessecante nas lavouras estabelecidas em janeiro, que apresentavam grande infestação de plantas daninhas.
Em Hulha Negra, Candiota e Bagé, o período de calor com chuvas mais espaçadas favoreceu o desenvolvimento de populações de tripes e de ácaros em algumas lavouras. Também são frequentes os relatos de ataques de lagarta nas lavouras da região, inclusive em cultivares Intacta, o que surpreende os produtores que confiam na resistência genética como única forma de manejo e, assim, não realizam monitoramento periódico com pano de batida.
Diferente de outras regiões do Estado, o monitoramento de doenças indica baixa presença de ferrugem-asiática nas lavouras, o que está levando alguns produtores a aumentar significativamente o intervalo entre as aplicações para mais de três semanas. De maneira geral, as lavouras mais adiantadas, estabelecidas em outubro e novembro, que se encontram em fase de enchimento dos grãos, apresentam potencial produtivo entre 2.400 e 2.700 kg/ha.
Para as lavouras implantadas entre dezembro e janeiro, ainda ocorrem o crescimento e a fase inicial de floração, que dependem de chuvas regulares pelo menos nos próximos 70 dias. Porém, o potencial produtivo dessas lavouras provavelmente não deve superar os índices das áreas implantadas na primeira época de plantio devido ao porte baixo das plantas, à maior pressão de doenças e pragas, e à ocorrência de muitas falhas no estande. Na Fronteira Oeste, em Maçambará, as chuvas registradas em 13/02 proporcionaram a retomada do desenvolvimento das lavouras.
Contudo, o estresse sofrido durante 20 dias sem precipitações causou o abortamento de flores e quedas de folhas no terço inferior das plantas, refletindo em redução no potencial produtivo. As primeiras lavouras estabelecidas já receberam a terceira aplicação de fungicida, e a presença de lagarta-desfolhadora tem exigido a utilização de inseticidas na mesma aplicação dos produtos para controle da ferrugemasiática. Em Manoel Viana, as chuvas registradas nas lavouras em áreas arenosas melhoraram o aspecto da cultura. Os produtores mantêm monitoramento intensivo da ferrugem devido à incidência da doença desde dezembro no município e, com a volta das chuvas, as condições de proliferação são mais favoráveis.
Na de Caxias do Sul, o retorno das chuvas possibilitou às lavouras a recuperação do aspecto visual e do desenvolvimento, mantendo boa expectativa de rendimento. As práticas culturais do momento são a aplicação de inseticidas e de fungicidas, visando à prevenção e ao controle de pragas e de doenças.
Na de Erechim, mais de 246 mil hectares foram implantados. A soja é a cultura de maior
importância econômica na região. As lavouras estão totalmente em fase de floração e enchimento de grãos. As chuvas periódicas beneficiam a cultura. A safra segue dentro da normalidade, exceto pela incidência de ferrugem, que está intensa.
Na de Frederico Westphalen, a cultura continua evoluindo; 50% das áreas estão em formação de grãos. A cultura foi beneficiada pelas chuvas expressivas e bem distribuídas do período. Em relação ao manejo fitossanitário, o retorno de chuvas, quase diariamente, e o grande índice de área foliar das plantas exigiram dos produtores maior atenção à ferrugem asiática, pois esse cenário dificulta a deposição de fungicidas no baixeiro da cultura.
Na de Ijuí, os cultivos foram beneficiados pelo retorno das precipitações, que estancaram os sintomas de déficit hídrico, possibilitando o retorno completo da turgescência das plantas e a interrupção do amarelecimento e da queda das folhas. Entraram em maturação 9% das lavouras. As áreas em fase final de enchimento de grãos recuperaram o desenvolvimento dos grãos, mas começam a demonstrar falhas de enchimento nas vagens.
Observa-se, nas lavouras em início de formação de vagens, uma redução do potencial produtivo, em função do número de vagens, sendo melhor avaliada nos próximos dias. Houve aumento da pressão de ferrugem-asiática em todas as lavouras e sintomas de infecção dessa doença nas folhas baixeiras. Os produtores estão intensificando a aplicação de fungicidas para garantir o controle da ferrugem ou impedir o seu avanço.
