Oídio em trigo

Embora a maioria das doenças fúngicas tenham seu desenvolvimento favorecido por condições de elevada umidade, temperaturas altas e pela presença de molhamento foliar (água livre na folha), uma doença em específico tem seu desenvolvimento favorecido por condições contrárias.

Trata-se do oídio causado pelo fungo Blumeria graminis f. sp. tritici. O oídio tem seu desenvolvimento favorecido por temperaturas amenas (entre 15°C a 20°C) e clima seco (ausência de água livre na folha). Em condições favoráveis, um ciclo completo da doença pode ocorrer em 5 dias, o inóculo se mantem viável na entressafra em plantas voluntárias de trigo, o que contribui para o estabelecimento da doença ainda no período inicial da lavoura de trigo (Santana et al., 2012).

O curto ciclo de desenvolvimento do patógeno (figura 1), atrelado as condições climáticas favoráveis, contribui para o rápido estabelecimento do oídio nas lavouras de trigo, sendo considera, uma das primeiras doenças a acometer a cultura.

Figura 1. Ciclo de vida de Blumeria graminis f. sp. tritici (agente causal de oídio em trigo).
Adaptado de Salgado; Paul (2016), apud. Costamilan (2020)
Sintomas

A doença é caracterizada pela presença do micélio esbranquiçado na parte adaxial da folha. Os sintomas mais comuns são manchas brancas nos órgãos infectados e com o avançar da doença os tecidos passam a apresentar coloração amarelada, progredindo para forte clorose na região infectada, até a morte da planta (Santana et al., 2022).


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Figura 2. Micélio branco (jovem) e cinza (envelhecido) de oídio em folha de trigo.
Foto: Leila Maria Costamilan

Costamilan (2020) destaca que os danos em decorrência do oídio em trigo variam em função do local, clima, suscetibilidade da cultivar e do estádio em que a doença acomete a cultura. O oídio reduz a área fotossintética das folhas de trigo, afetando a produção de fotoassimilados e a translocação a acumulo deles na planta e grãos, deixando as plantas fracas e afetando a produtividade da cultura.

Perdas de rendimento

A redução no rendimento de grãos de trigo causada por oídio varia entre 10%, em cultivares com baixa resistência, e 62%, em cultivares suscetíveis. Na média dos anos, está em torno de 5% a 8%, além disso, a doença reduz em 7,5% o conteúdo de amido e de proteína dos grãos, afetando principalmente componentes de produtividade como número de espigas por área e o número e tamanho de grãos por espiga (Costamilan, 2020).

Manejo

Dentre as principais estratégias de manejo para o oídio, destaca-se o uso de cultivares resistentes, o controle químico com o emprego de fungicidas eficientes e registrados para a cultura e doenças, bem como o tratamento de sementes. Vale destacar que a adubação com nitrogênio, em qualquer estádio de desenvolvimento do trigo, aumenta a suscetibilidade à doença. Semeaduras mais precoces, na região Sul do Brasil podem contribuir para a redução da doença, pois as plântulas ficam expostas a menor quantidade de inóculo em seu estádio mais suscetível, que é o início do desenvolvimento da cultura (Santa et al., 2012).

Considerando o potencial do oídio em causar danos e as condições climáticas que favorecem o desenvolvimento da doença, deve-se dar atenção especial para o manejo e controle do oídio em anos secos, adotando estratégias de manejo que permitam mitigar os efeitos da doença e controlar de forma eficiente o patógeno. Clique aqui e confira a eficiência de fungicidas para o controle de oídio em trigo.


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Referências:

COSTAMILAN, L. M. OÍDIO: Blumeria graminis f. sp. Tritici. Principais doenças do trigo no sul do Brasil: diagnóstico e manejo. Embrapa, Circular Técnica, n. 375, 2020. Disponível em: < https://www.embrapa.br/en/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1129989/principais-doencas-do-trigo-no-sul-do-brasil-diagnostico-e-manejo >, acesso em: 15/04/2024.

SANTANA, F. M. et al. EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PARA CONTROLE DE OÍDIO DO TRIGO RESULTADOS DOS ENSAIOS COOPERATIVOS, SAFRA 2020. Embrapa, Circular Técnica, n. 73, 2022. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/doc/1146799/1/CirTec73-online.pdf >, acesso em: 15/04/2024.

SANTANA, F. M. et al. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE DOENÇAS DE TRIGO. Embrapa, Documentos, n. 108, 2012. Disponível em: < https://www.embrapa.br/en/busca-de-publicacoes/-/publicacao/990828/manual-de-identificacao-de-doencas-de-trigo >, acesso em: 15/04/2024.

 

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