O período foi marcado pela ocorrência de chuvas de baixo volume na maior parte do RS. A temperatura se manteve amena durante o dia e predominou o ar seco que deixou o tempo firme em todo Estado. Essas condições têm contribuído para ampliação das perdas na cultura, exigindo que os produtores de todas as regiões recorram à cobertura de Proagro e
de seguros. Segue a colheita da soja; lavouras predominantemente em maturação.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Ijuí, as precipitações retornaram na semana, embora com distribuição irregular. O volume insuficiente das chuvas não atenuou os efeitos das perdas ocasionadas pelo déficit hídrico, principalmente nas cultivares mais tardias. A cultura se encaminha para o final de ciclo, predominando nas lavouras as fases de maturação (58%) e colheita (37%). No momento, a produtividade está em 2.245 quilos por hectare.

A estiagem tem influenciado no comportamento as plantas. Nas cultivares mais tardias e/ou plantadas no final do período recomendado pelo zoneamento, aumenta a morte de plantas, que iniciou em áreas específicas e, posteriormente, foi se ampliando na lavoura. Há áreas que apresentam plantas com retenção de folhas, queda de vagens e diminuição do tamanho de grãos. As lavouras colhidas têm evidenciado elevada quantidade de grãos esverdeados e imaturos. Igualmente, o tamanho e o peso têm se mostrado muito abaixo da ficha técnica das cultivares, impactando diretamente na redução e produtividade.

Na região de Santa Rosa, 1% da área de soja está na fase de desenvolvimento vegetativo (lavouras da safrinha), 3% em floração, 15% em enchimento de grãos e 48% em maturação. Com as condições meteorológicas favoráveis, a atividade de colheita alcançou 33% das lavouras. A produtividade tem variado de acordo com o regime de chuvas ocorridas no período de floração e enchimento de grãos e também devido à influência do tipo de solo e do manejo da área com rotação de cultivos de verão. Outra questão observada é a qualidade dos grãos; as vagens estão com má formação de grãos, que apresentam tamanho pequeno, coloração esverdeada, indicando maturação forçada; além disso, há também falta de grãos, principalmente no terço superior nas vagens.

A chuva de quarta-feira não trouxe mudança no cenário geral, que sinaliza redução de rendimento. As lavouras de segundo plantio, semeadas após a colheita do milho, tiveram boa emergência e são as mais beneficiadas com a chuva ocorrida. A produtividade atual é de 1.994 quilos por hectare.



Na de Santa Maria, a fase predominante nas lavouras é a maturação, com 43%. O tempo favorável tem permitido a colheita, chegando a 27% das áreas cultivadas. A região sentiu intensamente a estiagem. As perdas têm aumentado e já ultrapassam a média de 50%. Em Tupanciretã, onde já estão colhidos 22% da área, o rendimento varia de 480 a 2.400 quilos por hectare.

Na região da Emater/RS-Ascar de Bagé, 47% das lavouras estão entre as fases de florescimento e enchimento de grãos, 40% em maturação fisiológica e 13% já foram colhidas. Durante a semana, mesmo com as precipitações, os rendimentos obtidos nas áreas colhidas variaram de 600 a 1.800 quilos por hectare, mantendo-se semelhantes aos obtidos na semana anterior, o que indica consolidação dos prejuízos advindos da estiagem.

Na regional de Soledade, 5% das lavouras estão em enchimento de grãos, 75% em maturação e 20% já foram colhidas. As lavouras colhidas expressam o efeito que a estiagem provocou nas plantas ao longo do ciclo. A produtividade média é de 1.680 quilos por hectare. As variações de rendimento ocorrem em lavouras formadas tanto por variedades precoces como por aquelas de ciclo médio e tardio. O estresse hídrico faz com que as lavouras modifiquem o ciclo, o que resulta em grãos com menor tamanho e peso, além de apresentarem aspecto esverdeado.

