As cotações do trigo igualmente recuaram durante a semana, chegando a bater em US$ 5,03/bushel no dia 02/07, para posteriormente se recuperarem um pouco e fecharem em US$ 5,18 no dia seguinte (04/07), para o primeiro mês cotado. Mesmo assim, bem abaixo dos US$ 5,47 de uma semana antes, porém, próximas da média de junho, a qual ficou em US$ 5,12/bushel.

O relatório de plantio do dia 28/06 apontou uma área menor em 5% para o trigo, em relação ao ano anterior, com a mesma ficando em 18,4 milhões de hectares. Ao mesmo tempo, o relatório de estoques trimestrais, na posição 1º de junho, reduziu igualmente em apenas 2% os mesmos em relação a 2018. Assim, o volume seria de 29,1 milhões de toneladas em 1º de junho do corrente ano.

Tais números acabaram sendo baixistas para o mercado, pois dentro do esperado, apesar da área semeada ser a menor desde 1919, quando os registros a respeito começaram a ser realizados nos EUA.

Em paralelo, o clima melhorou nos EUA, favorecendo o desenvolvimento da planta de trigo, enquanto o Conselho Internacional de Grãos voltou a elevar a produção mundial de trigo, agora para 769 milhões de toneladas, contra 766 milhões em maio.

Por outro lado, já começou a entrar trigo novo do mercado estadunidense, oriundo da safra atual, enquanto as inspeções de exportação atingiram a 609.037 toneladas na semana encerrada em 27/06, ficando acima do esperado pelo mercado.

No Mercosul, os preços da tonelada FOB de trigo para exportação permaneceram entre US$ 230,00 e US$ 240,00 na compra, enquanto a safra nova argentina ficou em US$ 185,00.

Já no Brasil, os preços continuaram estáveis, com o balcão gaúcho fechando a semana na média de R$ 40,76/saco, enquanto os lotes se conservaram em R$ 46,80/saco. Em Santa Catarina e no Paraná os preços se mantiveram idênticos aos da semana passada.



Em termos de comercialização o cenário continua sendo de pouca liquidez, com o mercado comprador ainda abastecido e esperando a entrada da nova safra. Para tanto, os moinhos administram suas moagens, alongando estoques. Na medida em que a colheita do Paraná se aproxima, o viés de baixa vai se instalando no mercado.

Entretanto, a possibilidade de geadas amplas, a partir da frente fria severa que atingiu o sul do país nestes primeiros dias de julho, está preocupando os produtores do Paraná. É possível que haja perdas importantes nos trigais semeados mais cedo naquele Estado em função do fenômeno. Nas próximas semanas teremos maiores informações a respeito.

Quanto ao plantio, no Rio Grande do Sul o mesmo caminha para 80% da área enquanto no Paraná o mesmo se aproxima do final. Já na Argentina, o plantio atingia a 60% da área esperada nesta virada de mês.

Além do clima nas regiões produtoras locais, o mercado continua atento ao câmbio e as paridades de importação. Neste último caso, se o Real se valorizar mais tornará a importação mais barata em moeda nacional. Todavia, se a desvalorização for a tônica, o produto externo ficará mais caro, ajudando a elevar o preço do trigo brasileiro.


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CEEMA

Fonte: Informativo CEEMA UNJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1) e de Jaciele Moreira (2).

1 – Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
2-  Analista do Laboratório de Economia da UNIJUI, bacharel em economia pela UNIJUÍ, Tecnóloga em Processos Gerenciais – UNIJUÍ e aluna do MBA – Finanças e Mercados de Capitais – UNIJUÍ e ADM – Administração UNIJUÍ.

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