O custo para produzir trigo no Paraná aumentou 40% em um ano, aponta levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado. Em maio deste ano, o custo total de produção do cereal no Estado era de R$ 5.365 por hectare, frente aos R$ 3.819 necessários para cultivar um hectare do cereal em maio do ano passado.
O mês de maio é usado como referência por ser o período em que os trabalhos de campo nas lavouras de inverno são intensificados no Estado. Em saca de 60 quilos, o desembolso com a produção do cereal foi de R$ 111,78 no último mês, ante R$ 78,58/saca reportado em maio de 2020. Sementes, adubos e defensivos agrícolas respondem por 37% do custo total de produção do produto.
“A principal fatia do incremento de mais de 17 reais por saca foi o gasto com fertilizantes, contribuindo com metade da alta (R$ 8,52), seguido dos gastos com a operação de máquinas, que contribuíram com outros R$ 3,60. As sementes acrescentaram R$ 2,69 por saca”, avaliou o coordenador da Divisão de Estatísticas do Deral, Carlos Hugo Godinho, no relatório.
A valorização dos insumos, segundo o Deral, deve-se principalmente à alta dos preços do petróleo, em patamar três vezes superior ao observado em maio do ano passado. Em parte, também pode ser atribuída ao processo inflacionário do Brasil, acrescenta o coordenador do Deral. “O câmbio, por outro lado, está atualmente menor do que em maio do ano passado e não tem participação direta neste aumento”, comentou Godinho. Apesar da maior despesa para semear o cereal, os preços do trigo ainda compensam a elevação do
custo de produção.
No levantamento, o Deral destacou que o preço recebido pelo triticultor paranaense foi, em média, de R$ 1.430 por tonelada (R$ 85,85 por saca), 43% superior ao praticado em maio de 2020 (R$ 60,13 por saca). “O que mantém o cereal em patamares rentáveis neste período de entressafra, e ainda apresentando ganhos de margem frente à valorização dos custos”, apontou Godinho. (Agência Estado)
Fonte: T&F Agroeconômica