A cultura retomou o desenvolvimento com a normalização das chuvas, apesar da sua distribuição desuniforme. As fases da lavoura são as seguintes: 24% na fase de desenvolvimento vegetativo, 33% em floração, 42% na fase de enchimento de grãos e 1% maduro e por colher.

A área cultivada com soja na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Maria representa 16,7% da área de soja do Estado. O plantio está finalizado na região, dentro do período recomendado pelo zoneamento agrícola de risco climático; atualmente 54% das lavouras estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 34% em floração e 12% em enchimento de grãos. Muitas delas tiveram problemas de germinação e/ou morte de plântulas, e algumas áreas foram replantadas. Há ocorrência de áreas desuniformes, com baixo estande de plantas, o que deverá afetar de forma negativa o teto produtivo das lavouras. As perdas mantêm-se estáveis em virtude da melhoria das condições climáticas.

Na regional de Ijuí, que representa 16,3% da área com soja do RS, 11% das lavouras estão em fase de desenvolvimento vegetativo, 49% em floração, 39% em enchimento de grãos e 1% na fase de maturação. O desenvolvimento da cultura nesta semana se deu sob condições diferenciadas, conforme a disponibilidade de umidade no solo. Nas áreas onde as precipitações atingiram volumes adequados, a perspectiva de produtividade está próxima da projetada inicialmente.

Já nos locais onde ocorreu menor volume de precipitações, a soja apresenta sintomas de déficit hídrico, com folhas murchas durante a tarde, quando as temperaturas se elevam. As lavouras evoluem rapidamente para o estádio reprodutivo, com a maior parte delas atualmente em floração. O clima seco proporciona aumento da incidência de ácaros e tripes. Em Ijuí, os técnicos da Emater também têm observado o aumento da incidência de lagartas. São baixos os sintomas de infecção por doenças; mesmo assim, os produtores dão continuidade aos tratamentos fitossanitários.

Na regional administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, que apresenta 13,1% da área da cultura no Estado, as lavouras de soja foram beneficiadas com as chuvas nesta semana, ocorridas em parte da região. Em Hulha Negra, um dos municípios beneficiados na região da Campanha, as lavouras de ciclo precoce estão em fase de enchimento dos grãos, e as de ciclo médio chegam à fase de floração.

Apesar da desuniformidade no estande de muitas lavouras em função do déficit hídrico anterior, o potencial produtivo da cultura ainda se apresenta próximo da média histórica do município. Em muitas lavouras não deverá ocorrer o fechamento de entrelinhas e observa-se pequeno desenvolvimento vegetativo. As lavouras que apresentam melhor resistência das plantas ao estresse hídrico e térmico são aquelas implantadas em áreas de plantio direto, com boa quantidade de palhada.

De forma geral, a fitossanidade é boa, e os produtores realizam os controles necessários. Também em Dom Pedrito a cultura foi beneficiada com a volta das chuvas, ocorridas a partir de 10 de janeiro; atualmente 50% da área plantada está na fase de florescimento e outros 50% na fase vegetativa; é bom o estado fitossanitário das lavouras. Em Rosário do Sul, ocorre a aplicação de herbicidas pós-emergentes e de inseticidas para controle de lagarta e percevejo nas lavouras semeadas no cedo, em fase de floração e enchimento de grãos; também são feitas aplicações de fungicida.



Em outra parte da região, como em São Gabriel, permanece a preocupação com a produtividade devido à falta da chuva. As lavouras apresentam falhas, e as plantas têm desenvolvimento abaixo do esperado; assim, deverão apresentar redução da produtividade. As lavouras emergidas recentemente apresentam falhas, principalmente em solos mais arenosos; estima-se que tenha ocorrido replantio em torno de 10% da área plantada. A maioria dos produtores está enfrentando ataque de lagartas nas lavouras.

Na de Santa Rosa, que compreende 11,8% da área de soja do Estado, 22% das lavouras implantadas estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 54% em floração e 24% em enchimento de grãos. Algumas poucas lavouras entraram em maturação e outras foram colhidas, mas não atingem índices representativos na cultura. A chuva ocorrida em todas as localidades nas últimas semanas estancou o efeito do déficit hídrico; as plantas apresentam excelente reação, com brotação de novos ramos, folhas, floradas e formação de novas vagens.

Porém, as áreas implantadas em outubro com cultivares de ciclo precoce, em cerca de 3% da área total, tiveram o rendimento prejudicado de forma irreversível, pois estavam nas fases de floração e enchimento de grãos no período de déficit hídrico e de temperaturas elevadas. Não se observa ocorrência de ferrugem asiática nas lavouras, mas seguem os tratamentos preventivos com fungicidas na maior parte delas.

Em Tuparendi, em duas lavouras acompanhadas nas quais é realizado o manejo integrado de pragas e doenças (MIPMID), a população de lagartas é pequena e está parasitada por inimigos naturais, sem a presença de percevejos; também não há registro de ferrugem. Nas lavouras de segundo plantio – a safrinha, implantadas sobre a resteva de milho, o estande é bom e não há relatos de tombamento de plântulas. As condições climáticas atualmente são favoráveis, garantindo a sanidade das lavouras recém-implantadas; nessas áreas os produtores realizam o controle das ervas daninhas.

Na de Passo Fundo, a área de soja corresponde a 11% dos cultivos no Estado, e as fases da cultura são as seguintes: 10% na fase de desenvolvimento vegetativo, 60% em florescimento e 30% em enchimento de grãos. Os produtores realizam aplicação de fungicidas para o controle de doenças.

