Conforme a estimativa da safra 2024, realizada pela Emater/RS-Ascar em 407 municípios do Estado, a área cultivada de trigo está projetada em 1.312.488 hectares, sendo 12,84% inferior à área de 2023, que foi de 1.505.807 (IBGE). A produtividade prevista é de 3.100 kg/ha, o que representa elevação de 77,04%, quando comparada aos 1.751 kg/ha obtidos na safra anterior (IBGE). Dessa forma, a produção do cereal, na safra 2024, deverá alcançar 4.068.852 toneladas, o que indica um aumento de 55,27% em relação à safra frustrada de 2023, que totalizou 2.620.493 toneladas (IBGE). A redução na área de plantio é justificada pelos baixos preços do cereal, pelos riscos climáticos e pela frustração econômica da última safra.

O período é de semeadura, mas, durante o período, houve um baixo incremento na área semeada devido às chuvas e ao excesso de umidade no solo. A área semeada está estimada em 56% da projetada para o Estado.

A emergência da cultura não está uniforme em todas as lavouras, variando conforme o impacto e o volume das chuvas, que ocorreram logo após a semeadura. Nas áreas com maiores volumes de precipitação, houve escorrimento superficial, carreando sementes esolos, além de acúmulo de terra sobre os sulcos de semeadura, o que provocou irregularidade no estande de plantas.

As lavouras implantadas mais precocemente iniciaram a fase de perfilhamento e recebem tratos culturais, incluindo o controle de plantas invasoras e a adubação nitrogenada em cobertura.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a estimativa de área de cultivo é de 153.200 hectares, sendo 11,53% inferior aos 173.160 hectares cultivados em 2023 (IBGE). A estimativa de produtividade é de 2.573 kg/ha, e a de produção é de 394.184 toneladas. Na Fronteira Oeste, as fortes chuvas recentes causaram erosão laminar e sulcos em áreas de solo arenoso, agravadas pela baixa cobertura de palhada ou necessidade de gradagem, após a colheita da soja, para correção da erosão antes do plantio de trigo.

O plantio varia de 35% a 75%, aumentando na direção Oeste, mas há possibilidade de replantio em algumas áreas devido ao volume elevado e à intensidade das chuvas. Os produtores estão dessecando as áreas restantes para iniciar o plantio nas próximas semanas, aguardando condições ideais de umidade para aplicar a primeira adubação nitrogenada. O planejamento inicial dos produtores está seguindo conforme o esperado, restando poucas áreas para serem implantadas em julho. Na Campanha, o plantio de trigo, que tradicionalmente ocorre mais tarde, será realizado principalmente em julho em função do atraso na colheita da soja nesta safra. Nessa região, o plantio varia entre 5% e 10%.

Na de Caxias do Sul, a estimativa de cultivo é de 42.768 hectares, representando redução de 8,70% nos 46.845 hectares em 2023. A produtividade está estimada em 3.566 kg/ha, e a produção em 152.511 toneladas. Apenas 5% da área prevista para a região já foi semeada e corresponde aos municípios de menor altitude.

Na de Erechim, a área plantada, em 2024, está projetada em 63.250 hectares, significando redução de 13,27% nos 72.925 hectares ocupados em 2023 (IBGE). A produtividade projetada é de 3.603 kg/ha, resultando em 227.890 toneladas.

Na de Frederico Westphalen, a projeção de cultivo é de 148.680 hectares, consistindo em redução de 8,36% nos 162.240 hectares do ano anterior (IBGE). A produtividade estimada é de 3.098 kg/ha, que totalizarão 460.611 toneladas produzidas. Cerca de 60% das lavouras foram semeadas e apresentam adequado desenvolvimento. O manejo de plantas daninhas é uma preocupação devido a dessecações pré-semeadura ineficazes, aumentando a complexidade e os custos do controle pós-emergência, sendo cada vez mais adotadas estratégias de princípios ativos de pré e pós-emergência combinados.

