Houve intensa atividade de semeadura nos momentos em que as condições ambientais permitiram. A área semeada alcançou 94%. No Alto Uruguai e Planalto, a operação chegou à conclusão e, no Planalto Médio e Noroeste, aproxima-se do término. A região com maior defasagem é a Campanha, onde a recorrência de chuvas foi mais significativa, prejudicando principalmente as operações em terras baixas.
O desenvolvimento das lavouras, ao longo da semana, foi bastante positivo, pois houve crescimento adequado e emissão de folhas maiores, bem desenvolvidas e de coloração verde mais intensa, além de alongamento dos entrenós. Ampliou a floração, alcançando 3%, e o restante da área está em desenvolvimento vegetativo e/ou germinação.
De modo geral, o estande das lavouras implantadas a partir do início de dezembro é superior ao observado nas lavouras de novembro, resultando em menos necessidade de replantes. As áreas estabelecidas no final de outubro apresentam entrelinhas fechadas, e vários produtores optaram pela primeira aplicação de fungicida para a proteção contra ferrugem asiática e outras doenças, como mancha-parda e cercosporiose, além da aplicação de inseticidas contra lagartas.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Campanha, os produtores conduzem o plantio conforme a umidade do solo em diferentes áreas, priorizando as lavouras em coxilhas mais drenadas, cobertas com palhada. Posteriormente, passam para as áreas com preparo convencional, onde são necessários mais dias de tempo seco. O objetivo é concluir o plantio até o final deste mês ou nos primeiros dias de janeiro.
Para acessar as áreas de várzeas, será necessário pelo menos uma semana sem chuvas. No município de Bagé, 80% das lavouras foram plantadas; em Aceguá, 85%; e em Lavras do Sul e Caçapava do Sul, 90%. Alguns produtores realizaram o controle de ervas daninhas, apesar de a umidade do solo estar acima do ideal em decorrência da infestação expressiva de gramíneas e da presença de espécies de difícil controle, como buva e caruru.
Na Fronteira Oeste, em Maçambará, o plantio atinge 85% da área estimada. As condições das lavouras plantadas são muito variadas: algumas têm muitas falhas e problemas de erosão; outras, ótimo estabelecimento e alto potencial produtivo. Em Manoel Viana, permanece excelente o potencial produtivo das áreas, e a semeadura ultrapassa 98% da área prevista. O plantio em São Borja está praticamente finalizado, predominando lavouras bem estabelecidas, tanto da primeira época de semeadura quanto das áreas de dezembro.
O clima do período, com chuvas pontuais de baixo volume, favoreceu o desenvolvimento das plantas, e a entrada dos pulverizadores nas lavouras para aplicações de herbicidas ocorreu sem maiores restrições. Em São Gabriel, o plantio atinge 98% e, de maneira geral, foi bem-sucedido até o momento, com baixo índice de replantes. Os produtores enfrentam infestação de buva e, em algumas áreas, é observada a infestação de losna, uma invasora de manejo extremamente complexo após a emergência da soja.
Na de Caxias do Sul, a semeadura avançou rapidamente e ultrapassa 90% do projetado para a safra. No entanto, uma parte significativa do plantio foi realizada tardiamente, o que pode reduzir o potencial produtivo. As lavouras apresentam boa germinação, excetuando-se as áreas baixas sujeitas a alagamentos. O desenvolvimento inicial é considerado satisfatório.
Na de Erechim, a baixa ocorrência de chuvas permitiu o encerramento do plantio. Da área plantada, 70% encontra-se em estágio vegetativo, e 30% estão em fase de germinação. Observa-se um aumento na incidência de doenças, como ferrugens, devido ao excesso de chuvas e à umidade, alternados a períodos de grande insolação.
Na de Frederico Westphalen, cerca de 95% da área está implantada; 90% encontra-se em fase vegetativa; e 10% em floração. O restante será semeado sobre a resteva de milho no início de janeiro. As lavouras apresentam desenvolvimento adequado, e há diversas áreas submetidas a manejo por meio de herbicidas e aplicação de inseticidas. Observa-se elevada pressão de pragas e doenças, destacando-se a presença significativa de lagarta e a incidência da broca-das-axilas (Crocidosema aporema).
Na de Ijuí, 98% das lavouras foram implantadas. Os produtores avaliam as áreas pontuais com baixa densidade de plantas para decidir sobre a necessidade de replantio ou a continuidade do cultivo. A emergência das áreas semeadas em dezembro é satisfatória, e poucas ainda aguardam a emergência completa. Intensificou-se a aplicação de fungicidas nas lavouras, as quais se encontram em excelente estágio fitossanitário.
Na de Passo Fundo, a redução das precipitações favoreceu o desenvolvimento da cultura e possibilitou um avanço no plantio. A operação de semeadura foi ampliada e alcançou a totalidade da área projetada.
Na de Pelotas, prosseguiu a semeadura em toda a região. As precipitações, embora localizadas e esporádicas, interromperam novamente os plantios em algumas áreas e mantiveram em atraso a operação. As lavouras apresentam estande de plantas satisfatório, e as linhas de plantio estão em processo de fechamento. Contudo, foram observados danos em áreas de coxilha devido às operações de revolvimento do solo, que é uma forma de controle de buva, adotada na região.
Nas áreas planas, em rotação com arroz irrigado e com atividades pecuárias, muitos produtores enfrentam dificuldades no escoamento das águas e excesso de umidade, o que poderá resultar no cancelamento do plantio previsto. Na de Santa Maria, houve sequência no plantio; a área atingiu 95%, um incremento de aproximadamente 5% em relação à semana anterior. Estima-se redução não substancial da área plantada com soja, especialmente nas regiões de várzea.
Na de Santa Rosa, em razão dos dias ensolarados entre 18 e 22/12, houve oportunidade para intensificar a atividade de semeadura, que alcançou 98%. As lavouras encontram-se em estágio de desenvolvimento vegetativo, e uma pequena porcentagem está na fase de florescimento.
Na de Soledade, a semeadura está na fase final, estimando-se 95% da área plantada. As áreas restantes, ainda não plantadas, localizam-se em solos mais úmidos, como nas várzeas, em Rio Pardo e Pantano Grande, além de áreas pós-tabaco. As lavouras demonstram desenvolvimento satisfatório, e há boa germinação e estande de plantas.
As variedades precoces, semeadas mais cedo, estão em fase de floração.
Comercialização (saca de 60 quilos)
O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, reduziu 1,45%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 136,77 para R$ 134,79
Fonte: Emater-RS