Até o momento a ocorrência de pragas é limitada, com incidência de lagartas, mas abaixo dos níveis de controle recomendados; relata-se também que, a partir do período reprodutivo das lavouras, há ocorrência de percevejos, predominantemente do percevejo marrom (Euschistus heros). A redução das precipitações dos últimos meses prejudicou o desenvolvimento da cultura, com pequena perda de produtividade; as perdas maiores ocorrem em Camargo, Casca, Ernestina, Nova Alvorada e São Domingos do Sul.

Na regional da Emater/RS-Ascar de Soledade, onde a cultura representa 7,3% da área do Estado, 20% das lavouras estão em fase de desenvolvimento vegetativo, 60% em floração e 20% em enchimento de grãos. A cultura da soja foi favorecida pelas condições climáticas da semana na maior parte da região, e a ocorrência de chuvas de volumes moderados proporcionou a melhoria da umidade do solo; as temperaturas mais amenas e a boa radiação solar também favoreceram a cultura, cuja maior parte se encontra em florescimento e enchimento de grãos.

No Baixo Vale do Rio Pardo, houve mortalidade de plântulas, decorrente das condições do solo seco à época da emergência; com a normalização da umidade do solo, parte dessas falhas vem sendo compensada pelo fato de as plantas estarem emitindo maior número de ramificações.



As condições de tempo mais ameno e a maior umidade relativa do ar propiciam ambiente favorável à incidência de doenças, principalmente a ferrugem asiática. Os produtores continuam realizando tratamentos fúngicos preventivos. Em relação às pragas, há baixa incidência de lagartas, com ocorrência pontual da Spodoptera e da falsa medideira; em algumas lavouras, a presença de percevejos e ácaros vem sendo controlada.

Na regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, onde a cultura representa 7% da área do Estado, as lavouras se encontram nas seguintes fases: 10% em desenvolvimento vegetativo, 20% em floração, 60% em enchimento de grãos, 8% em maturação e 2% das lavouras já foram colhidas. Em algumas áreas, a produtividade média chegou a 3.140 quilos por hectare.

Com a volta das chuvas nos últimos dias, a cultura teve uma boa recuperação, principalmente nas lavouras semeadas a partir de novembro; porém, estima-se uma redução no potencial produtivo, que será maior naquelas áreas de solos rasos. Os produtores realizam o controle de doenças fúngicas e de pragas, com dificuldades para a realização das pulverizações em decorrência das temperaturas elevadas, da baixa umidade do ar e devido às condições de estresse hídrico das plantas.

Na região de Pelotas, que conta com 6,8% da área de soja do Estado, a fase é de desenvolvimento vegetativo em 18% das lavouras, em outras 54% a fase é de floração e outras 28% estão em enchimento de grãos. Ocorreram chuvas na semana, porém com volumes bastante variados e distribuição irregular nos municípios da região. Em geral, a precipitação ocorrida não foi suficiente para as necessidades da cultura, principalmente para as lavouras em fase de floração e enchimento de grãos. Embora já venham ocorrendo perdas de produtividade, ainda há possibilidade de as lavouras atingirem produção razoável.

O manejo da cultura segue com a aplicação de inseticidas para controle de lagartas, principalmente com o uso dos inseticidas denominados fisiológicos; também é realizada a aplicação de fungicidas para o controle preventivo das doenças. A incidência da ferrugem asiática ainda não foi detectada na região. O monitoramento é realizado através do coletor de esporos instalado em Capão do Leão e com informações dos municípios.

Na de Erechim, com 4% da área da cultura no Estado, 15% das lavouras estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 59% em floração, 25% em enchimento de grãos e já foi colhido 1% da soja. Em algumas lavouras colhidas, a produtividade média foi de 40 sacos por hectare. Não houve identificação de focos de ferrugem na região do Alto Uruguai, mas são realizados tratos sanitários preventivos.

Na de Caxias do Sul, onde há 3,7% da área de soja do Estado, as lavouras mostraram boa recuperação devido às condições climáticas favoráveis do período. Em sua maioria estão em fase de floração, e algumas iniciam a formação de vagens e o enchimento do grão. Os produtores aproveitaram a semana para a realização de tratamentos fitossanitários preventivos, pois de maneira geral as lavouras apresentam boas condições de sanidade.

Na regional administrativa da Emater/RS-Ascar de Porto Alegre, que representa 2% da área com soja no RS, as chuvas ocorridas na última semana foram expressivas em alguns municípios e pouco significativas em outros, mas contribuíram para atenuar os efeitos da estiagem.

Pode haver a recuperação do potencial produtivo da cultura, porém há perdas relacionadas à ocorrência de problemas de germinação, que resultaram em lavouras desuniformes e falhadas, com estande abaixo do ideal, e oportunizaram o surgimento de plantas daninhas. As lavouras também apresentam pequeno porte e têm o desenvolvimento vegetativo afetado. Os tratos culturais e os tratamentos fitossanitários foram retomados com a volta das chuvas.

Mercado (saca de 60 quilos)

Segundo o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar para a soja comercializada no Estado, a cotação média foi de R$ 76,67/sc., com redução de 1,05% em relação à semana anterior.

Na região de Passo Fundo, a soja é comercializada a R$ 75,00 e na de Erechim, a R$ 79,00; na de Santa Rosa, a R$ 73,02; em Caxias do Sul, a R$ 76,00. Na região de Bagé, oscilou entre R$ 71,00 e R$ 86,00 e na de Soledade, entre R$ 75,50 e R$ 77,50; em Porto Alegre, as oscilações de preço se mantiveram entre R$ 78,00 e R$ 87,00; na região de Frederico Westphalen, variaram entre R$ 75,50 e R$ 76,50; na de Santa Maria, entre R$ 73,00 e R$ 78,00; na de Ijuí, entre R$ 73,00 a R$ 77,00/sc. e na de Pelotas, entre R$ 78,50 e R$ 87,00/sc.

Fonte: Emater/RS

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