Novas tecnologias como 5G e inteligência artificial, alimentadas por big data, têm tornado as propriedades rurais cada vez mais conectadas e eficientes. A previsão de impacto do 5G no campo, por exemplo, é significativa. Um relatório elaborado em 2020 pela Nokia e pela consultoria Omdia aponta que a expansão do 5G pode gerar 76,8 bilhões de dólares ao agronegócio até 2035.
Para Jorge Dietrich, coordenador do Master em Gestão e Marketing do Agronegócio da ESPM Porto Alegre, essas tecnologias trarão avanços importantes na profissionalização do agronegócio brasileiro. “As novas tecnologias permitirão uma mensuração de oferta, demanda, ganhos e perdas muito mais precisa do que a que temos atualmente. Por exemplo, o produtor poderá saber com mais precisão não só se lucrou, mas por que ele lucrou, quais dados explicam isso e com riqueza de detalhes”, afirma. Segundo ele, esse será o próximo passo de evolução após a difusão da agricultura de precisão e da rastreabilidade dos produtos.
Porém, o impacto dessas tecnologias pode ser limitado por dois fatores. O primeiro deles é a ainda baixa capilaridade da internet no campo. De acordo com o IBGE, 71,8% das propriedades rurais brasileiras não tinham acesso à internet em 2020. O segundo ponto apontado por Dietrich é a necessidade de gestão profissionalizada das propriedades rurais, já que tecnologias avançadas não são tão úteis se o negócio não é bem gerido.
“A gestão profissionalizada vai além do aspecto financeiro. Envolve um olhar cuidadoso para os dados, preparando o terreno para a chegada dessas novas tecnologias e para a inserção eficiente delas com as particularidades de cada negócio. A nova tecnologia, em si, não resolve todos os problemas da propriedade”, diz Dietrich.
Fonte: Assessoria de imprensa ESPM