Na de Frederico Westphalen, a colheita segue avançando e já chegou a 50%. Das demais lavouras, 7% estão na fase de floração, 9% em enchimento de grãos e 34% em maturação. A produtividade média é de 2.421 quilos por hectare. A continuidade da estiagem aliada à alta temperatura está comprometendo o rendimento, e as perdas já atingem 26%; o quadro poderá se agravar caso não ocorram chuvas nos próximos dias.

Na região da Emater/RS-Ascar de Erechim, 60% da cultura está colhida e 40% em enchimento de grão e maturação. O volume das precipitações na semana variou entre 17 e
57 milímetros. Apesar de essas chuvas terem aliviado parcialmente o impacto da estiagem,
há sérios problemas de falta de água nos estabelecimentos, e nos rios e córregos há pouca
ou quase nenhuma vazão. As perdas aumentam conforme a colheita avança.

A produtividade média é de 2.443 quilos por hectare, que reflete perdas de 36% em relação à estimativa inicial.

Na de Caxias do Sul, com a predominância de dias secos, a colheita avança em ritmo acelerado. A maturação vem ocorrendo de forma desuniforme, com grãos demasiadamente
secos e outros ainda verdes, dificultando a tomada de decisão dos produtores sobre o melhor momento para a colheita. Lavouras com variedades mais suscetíveis apresentam grande quantidade de plantas mortas que secaram antecipadamente pelos efeitos da estiagem; outro dos efeitos é o ataque de doenças como o fungo Fusarium, que tem provocado a morte precoce da planta, sem que ela complete o enchimento dos grãos.

Na regional da Emater/RS-Ascar de Porto Alegre, 1% das lavouras estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 5% em floração, 19% em enchimento de grãos, 42% em maturação e 33% foram colhidos. A sequência de dias sem chuvas tem afetado a cultura, implicando em perdas decorrentes da desuniformidade de crescimento das plantas, do aborto de flores e das dificuldades para o enchimento de grãos.

As chuvas ocorridas na semana foram insuficientes para recuperar os cultivos, mas atenuaram os problemas nas lavouras em enchimento de grãos. A estimativa é que o rendimento continue reduzindo; a média regional está em 1.680 quilos por hectare. Em geral, até o momento, as lavouras estão sadias, sem presenças de doenças. Por outro lado, o tempo seco favoreceu a ocorrência de ataques de pragas, principalmente lagartas e percevejo, exigindo cuidados.

Na de Pelotas, a cultura se encontra predominantemente na fase de enchimento de grãos (60%). A colheita já atinge 7% dos plantios na região. Em Pelotas e São Lourenço do Sul, estão colhidos 15%; em Cerrito, Santana da Boa Vista e Herval, 20%; em Canguçu e Jaguarão, 10% e 8%, respectivamente. As produtividades têm alcançado entre 1.400 a 1.500 quilos por hectare. Não há ocorrência da ferrugem asiática nem de surtos significativos das demais doenças e pragas.

Na de Passo Fundo, intensifica-se o ritmo da colheita, que já chega a 42%. O restante se encontra em fase de enchimento de grãos (8%) e em maturação (50%). As precipitações ocorridas, com média de 16,8 milímetros, não foram suficientes para evitar a redução dos rendimentos na cultura.

Mercado (saca de 60 quilos)

Segundo o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar para a soja comercializada no Estado, a cotação média foi de R$ 88,52/sc., com aumento de 4,01% em relação à da semana anterior.



Na região de Santa Rosa, o preço da soja esteve em elevação, sendo comercializada entre R$ 86,50 e R$ 88,00/sc.; em Caxias do Sul, a R$ 88,00 e na região de Ijuí, ao preço de R$ 86,67; em Santa Maria, chegou em R$ 86,50 e na de Porto Alegre, em R$ 86,00. Na região
de Bagé, o preço oscilou entre R$ 76,50 e R$ 91,00. Em Erechim, o preço da saca foi cotado em R$ 89,00; em Passo Fundo, a R$ 84,00 e na de Soledade, R$ 88,00; na região de Frederico Westphalen, o preço chegou em R$ 88,00; na de Pelotas, entre R$ 91,00 e R$ 95,00/sc.

Fonte: Emater/RS

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