INTRODUÇÃO
Nativa do continente americano, Elephantopus mollis (Pata de Elefante, Sussuaiá) é da família Asteraceae e ocorre dos Estados Unidos até o Uruguai. Comum em campo nativo, recentemente surgiu como planta daninha nas áreas de cultivo de grãos em alguns pontos da região norte e centro do Rio Grande do Sul. Sussuaiá é perene, com dispersão principalmente por sementes. Depois de instalada na área, propaga-se preferencialmente por rizomas, formando reboleiras (Balbinot, 2016). É uma planta herbácea que concentra suas folhas na parte basal (Figura 1A). As folhas apresentam forma oblonga ou oval, dispersas de forma alternada ao longo do caule (Figura 1B), com o brotamento de novas folhas debaixo de folhas já estabelecidas (Figura 1C), indicando presença de pontos de crescimento próximos ao nível do solo, conferindolhe grande capacidade de rebrote. No Brasil, não existem produtos registrados para o controle de Sussuaiá, bem como estudos concretos a esse respeito. Herbicidas comumente utilizados de forma isolada, como o glifosato, paraquate e metsulfurom, possuem pouco efeito. No Havaí, o controle desta planta daninha foi obtido com uma roçada, com posterior aplicação de 2,4-D no início do inverno. Na Austrália, a mistura formulada de triclopyr + picloran possui registro para o controle da espécie (Queensland Government, 2013).
METODOLOGIA
estudo foi conduzido em 2017, no município de Sertão-RS, aos 40 dias após a colheita da soja (12/04/2017), com sussuaiá em diferentes estádios de desenvolvimento (Figura 2). Foram avaliados herbicidas aplicados em duas etapas. Na primeira aplicação, utilizou-se glifosato [1080 g equivalente ácido (e.a.) ha ], 2,4-D amina (670, 1005, 1340 e -1 1675 g e.a. ha ), glifosato + 2,4-D amina (1080 g e.a. + 1340 g -1 e.a. ha ) e glifosato + saflufenacil [1080 g e.a. + 35 g -1 ingrediente ativo (i.a.) ha ], e uma testemunha. Na segunda -1 aplicação, 28 dias após a primeira, utilizou-se paraquate (400 g i.a. ha ) em metade da parcela, ficando a outra metade -1 como testemunha da primeira aplicação.
RESULTADOS
Aos 28 dias após a primeira aplicação, o glifosato apresentou controle de 16%; o 2,4-D (670 a 1675 g e.a. ha )-1 ficou entre 20 e 35%; glifosato + 2,4-D (1080 g e.a. + 1340 g e.a. ha ) ficou em 38% e glifosato + saflufenacil (1080 g e.a. + -1 35 g i.a. ha ) com 60% de controle, sendo este o melhor valor -1 em comparação aos demais tratamentos (resultados não apresentados). Após 50 dias da primeira aplicação ou 22 dias após a segunda aplicação (paraquate, 400 g ha ), os níveis de -1 controle aumentaram em relação à ausência de paraquate (Figura 3). Na média dos tratamentos, a aplicação de paraquate incrementou em 44% o controle em comparação à aplicação isolada. Com a aplicação sequencial, os tratamentos com 2,4-D apresentaram maiores níveis de controle. Verificou-se que plantas aspergidas com 2,4-D apresentaram pouca capacidade de rebrota. Já com glifosato ou glifosato + saflufenacil, as rebrotas foram mais evidentes, reduzindo o controle visual (Figura 3).
CONCLUSÃO
De maneira efetiva, o controle de Sussuaiá ( ) é obtido com glifosato + 2,4-D amina Elephantopus mollis (1080 g e.a. + 1340 g e.a. ha ) seguido da aplicação de -1 paraquate (400 g i.a. ha ).
LITERATURA CONSULTADA
BALBINOT, Andrisa. Elephantopus mollis Kunth (ASTERACEAE): Fluxo de emergência e curvas de doseresposta a herbicidas 2016. 71 f. Dissertação. UFSM, Santa Maria, 2016.
QUEENSLAND GOVERNMENT, 2013. Tobacco weed ( ). Queensland, Australia: Queensland Elephantopus mollis Government, Department of Agriculture, Fisheries and Forestry.
AUTORES
- Anderson Luis Nunes | Professor, Instituto Federal do RS (IFRS)
- Bruno Cazaroto | Graduando em Agronomia, IFRS
- Mauro Antonio Rizzardi | Professor, Universidade de Passo Fundo
- Mario Antonio Bianchi l Pesquisador da CCGL – E-mail: mario.bianchi@ccgl.com.br
Fonte: Boletim Técnico nº 74 Cooperativa Central Gaúcha Ltda – CCGL