No artigo anterior, vimos que os adjuvantes são classificados de acordo com a sua função em:
- ativadores;
- modificadores de calda.
Hoje vamos entender um pouco mais sobre os adjuvantes classificados como modificadores de calda.
Os modificadores de calda podem ser:
- molhantes;
- corantes;
- controladores de deriva;
- agentes espessantes;
- agentes adesivos;
- condicionadores de calda;
- agentes de compatibilidade;
- reguladores de pH;
- umectantes;
- antiespumantes;
- absorventes de UV.
Fonte: Aenda
O objetivo de adicionar os modificadores de calda é para melhorar a aplicação da formulação.
Lembrando que eles não aumentam diretamente a atividade do herbicida.
Os modificadores de calda vão alterar as propriedades físicas ou químicas da calda, para facilitar a aplicação, ou ainda, reduzir efeitos indesejados.
Vamos ver agora um pouco mais de cada um dos modificadores de calda.
- Molhantes
Os agentes molhantes tem a capacidade de reduzir a tensão superficial da gota pulverizada, e forme uma camada fina nas folhas e caules da planta.
Alguns molhantes afetam apenas as propriedades físicas das gotas, outras afetam também as químicas, afetando a formulação.
Fonte: Croda Crop Care.
- Corantes
O corante tem a função de facilitar a visualização de onde a gota pulverizada foi aplicada.
- Controladores de deriva
Estes agentes modificadores auxiliam na redução da deriva.
Alteram as propriedades da calda, deixando-o mais espessa, com maiores tamanhos de gotas, reduzindo o número de gotas pequenas.
Lembre-se que gotas pequenas são mais fáceis de serem levadas pelo vento.
- Agentes espessantes
Também auxiliam na redução da deriva, mas são voltados para as aplicações aéreas.
São mais utilizados onde há culturas sensíveis ao redor da área a ser tratada com o herbicida.
- Agentes adesivos
Estes produtos são responsáveis por manter o herbicida em contato com a planta, evitando perdas por evaporação ou escorrimento.
São muito utilizados com formulações com pó molhável seco e granulares.
- Condicionadores de calda
São utilizados quando a água usada para a calda de pulverização é rica em sais.
Quando a água usada no tanque é rica em sais, pode haver a formação de precipitados ou sais.
Você já deve ter ouvido falar sobre “água dura”, essa é o nome dado a água que é rica em cálcio.
O cálcio por ser um cátion, reage com o herbicida, reduzindo sua absorção, o que prejudica a eficácia do produto.
- Agentes de compatibilidade
Lembram do texto sobre “Mistura de defensivos agrícolas”? Vimos que alguns produtos, quando misturados, podem ser incompatíveis, o que leva a misturas não homogêneas, ocorrendo a formação de precipitados no tanque de pulverização.
Os agentes de compatibilidade são adicionados com a finalidade de evitar as interações físicas e químicas.
Isso acontece quando aplicamos bentazon e sethoxydim, ou ainda, 2,4-D com formulação líquida de nitrogênio.
- Reguladores de pH
Os reguladores de pH são adicionados para ajustar o pH da calda de pulverização.
O pH influencia na eficácia dos herbicidas, pois pode afetar a meia-vida, solubilidade, eficácia, além de formar precipitados.
Ao adicionar um regulador de pH, melhoramos a dispersão do herbicida, a solubilização da mistura e podem aumentar a compatibilidade no tanque.
Fonte: Hamilton Humberto Ramos. IAC.
- Umectantes
Os agentes umectantes são materiais solúveis em água, que não evaporam rápido depois que a parte aquosa da pulverização seca, isso porque eles retêm água do ambiente.
Assim, ao adicionar um agente umectante, estaremos aumentando o tempo disponível para a absorção do herbicida.
- Antiespumantes
Como o próprio nome sugere, o objetivo é reduzir a espuma no tanque de pulverização.
Os antiespumantes rompem as bolhas de ar, o que enfraquece a estrutura da espuma.
- Absorventes de UV
Alguns herbicidas podem ser degradados pela luz natural do sol e luz ultravioleta.
Eles atuam por meio de processos físicos ou químicos, como por exemplo, aumentando a taxa de captação do herbicida pela cutícula ou absorvendo a luz UV.
Conclusões
No texto de hoje vimos as funções de todos os agentes modificadores de caldas de pulverização.
Vimos como são classificados e quais as funções de cada um. No próximo texto vamos dar dicas de produtos para cada uma das opções listadas acima.
Referências utilizadas neste texto:
Aspectos da biologia e manejo das plantas daninhas / organizado por Patrícia Andrea Monquero – São Carlos: RiMa Editora, 2014.
Gostou do texto? Tem mais dicas sobre adjuvantes modificados de calda? Adoraria ver o seu comentário abaixo!
Sobre a Autora: Ana Ligia Giraldeli, Sou Engenheira Agrônoma formada na UFSCar. Mestra em Agricultura e Ambiente (UFSCar) e Doutora em Fitotecnia (USP/ESALQ). Atualmente, estou cursando MBA em Agronegócios.