O relatório de janeiro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado na quinta, voltou a surpreender o mercado de soja e sustentar as cotações futuras na Bolsa de Chicago. No Brasil, o impacto foi limitado pela queda do dólar frente ao real.
O USDA indicou que a safra norte americana de soja deverá ficar em 4,276 bilhões de bushels em 2022/23, o equivalente a 116,4 milhões de toneladas. A produtividade foi indicada em 49,5 bushels por acre. Em dezembro, as previsões eram de 4,346 bilhões (118,3 milhões de t) e de 50,2 bu/acre, respectivamente. A previsão do mercado era de safra de 4,360 bilhões de bushels ou 118,66 milhões de toneladas.
Os estoques finais estão projetados em 210 milhões de bushels ou 5,71 milhões de toneladas, contra 220 milhões de bushels de dezembro – 5,99 milhões de toneladas. O mercado apostava em carryover de 236 milhões ou 6,42 milhões de toneladas. O USDA indicou esmagamento em 2,245 bilhões de bushels, sem alterações sobre dezembro. A exportação teve sua estimativa reduzida de 2,045 bilhões para 1,99 bilhão de bushel.
O relatório projetou safra mundial de soja em 2022/23 de 388 milhões de toneladas. Em dezembro, a projeção era de 391,17 milhões de toneladas. Os estoques finais estão estimados em 103,52 milhões de toneladas, contra 102,71 milhões de toneladas de dezembro. O mercado esperava por estoques finais de 101,9 milhões de toneladas.
A projeção do USDA aposta em safra americana de 116,4 milhões de toneladas, abaixo dos 118,3 milhões previstos em dezembro. A safra brasileira foi elevada de 152 milhões para 153 milhões de toneladas e a argentina cortada de 49,5 milhões para 45,5 milhões de toneladas.
A China deverá importar 96 milhões de toneladas, com corte de 2 milhões na comparação com o número de dezembro.
Saiba mais sobre o relatório do USDA no programa Pós USDA da SAFRAS TV:
Argentina
Levantamentos divulgados ao longo da semana confirmaram que a safra do país vizinho está comprometida pela questão climática. A menor produção ajudou a sustentar os preços futuros em Chicago.
A estimativa de produção de soja na Argentina para a campanha 2022/23 foi ajustada para 45,6 milhões, realizando um corte produtivo de quase 2,3 milhões de toneladas em relação à projeção de setembro, em função do clima. Na safra anterior, a produção havia atingido 43,0 milhões de toneladas. As previsões são de SAFRAS & Mercado.
“Embora a superfície seja mantida, os rendimentos seriam impactados pela falta de pluviosidade no início da campanha. Por isso, SAFRAS & Mercado diminuiu a estimativa de rendimentos, passando de 2.873 quilos/ha para 2.738 quilos/ha no nível nacional, com maiores cortes na zona núcleo e no nordeste do país”, explicou o analista técnico Bruno Todone.
“Com os dados atualizados, podemos observar que o estado ruim/regular atinge cerca de 40% das lavouras, sendo o maior percentual deste estado em relação aos últimos cinco anos. Do ponto de vista positivo, o status bom/excelente está abaixo de 10%, sendo neste caso a menor percentagem em comparação com as últimas cinco campanhas”, acrescentou Todone.
Fonte: Agência Safras