Algumas pessoas mais jovens talvez não se lembrem, mas há 18 anos o carro-chefe das exportações agrícolas do Brasil esteve seriamente ameaçado por conta da chegada da ferrugem asiática.

A doença dizimava as lavouras e, se hoje, o País está entre os maiores exportadores do grão no mundo, é graças à tecnologia de aplicação. Com a introdução dela, a produtividade por área da soja cresceu de 2,75 toneladas por hectare, em 2000, para 3,26 toneladas por hectare, em 2020, um aumento de quase 19%.

Os dados foram extraídos da série histórica compilada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). E outro feito veio com o registro de uma safra recorde na ordem de 120 milhões de toneladas na sagra 2019/2020. Para a safra 2020/2021 a expectativa supera 130 milhões de toneladas.

“Embora a tecnologia de aplicação exista há mais de 40 anos, ela passou a ser reconhecida a partir de 2002, quando a ferrugem asiática fez um estrago enorme nas lavouras. De lá pra cá, ela é solução para o controle de pragas e doenças”, relembra o professor Marco Antônio Gandolfo, um dos fundadores do Instituto Dashen, localizado em Bandeirantes (PR).

Segundo Gandolfo, o conceito nasceu na Inglaterra em 1986 pelo trabalho do professor Graham Matthews. No Brasil, o primeiro a estudar foi Tomomassa Matuo,  pesquisador da Unesp de Jaboticabal (SP), quatro anos depois. Hoje, é realidade em todas as grandes culturas agrícolas.

“Tecnologia de aplicação é o emprego de todas as informações, produtos e técnicas que envolvam a aplicação de agroquímicos para controle de agentes de dano, ao menor custo e contaminação possíveis”, define o fundador do Instituto Dashen. A aplicação citada ocorre via pulverização.

Desta forma, cultivar, estádio da planta, praga, doença, produto, clima, temperatura, umidade do ar, condição de vento, volatilidade de produto, compatibilidade de calda, manutenção e regulagem dos pulverizadores tornaram-se métricas de eficiência produtiva.

Como melhorar eficiência na pulverização

Existem duas fontes de perdas na pulverização, uma relacionada aos fatores ambientais e outra aos agronômicos. Esse último grupo refere-se ao depósito dos produtos na planta. Quanto mais eles atingirem as folhas, mais eficaz será o tratamento. Já chuva, vento, umidade relativa do ar e temperatura são fatores ambientais.

“A lavagem por chuva pode comprometer em 100% a eficiência da pulverização e, hoje, há surfactantes que possibilitam aos agroquímicos serem absorvidos em até 15 minutos pelas plantas”, informa Lucas Rafael Maesta Dias, especialista em Tecnologia de Aplicação da Oro Agri.

Estes adjuvantes desempenham um papel importante até mesmo em situações de temperaturas mais elevadas, reduzindo a exposição dos ativos, e consequentemente, reduzindo as perdas causadas por evaporação.

De acordo com ele, o uso de produtos reconhecidamente elaborados à base do óleo essencial da casca de laranja (WETCIT) proporciona certa flexibilidade e maior segurança para administrar esta situação. Além disso, a pulverização deve ocorrer sempre nas horas mais frescas do dia – manhã ou final da tarde.

“Temperaturas baixas reduzem o metabolismo das plantas, dificultando a absorção dos produtos. Temperaturas altas favorecem evaporação das gotas e podem causar fitotoxicidade”, informa o especialista.

Também é impreterível o mínimo de 55% de umidade e ventos entre 3 e 10 km/h para evitar deriva das gotas pulverizadas

Dicas para melhorar resultados na pulverização

  1. É importante seguir a ordem correta dos produtos no preparo da calda e realizar pré-mistura em alguns casos. Ainda se faz necessário o uso de um bom surfactante para garantir ótima homogeneização.
  2. Cada aplicação de agroquímico requer um diâmetro mediano volumétrico (DMV) de gota. “As principais características que influenciam no tamanho de gota estão relacionadas aos atributos físicos da calda, como viscosidade e tensão superficial”, aponta o professor Gandolfo. Veja na tabela.
  3. A taxa de aplicação refere-se à quantidade de calda pulverizada por hectare. Se a intenção é aplicar 100 litros por hectare, por exemplo, o equipamento tem de ser calibrado para aspergir os 100 litros em 10.000 m2. A taxa deve ser ajustada conforme a velocidade de vazão, o distanciamento entre os bicos na barra e o tipo de ponta.
  4. Troque as pontas conforme o produto aplicado. Não se demora mais de 5 minutos para fazer isso. O ajuste de pressão necessário é informado no manual do fabricante. Acima do ideal pode gerar deriva, abaixo escorrimento do produto pelas folhas.
  5. O distanciamento entre as pontas também determina a altura da barra do pulverizador.  Se a distância entre uma e outra é de 50 cm, por exemplo, a altura entre a barra e a cultura tem de ser os mesmos 50 cm. Muito alta favorece deriva, muito perto, escorrimento.
  6. Manutenção: Em média, as pontas de cerâmica duram 400 horas e as de náilon 200 horas. Filtros devem ser verificados logo após uso de caldas de difícil dissolução. Fique de olho nas máquinas com sistema de agitação deficiente porque permitem que os produtos se separem no tanque ou no circuito hidráulico, variando a dose aplicada na lavoura.
  7. Use sempre um bom adjuvante. Comprovadamente, são produtos que reduzem as perdas e potencializam a eficácia de todos os produtos aplicados.
  8. Busque melhores resultados por meio de uma assistência técnica de confiança. O Programa OROTECH360 – Tecnologia de Aplicação de Alta Performance da Oro Agri, por exemplo, foi desenvolvido para levar orientação especializada a todos os produtores.
A escolha da ponta pode variar conforme estratégia do agrônomo e o risco de entupimento. Fonte: Programa OROTECH360.

Mais  informações no site www.oroagri.com.br

Fonte: Assessoria de imprensa OroAgri

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