Autor: Prof. Dr. Argemiro Luís Brum

A cotação do trigo, para o primeiro mês, em Chicago, trabalhou a semana abaixo dos US$ 8,00/bushel, subindo um pouco na quinta-feira (11) quando o primeiro mês cotado fechou em US$ 8,10/bushel, contra US$ 7,82 uma semana antes.

O relatório de oferta e demanda do USDA, para o ano de 2022/23, indicou, no dia 12/08, os seguintes números para o trigo:

  1. A projeção de produção para os EUA foi levemente aumentada para 48,52 milhões de toneladas;
  2. Os estoques finais dos EUA passaram a 16,6 milhões de toneladas, com recuo de quase 700.000 toneladas;
  3. A produção mundial aumentou em oito milhões de toneladas, com o total sendo estimado, agora, em 779,6 milhões de toneladas;
  4. Os estoques finais mundiais passam a 267,3 milhões de toneladas, com leve recuo sobre o relatório de julho;
  5. O preço médio aos produtores de trigo dos EUA foi reduzido, para 2022/23, a US$ 9,25/bushel, contra US$ 10,50 em julho;
  6. A produção brasileira de trigo está projetada em 8,7 milhões de toneladas, com importações em 6,4 milhões;
  7. A Argentina produzirá 19 milhões de toneladas, enquanto suas exportações somariam 13 milhões de toneladas.

Paralelamente, o trigo de inverno nos EUA, até o dia 07/08, estava com 86% da área colhida, contra 91% na média histórica. Já o trigo de primavera havia sido colhido em 9% da área, contra 19% na média histórica para a data. As condições deste trigo, junto às áreas a serem ainda colhidas, se apresentavam com 64% entre boas a excelentes, 28% regulares e 8% entre ruins a muito ruins.

Enquanto isso, os EUA, na semana encerrada em 05/08, embarcaram 603.549 toneladas de trigo, volume que superou o esperado pelo mercado. Com isso, no ano comercial o acumulado chega a 3,5 milhões de toneladas, sendo ele 21% abaixo do registrado em igual período do ano anterior.

Por sua vez, na Argentina, o Ministério da Agricultura local apontou que a semeadura de trigo atingia a 97% da área no dia 04/08, sendo que a área total está prevista em 6,08 milhões de hectares neste momento.

De forma geral, o mercado acredita que as oscilações de preços e a volatilidade continuarão nos próximos meses, especialmente se a guerra entre Rússia e Ucrânia não terminar.

E no Brasil, os preços continuaram recuando, especialmente no Rio Grande do Sul nesta semana. A média gaúcha fechou em R$ 106,00/saco, porém, as principais praças locais trabalharam com R$ 102,00/saco. No Paraná o preço ficou estável entre R$ 112,00 e R$ 114,00/saco.

O recuo dos preços internacionais, a revalorização do Real (R$ 5,11 por dólar em alguns momentos da semana) e o andamento da safra brasileira, que logo mais entra em fase de colheita, vem fazendo pressão baixista sobre os preços internos. Além disso, o retorno da Ucrânia ao mercado exportador de grãos, após acordo com a Rússia, afrouxou igualmente os preços. Especificamente no mercado interno, os moinhos estão aguardando a safra nova, a qual começará a entrar em setembro.


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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUI, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1)

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUI, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUI).

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