As perdas nas lavouras de soja na safra 2018/19 tiraram o sossego dos produtores, principalmente no Paraná. Esse é um fato que, de tempos em tempos, se repete por todo o Brasil, afinal, o clima é um importante aliado da agricultura. As condições climáticas estão diretamente ligadas à produção e produtividade nas diferentes culturas agrícolas e, ocasionalmente, suas intempéries resultam em prejuízos para o produtor rural.

Nesse sentido, o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) surgiu para orientar as atividades agrícolas, minimizando as perdas nas lavouras e, claro, no bolso do produtor. O Zarc determina a época mais adequada de plantio, considerando o tipo de cultura, o solo de cada região e a indicação de risco envolvida na produção.

Além de instrumento de gestão de riscos, o Zarc é ferramenta obrigatória para participação nos Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), Programa de Garantia da Atividade Agropecuária da Agricultura Familiar (Proagro Mais) e Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR).

No caso do produtor que contrata os serviços de uma seguradora privada sem o PSR, o Zarc não é obrigatório. Porém, ao longo dos anos, o zoneamento tornou-se referência para a maioria, pois diminui os riscos na produção e, consequentemente, a quantidade de indenizações. O agricultor, ao contratar uma apólice de seguro rural, via de regra, deve seguir as orientações de Zarc para sinistro em caso de perdas por problemas climáticos.

O Zarc possui coordenação política do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), enquanto a coordenação técnica fica sob a responsabilidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Atualmente, são 44 culturas contempladas pela metodologia, cujos estudos se dividem entre 31 unidades da Embrapa, além de outros parceiros. Os resultados são publicados por meio de portarias do Mapa, com classificação por cultura e Estado, contendo mensurações de nível de risco por município, decêndio, tipo de solo e ciclos de desenvolvimento das cultivares.



A FAEP tem atuação direta no Zarc, acompanhando os estudos e reivindicando melhorias para o Paraná. Após a publicação de novas portarias, de acordo com o coordenador do Departamento Técnico Econômico da FAEP, Jefrey Albers, os municípios são consultados para verificar se as definições de zoneamento são condizentes com a realidade.

Além disso, a Federação trabalha pela reivindicação de recursos para atualização e ampliação de Zarc no Estado do Paraná. Em maio deste ano, a FAEP, em conjunto com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de Estado do Paraná (Seab) e a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), enviou um ofício ao Mapa solicitando alterações nas culturas da soja, milho e citros, de acordo com as demandas das regiões.

Algumas unidades da Embrapa são especializadas em determinados cultivos, como a Embrapa Soja, Embrapa Milho e Sorgo, Embrapa Arroz e Feijão, entre outras. “Essas unidades têm o especialista na cultura que faz a coordenação do zoneamento em nível nacional, em colaboração com todos os outros centros espalhados pelo país, aproveitando o conhecimento local.

Além de desempenhar esse papel na liderança dos diferentes cultivos, há o apoio regional, fazendo a ligação com o setor produtivo nas respectivas regiões”, explica o coordenador da Rede Zarc-Embrapa, Eduardo Monteiro.

Segundo informações da Embrapa Informática, unidade responsável pela coordenação geral do Zarc, a base para os estudos são as condições de tempo e clima de cada região e as necessidades de cada cultura. Para fazer a avaliação de risco e chegar ao resultado final de Zarc são trabalhados dados meteorológicos e conhecimentos agronômicos, que concentram as características de cada cultura, assim como o ciclo de desenvolvimento e as necessidades fisiológicas da planta.

No Brasil, os principais fatores de risco são deficiência hídrica ocasionada pelas secas, excesso de chuvas, vendavais, granizo e geadas, este último com maior ocorrência na região Sul devido às baixas temperaturas.

Confira a matéria completa no Boletim Informativo do Sistema FAEP.

Fonte: Sistema FAEP

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.