Na de Ijuí, a estimativa de área é de 309.884 hectares, significando redução de 16,99% em comparação aos 373.300 cultivados no ano anterior (IBGE). A produtividade é de 3.179 kg/ha, e a produção deverá totalizar 985.121 toneladas. O plantio alcançou 73% e, no período, foi realizado apenas em propriedades em atraso. Apesar da irregularidade no estande das lavouras em parte da região, ainda não houve replantio de áreas, pois os danos são de pequena extensão, e há baixa oferta de sementes.

Em grande parte das áreas de trigo da região, as precipitações não foram volumosas, o que ocasionou uma emergência uniforme da cultura e bom estabelecimento inicial. No entanto, o clima muito úmido e com baixa insolação não é benéfico para o desenvolvimento inicial da cultura, que apresenta folhas finas, alongadas e de coloração amarelada. Há pequenos relatos de ataque de grilo, que é comum à cultura e pode provocar danos significativos.

Na de Lajeado, a área projetada é de 4.275 hectares, e a redução está estimada em 33,62% numa área de 6.440 hectares, cultivados em 2023 (IBGE). A produtividade projetada é de 2.799 kg/ha, e o volume é de 11.966 toneladas.

Na de Passo Fundo, são previstos 115.860 hectares. Projeta-se redução de 16,10% na área cultivada na safra 2023, que foi de 138.100 hectares (IBGE). A produtividade está avaliada em 3.620 kg/ha, e a produção regional em 419.413 toneladas. A implantação da cultura ainda está em fase inicial, alcançando 30% da área projetada, pois as condições climáticas adversas não permitiram o avanço, conforme a intenção dos produtores.

Na de Pelotas, a área cultivada deverá apresentar retração de 9,98%, passando de 19.084, em 2023 (IBGE), para 17.180 hectares em 2024. A produtividade estimada é de 2.590 kg/ha, e a produção é de 44.496 toneladas.

Na de Porto Alegre, a estimativa de plantio está em 5.643 hectares, sendo 12,50% inferior aos 6.449 hectares cultivados na safra anterior (IBGE). A estimativa de produtividade é de 2.302 kg/ha, e a produção de 12.990 toneladas.

Na de Santa Maria, a projeção atual é de 91.563 hectares, significando redução de 18,22% em relação aos 111.966 hectares cultivados no ano anterior (IBGE). Estima-se produtividade de 2.968 kg/ha, e a produção de 271.759 toneladas. O plantio alcançou 50% da área projetada.

Na de Santa Rosa, a área plantada alcança 293.905 hectares. Está prevista retração de 6,11% em relação aos 313.030 hectares ocupados em 2023 (IBGE). A produtividade estimada atinge 3.023 kg/ha, e a produção a ser obtida é de 888.475 toneladas. A área plantada atingiu 70% e deve ser concluída dentro do período de plantio definido pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), que encerra em 20/07.

Algumas lavouras com declividade superior a 6% e sem terraceamento apresentaram erosão do solo, que acarretou abertura de sulcos e perda de sementes e fertilizantes. Parte dos agricultores aproveitou o período entre os cultivos de verão e inverno para refazer ou implantar sistemas de terraços devido aos elevados volumes de chuva, que provocam perda de solo e de nutrientes. Esse trabalho demandou significativa atuação dos extensionistas rurais da Emater/RS-Ascar na locação dessas importantes estruturas de retenção de água e solo.

Terraceamento em lavoura de trigo em Candido Godoi
Fotografia de Joney Braun.

Na de Soledade, a área estimada é de 66.280 hectares, representando decréscimo de 19,43% em comparação à safra anterior, que totalizou 82.268 hectares(IBGE). A produtividade projetada é de 3.009 kg/ha, e a produção de 199.437 toneladas. A área semeada alcançou 50% da projetada. O solo úmido impediu o acesso de máquinas para a continuidade da semeadura. As lavouras apresentam um crescimento reduzido, mas uniforme em termos de germinação e estande de plantas.

Comercialização (saca de 60 quilos)

O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, reduziu 0,72%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 67,93 para R$ 67,44.

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Fonte: EMATER/RS



 

FONTE

Autor:Informativo Conjuntural 1821

Site: Emater/RS

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