Objetivou-se com este trabalho avaliar os efeitos da aplicação foliar de ácido fúlvico e Azospirillum brasilense na cultura da soja. O trabalho é dos autores João Victor Silva BERNARDES¹* e Valdeci ORIOLI JÚNIOR², pode ser acessado aqui.
A soja é a principal cultura de grãos no Brasil, visto o aumento significativo ocorrido nas últimas safras no custo de produção da cultura. O uso de bioestimulante e de bactérias promotoras do crescimento pode contribuir para reduzir estes custos e maximizar a produtividade de grãos.
Conhecendo os bioestimulantes:
- As bactérias do gênero Azospirillum são associativas, excretando apenas parte do nitrogênio (N) fixado para a planta;
- As substâncias húmicas, normalmente, estão entre os componentes principais de biostimulantes utilizados nas culturas, sendo representada pelas frações ácido fúlvico e ácido húmico (KELTING et al., 1997).
Considerando as principais limitações atuais da fixação biológica de nitrogênio, torna-se necessário que sejam realizadas pesquisas com novas técnicas que visem uma otimização na absorção deste nutriente pela cultura, bem como, a redução no uso de fertilizantes minerais nitrogenados.
Para realização do trabalho foi utilizado a cultivar M8210 IPRO RR e os tratamentos foram os seguintes: com e sem aplicação de Azospirillum brasilense via foliar x doses de ácido fúlvico via foliar: 0, 150 e 300 mL ha¹ do produto comercial), com quatro repetições. O inoculante utilizado continha estirpes de Azospirillum brasilense e a dose utilizada foi de 200 mL ha¹. As aplicações foram realizadas quando as plantas se encontravam no estádio fenológico V6.
Os resultados mostram que a aplicação foliar de Azospirillum brasilense e ácido fúlvico não influenciou os atributos produtivos da cultura da soja. Os resultados estão dispostos na Tabela 1.
Segundo os autores: “A ausência de efeito significativo quanto à aplicação de Azospirillum pode estar relacionada com as condições climáticas durante a aplicação. Neste estudo, com a intenção de simular o que frequentemente é realizado pelos produtores, a aplicação foi realizada no período da manhã, às 9h00min. No entanto, o período mais recomendado para aplicação deste produto biológico é o final da tarde e início da noite. Quando a aplicação é realizada em condições adequadas, a excreção e regulação hormonal promovida pelas bactérias podem afetar diretamente os tecidos responsáveis pela fotossíntese, incrementando acúmulo de massa (BATTISTUS, 2015) em diversos tecidos e aumento na produtividade (FUKAMI et al., 2016). Contudo, mesmo nestas condições, a falta de efeitos benéficos também já foi notada (ZUFFO et al., 2015).”
Resultado diferente do encontrado no trabalho Uso de bioestimulante e formas de aplicação de Azospirillum brasilense na produtividade de soja onde na presença do bioestimulante, a produtividade com 500 mL ha¹ de A. brasilense foi 32,6% superior a testemunha.
É valido chamar atenção para o fato de que existem algumas diferenças quando se fala em impacto no rendimento pela utilização do bioestimulante, e a valiabilidade de ação pode ser reflexo de vários fatores: momento de aplicação, bioestimulante aplicado, cultivar, solo, clima, enfim, a eficiência vai ao encontro da condição, em situações adversas ao desenvolvimento da cultura, o uso de um bioestimulante pode contribuir para assegurar o rendimento e evitar perdas maiores, cabe ao produtor e técnico fazer juízo do emprego desta tecnologia.
(1) Estudante, Instituto Federal do Triângulo Mineiro, IFTM, Uberaba, Minas Gerais, Brasil.
(2) Professor, Instituto Federal do Triângulo Mineiro, IFTM, Uberaba, Minas Gerais, Brasil.
* Autor Correspondente: E-mail: joaovictorsilvabernardes@gmail.com