Na de Passo Fundo, 25% da área está em floração, e 75% em formação de vagem. A ocorrência de doenças, associada à falta de chuvas das semanas anteriores, poderá acarretar perdas na produtividade da soja.
Na de Pelotas, as precipitações de 11 a 17/02 foram importantes para o pleno desenvolvimento das plantas. Essas chuvas encerraram o período de déficit de umidade nos solos e de clima muito quente e seco, que já estava impactando no estabelecimento dos tetos de produtividade das lavouras. Muitas lavouras estão em pleno enchimento de grãos, o que permitirá seu processo completo, resultando em grãos mais pesados e em plantas com maior número de vagens, assim refletindo em bons índices de produtividade. Continuam os tratamentos fitossanitários, principalmente os manejos de pragas e doenças. O estadosanitário das lavouras permanece dentro da normalidade, mas os produtores estão em alerta para surtos de pragas nas lavouras.
Na de Porto Alegre, em Sentinela do Sul, a maioria das lavouras estão em floração e formação de vagens. No geral, as lavouras estão bem desenvolvidas, pois não faltou umidade no solo durante o período vegetativo da cultura.
Na de Santa Maria, a maioria das lavouras encontram-se em fase reprodutiva. Mais de 60% estão em enchimento de grão, e em torno de 5% em maturação fisiológica. Os produtores estão alertas em relação à pressão das doenças fúngicas, pois as condições de umidade e calor são favoráveis ao desenvolvimento dos fungos.
Na de Santa Rosa, dos mais de 800 mil hectares na safra, a estimativa inicial de produtividade era de 3.321 kg/ha. Porém, devido ao período seco com temperaturas elevadas, ocorridas no final de janeiro e em fevereiro, houve perdas nos cultivos. O percentual de perda pode chegar a 12% em função da profundidade do solo, de sua capacidade em armazenar água, do estádio fenológico e, ainda, da possível ocorrência de chuvas pontuais.
Dessa forma, a expectativa atual é de 2.922 kg/ha. Algumas lavouras ainda podem recuperar a capacidade produtiva, dependendo das condições meteorológicas até o final do ciclo. Houve a necessidade de aplicações de fungicidas para as lavouras implantadas mais tarde, tendo em vista a presença de esporos de ferrugem em praticamente todas as áreas, favorecidos pelas chuvas.
Entre os estágios das lavouras, 60% se encontram na fase de floração, 30% na fase de enchimento do grão, e 10% em crescimento vegetativo. Algumas áreas implantadas precocemente (menos de 1%), em especial as cultivadas próximas ao Rio Uruguai, já foram colhidas, e as produtividades atingem em torno de 3.900 kg/ha.
Na de Soledade, as lavouras retomam o crescimento e o desenvolvimento, potencializados pelas chuvas e pelas temperaturas amenas após as chuvas, que, contudo, não reverteram as perdas consolidadas em locais de estresse hídrico severo (locais de solo raso, pedregosos ou muito compactados). Nessas áreas, as altas temperaturas, somadas à baixa umidade do solo, causaram queda de folhas, flores e vagens, resultando em baixo potencial de recuperação de plantas, embora não represente o quadro geral da cultura na região.
A maior parte das lavouras está na fase reprodutiva (55% em florescimento e formação de vagens e 35% em enchimento de grãos). Ocorre o controle de percevejo em razão dos danos que essa praga provoca nos grãos, nesse estágio. É realizado também o controle pontual de ácaro, tripes e lagarta, que não apresentam alta incidência. Os produtores estão preocupados acerca da ferrugem-asiática, que, apesar do clima seco, apresenta incidência alta por causa do tempo úmido ocorrido em períodos anteriores. As aplicações de fungicidas são intensificadas para controlar também míldio e oídio.
Comercialização (saca de 60 quilos)
O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, reduziu novamente em 1,22%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 111,70 para R$ 110,34.
Fonte: Emater/RS
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