As cotações do trigo, em Chicago, nesta última semana de junho, voltaram a recuar, tendo atingido a US$ 5,41/bushel no dia 26/06. Posteriormente, houve pequena recuperação, com o fechamento da quinta-feira (27), para o primeiro mês cotado, ficando em US$ 5,59/bushel, contra US$ 5,72 uma semana antes. Lembrando que no dia 28/05 o bushel chegou a bater em US$ 7,00.
O mercado esteve na expectativa dos relatórios de plantio e estoques trimestrais nos EUA, anunciado neste dia 28/06 e que iremos comentar em detalhes no próximo boletim.
Dito isso, a colheita do trigo de inverno, nos EUA, até o dia 23/06, chegava a 40% da área, contra 25% na média histórica. Já as condições das lavouras a colher se apresentavam com 52% entre boas a exceletes, 33% regulares e 15% entre ruins a muito ruins. Por outro lado, as condições do trigo de primavera, naquele país, acusavam 71% entre boas a excelentes, 25% regulares e 4% entre ruins a muito ruins.
Já as exportações estadunidenses de trigo, na semana encerrada em 20/06, atingiram a 342.293 toneladas, ficando pouco acima do limite mínimo esperado pelo mercado.
Em todo o novo ano comercial, iniciado em 1º de junho, as exportações somavam 1,05 milhão de toneladas, ou seja, 38% acima do registrado no mesmo período do ano anterior.
Enquanto isso, no Brasil, o trigo de qualidade superior trabalhou com preços estáveis nesta última semana de junho. O saco do produto girou entre R$ 66,00 e R$ 68,00 no Rio Grande do Sul e a R$ 75,00 no Paraná. Apesar desta estabilidade, o viés continua de alta para o cereal, já que os estoques estão baixos no país, a desvalorização do Real encarece a importação, o que favorece a melhoria do preço interno, e a redução na área semeada, nesta atual safra, vai se confirmando. Além disso, há muita preocupação com o clima nos próximos meses nas regiões produtoras.
Ainda em termos de preços, vale destacar que o indicador Cepea/Esalq, para o Paraná, atingiu, no dia 24/06, a cotação média de R$ 1.530,20/tonelada, com alta de 3,1% desde o início do mês. Já no Rio Grande do Sul, o preço estava em R$ 1.453,86 a tonelada, alta de 8,86% no acumulado de junho.
Já em Santa Catarina, segundo a Epagri local, a previsão de área a ser semeada é de 125.300 hectares, com uma redução de 9% sobre a safra anterior. Mas, se o clima ajudar, os catarinenses esperam uma produtividade média de 3.450 quilos/hectare, ou seja, 54% acima do registrado no ano anterior. Com isso, a produção local total chegaria a 432.600 toneladas, ou seja, um crescimento de 41% sobre a safra anterior.
Enfim, em São Paulo, devido ao clima quente e seco, espera-se também uma retração no plantio de trigo, porém, ainda não há projeções estatísticas suficientes a respeito.
Fonte: Análise Semanal do mercado da Soja, milho e trigo. Comentários referentes ao período entre 21/06/2024 e 27/06/2024 – Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
