Considerada uma praga que ataca pecíolos e haste da soja (Sosa-Gómez et al., 2014), o tamanduá-da-soja ou bicudo-da-soja (Sternechus subsignatus) é conhecido por causar danos em que os adultos raspam e desfiam os tecidos do caule e ramos, enquanto as larvas broqueiam as hastes das plantas formando uma galha caulinar, composta de tecido modificado e quebradiço podendo esses danos causar a morte da planta (Sosa-Gómez et al., 2014), reduzindo a população de plantas e impactando de forma significativa a produtividade da soja.

A praga apresenta grande distribuição geográfica, expandindo-se com facilidade no Oeste da Bahia, Sul do Maranhão e Mato Grosso do Sul. O inseto apresenta ciclo anual, normalmente iniciando no final de outubro, podendo ocorrer o pico populacional da praga durante o mês de dezembro dependendo da região de cultivo (Hoffmann-Campo et al., 2012).

Figura 1. Ciclo de desenvolvimento de Sternechus subsignatus.

Fonte: Hoffmann-Campo et al. (2012)

O hábito alimentar da praga pode variar de acordo com o gênero da espécie, sendo possível observar que machos desfiam a epiderme no sentido longitudinal (Figura 2a) e, às vezes, atingem o córtex, enquanto fêmeas fazem um anelamento característico na haste principal da planta, onde são postos os ovos (Figura 2a), de coloração amarela, que são protegidos por fibras do tecido cortado (Hoffmann-Campo et al., 2012).



Figura 2. Anelamento causado pelas fêmeas e detalhe do ovo (a) e larva (b) de Sternechus subsignatus.

Fonte: Hoffmann-Campo et al.(2012).

Conforme Hoffmann-Campo et al. (2012), com relação a estrutura da planta e sessão onde são encontrados ovos e larvas, os autores destacam que normalmente, a maioria dos ovos e das larvas são encontrados na parte mediana da haste principal, geralmente entre o quinto e o sexto entrenó da soja, com menor intensidade nos ramos laterais e pecíolos da planta.

Com base  no potencial da praga em causar danos e os impactos que esses danos podem causar na produtividade da soja, o controle eficiente do tamanduá-da-soja é de suma importância para a manutenção da produtividade da soja, especialmente em áreas com histórico de ocorrência da praga.

Controle

Tendo em vista que o tamanduá-da-soja se alimenta preferencialmente de leguminosas, a rotação de culturas com plantas não hospedeiras pode ser uma valiosa ferramenta para reduzir as populações da praga. Aliando a isso, a utilização de práticas de manejo complementares, inseridas de forma integrada, tais como o cultivo de plantas armadilhas, o controle químico e o tratamento de sementes com inseticidas, possibilitam um bom manejo e controle do tamanduá-da-soja.

Cabe destacar que o manejo entressafra da soja, com o cultivo de culturas não hospedeiras da praga, é essencial para reduzir a densidade populacional do tamanduá-da-soja, contribuído de forma expressiva para a redução da infestação da praga na safra de soja.


Veja mais: Qual a melhor estratégia de controle do tamanduá-da-soja?


Referências:

HOFFMANN-CAMPO, C. B. et al. Soja: manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga, Cap. 3, Pragas que Atacam Plântulas, Hastes e Pecíolos DA SOJA. Embrapa, 2012. Disponível em: < http://www.cnpso.embrapa.br/artropodes/Capitulo3.pdf >, acesso em: 27/10/2021.

SOSA-GÓMEZ, D. R. et al. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE INSETOS E OUTROS INVERTEBRADOS DA CULTURA DA SOJA. Embrapa, Documentos, n. 269, 2014. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/105924/1/Doc269-OL.pdf >, acesso em: 27/10/2021.

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