O controle de lagartas nas culturas da soja e milho é indispensável para a obtenção de altas produtividades. Dependendo da espécie, as lagartas podem consumir folhas e órgãos reprodutivos da planta, afetando negativamente sua capacidade fotossintética, e a formação de componentes de produtividade.

Dentre as principais espécies, destacam-se as lagartas do complexo Spodoptera, a falsa-medideira (Crhysodeixis includens/Rachiplusia nu/Trichoplusia ni), a lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis) e as espécies de Helicoverpa. Em escala comercial, o controle químico dessas pragas com a aplicação de inseticidas é o método mais utilizado no manejo das lavouras, entretanto, ferramentas biológicas também contribuem para a redução populacional das lagartas.

Algumas dessas ferramentas são espécies parasitoides de ovos, em especial a vespinha Trichogramma pretiosum, considerada a espécie de parasitoides de ovos de lepidópteros mais encontrada na soja, responsável por mais de 90% do parasitismo natural observado nas lavouras (Bueno et al., 2024).


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Segundo Bueno et al. (2024), uma única fêmea de Tr. pretiosum é capaz de parasitar até mais de 50 ovos de pragas em campo durante a sua fase adulta. O tempo de desenvolvimento larval do parasitoide varia dependendo da temperatura e do hospedeiro, mas é aproximadamente de 10 dias a 25°C em ovos de A. gemmatalis e C. includens, sendo possível ver a coloração escura dos ovos entre 4 a 5 dias após o parasitismo.

O Trichogramma pretiosum apresenta maior capacidade em parasitar as lagartas Helicoverpa armigera, Trichoplusia ni e Spodoptera cosmioides (tabela 1), demonstrando haver preferência por essas espécies. No entanto, quando posicionado de forma adequada, esse parasitoide demonstra controlar satisfatoriamente a maioria das lagartas em soja e milho.

Tabela 1. Parasitismo (número de ovos parasitados/fêmea parasitoide durante sua vida adulta) de Trichogramma pretiosum em diferentes ovos hospedeiros.
Fonte: Bueno et al. (2024)

No entanto, para um controle satisfatório das lagartas utilizando o parasitoide Trichogramma pretiosum, é necessário posicionar adequadamente essa ferramenta. Considerando que o controle realizado pelo Tr. pretiosum ocorre no ovo e não na larva, é necessário atuar de forma proativa, liberando as vespinhas de Trichogramma quando observada a presença das mariposas na área de cultivo, utilizando a densidade de parasitoides recomendada para cada tipo de lagarta.

Confira abaixo quando liberar e qual a densidade recomendada de parasitoides de Trichogramma pretiosum para o controle das principais lagartas em soja e milho.

Tabela 2. Produtos oficialmente registrados e recomendações de liberação de Tr. pretiosum contidos na bula dos bioinseticidas.
Fonte: Bueno et al. (2024)

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Referências:

BUENO, A. F. et al. USO DE PARASITOIDES DE OVOS NO MANEJO DE LAGARTAS EM SOJA E MILHO. Embrapa, Circular Técnica n. 110, 2024. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/doc/1163027/1/Com-Tec-110.pdf >, acesso em: 09/10/2024.

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