A vasta variabilidade climática existente no território brasileiro torna favorável o surgimento e desenvolvimento de várias doenças na cultura da soja, especialmente doenças fungicas as quais se beneficiam de condições de umidade e temperatura para seu desenvolvimento.
Tanto doenças de início de ciclo quando doenças de final de ciclo podem incidir sobre a soja, causando perdas significativas na produtividade da cultura, e/ou até mesmo comprometendo a produtividade e qualidade da soja produzida. Sendo assim, o manejo e controle dessas doenças é essencial para evitar as perdas produtivas e qualitativas decorrentes da incidência de doenças na cultura da soja.
Dentre as doenças de início de ciclo, o tombamento e morte em reboleira por Rhizoctonia, causada pelo fungo (Rhizoctonia solani), é uma das principais doenças observadas na cultura da soja. Conforme destacado por Henning et al. (2014), os principais sintomas causados pela doença incluem: o estrangulamento da plântula de soja a nível do solo, que resulta em tombamento e morte da plântula, causando redução do estande de plantas e impactando componentes de produtividade da soja.
Henning et al. (2014), explicam que o tombamento da planta ocorre geralmente antes do florescimento da cultura, entretanto, no florescimento ocorre podridão aquosa de coloração castanha no colo da planta, próximo ao nível do solo. O sistema radicular das plantas infectadas fica comprometido, adquirindo coloração castanho escura, a morte das plantas geralmente ocorre em “reboleiras”, com as folhas presas voltadas para baixo.
Figura 1. Sintomas de tombamento por Rhizoctonia em plântulas.
A doença pode ser confundida com o tombamento fisiológico (tombamento por calor), entretanto, visualmente o que difere os sintomas de ambos é a presença de lesões escurecidas no tombamento por Rhizoctonia, ocasionado por agentes patogênicos.
Veja também: Temperatura e o tombamento fisiológico
Figura 2. Lesões causadas por Rhizoctonia solani.
Segundo Grigolli (2015), a doença pode causar sérios danos à cultura da soja, podendo reduzir a produtividade de cultivos infestados de 31 a 60% quando em condições adequadas ao desenvolvimento do patógeno. Dada e importância da doença em lavouras de soja, em vídeo, em seu canal, Marcelo Madalosso, explicar que embora condições de elevada temperatura e umidade sejam essenciais para o desenvolvimento da doença, nota-se que as oscilações ne temperatura tem favorecido o surgimento da Rhizoctonia, especialmente em áreas onde a soja sucede culturas “não gramíneas”, a exemplo da canola.
As oscilações de temperatura, “dias quentes e noites frias”, podem promover condições adequadas para em conjunto com a umidade relativa do ar, favorecer a formação de orvalho, e com esse propiciar condições adequadas ao surgimento e desenvolvimento da Rhizoctonia. Dessa forma, o monitoramento das áreas de cultivo é essencial para a identificação da doença e planejamento da lavoura, mesmo nas regiões Sul do Brasil em anos de La niña.
Em virtude do fungo estar presente principalmente no solo, Henning et al. (2014) destacam que as principais medidas de controle da Rhizoctonia solani englobam, a rotação de culturas com gramíneas; a descompactação do solo, evitando seu encharcamento e o tratamento de sementes com fungicidas.
Confira o vídeo abaixo com as dicas do Professor Marcelo Madalosso.
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Referências:
COPAGRIL. Damping-off ou Tombamento (Rhizoctonia solani). Informativos. Disponível em: < http://www.coagril-rs.com.br/informativos/ver/109/damping-off-ou-tombamento-rhizoctonia-solani >, acesso em: 13/11/2020.
GRIGOLLI, J. F. J. MANEJO DE DOENÇAS NA CULTURA DA SOJA. Fundação MS, Tecnologia e produção: Soja 2014/2015, 2015. Disponível em: < https://www.fundacaoms.org.br/base/www/fundacaoms.org.br/media/attachments/216/216/newarchive-216.pdf >, acesso em: 13/11/2020.
HENNING, A. A. et al. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE DOENÇAS DA SOJA. Embrapa Soja, Documentos, n. 256, 2014. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/105942/1/Doc256-OL.pdf >, acesso em: 13/11/2020.