A semeadura da soja foi restabelecida e se encontra em fase final na maior parte das áreas, com índices de semeadura próximos a finalização em algumas regiões e predominância de lavouras em desenvolvimento vegetativo. No Estado, a área plantada alcançou 89%.
As chuvas ocorridas na primeira quinzena de dezembro recompuseram a umidade do solo e permitiram a retomada generalizada do plantio, além de favorecerem a recuperação fisiológica das lavouras implantadas em outubro e novembro, que vinham apresentando sintomas de estresse hídrico após um período seco de duas a três semanas.
Apesar do efeito positivo das precipitações, foram registrados problemas pontuais de estabelecimento, sobretudo em áreas com preparo convencional, em função de selamento superficial e da formação de crostas e erosão, especialmente sob volumes elevados e concentrados de chuva. Já nas áreas conduzidas em plantio direto, com adequada cobertura de palhada, há melhor emergência e menor necessidade de replantio.
As lavouras semeadas dentro da janela preferencial apresentam estande e vigor inicial adequados, e os plantios mais tardios demandam atenção quanto à emergência das plântulas. O cenário atual é considerado favorável. Porém, o estabelecimento inicial e a manutenção do potencial produtivo dependerão da regularização das precipitações, diante da elevada demanda hídrica imposta por temperaturas e evapotranspiração elevadas. O escalonamento do plantio, decorrente do período de aproximadamente três semanas sem chuvas, é avaliado como fator de redução de risco produtivo diante da possibilidade de estiagens associadas ao fenômeno La Niña.
A pressão de doenças, especialmente ferrugem-asiática, permanece baixa até o momento. Para a Safra 2025/2026, no Rio Grande do Sul, a projeção da Emater/RS-Ascar indica o cultivo de 6.742.236 hectares e produtividade média de 3.180 kg/ha.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, a distribuição das chuvas ocorreu de forma desuniforme, proporcionando condições favoráveis à semeadura em alguns municípios, e em outros a umidade do solo está insuficiente. Em Maçambará, apesar dos baixos índices (de 7 a 27 mm), o plantio foi retomado após semanas de paralisação, pois prognósticos indicavam nova precipitação. As lavouras semeadas até a primeira quinzena de novembro apresentam excelente estado de desenvolvimento. Nas áreas implantadas posteriormente, há falhas de estande, com necessidade de replantes pontuais.
Em São Gabriel, restam por semear cerca de 5% dos aproximadamente 125.000 hectares, concentrados principalmente em pequenas propriedades, cujos produtores enfrentam restrições no acesso a insumos em função da limitação de recursos próprios, crédito bancário e financiamento comercial. Na Campanha, os volumes elevados de precipitação ocasionaram processos erosivos em áreas de maior declividade e plantio no sentido do declive, além de estresse temporário em lavouras situadas em várzeas, onde a drenagem é naturalmente mais lenta. Há risco de necessidade de replantio em áreas semeadas imediatamente antes das chuvas em função de selamento superficial do solo e do posicionamento excessivamente profundo das sementes. Nas áreas conduzidas em plantio direto, com adequada cobertura de palhada de aveia e azevém, há menor probabilidade de replantio, quando comparadas às áreas sob preparo convencional.
Na de Caxias do Sul, houve recomposição da umidade do solo, retomada da semeadura e uniformização na emergência das plântulas. Estima-se que cerca de 90% da área esteja semeada, restando parcelas ocupadas com trigo. O estande e o desenvolvimento inicial são avaliados como satisfatórios.
Na de Erechim, a semeadura alcançou 95% da área prevista. As lavouras apresentam condições adequadas de emergência e estabelecimento, sem registros relevantes de problemas fitossanitários até o momento.
Na de Frederico Westphalen, a semeadura foi praticamente concluída. Estão 80% das lavouras em fase vegetativa e 20% em início do florescimento. Algumas áreas apresentaram dificuldades de estabelecimento em função do déficit hídrico anterior, mas, de modo geral, observa-se bom estande de plantas e ausência de problemas sanitários expressivos.
Na de Passo Fundo, 98% da área foi semeada. As lavouras estão em germinação e desenvolvimento vegetativo. A cultura evolui adequadamente sob condições ambientais favoráveis, especialmente quanto à umidade e à temperatura.
Na de Pelotas, os volumes precipitados foram elevados, com registros de até 315 mm em Amaral Ferrador. Em áreas com solo revolvido, ocorreram processos erosivos significativos, como formação de sulcos e arraste de solo. Estima-se que 81% da área prevista esteja semeada. As lavouras estão em fase vegetativa.
Na de Santa Maria, o plantio foi retomado de forma intensa após as chuvas, passando de 87% da área prevista. Os cultivos estão majoritariamente em fase vegetativa, com bom desenvolvimento inicial.
Na de Santa Rosa, as chuvas entre 08 e 11/12 interromperam o estresse hídrico, que já causava murchamento foliar nas horas mais quentes do dia. Estima-se que 82% da área total esteja semeada. Predominam lavouras em desenvolvimento vegetativo, mas aumentou a parcela de cultivos em florescimento.
Na de Soledade, a retomada da semeadura elevou para 97% a área implantada. As lavouras retomaram crescimento e desenvolvimento, e estão na fase vegetativa. Em alguns locais, especialmente em solos revolvidos, os elevados volumes de chuva ocasionaram formação de crosta na linha de semeadura, dificultando a emergência das plântulas em áreas semeadas imediatamente antes das precipitações. O manejo de plantas daninhas em pós-emergência encontra-se em andamento.
Comercialização (saca de 60 quilos) O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, reduziu 0,11%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 126,52 para R$ 126,38.
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Fonte: Emater RS





