Por Argemiro Luís Brum

O bushel de trigo, para o primeiro mês cotado, fechou a quinta-feira (05), em Chicago, valendo US$ 5,45, contra US$ 5,34 uma semana antes. A média de maio ficou em US$ 5,24/bushel, ou seja, 2% abaixo da média de abril.

Dito isso, nos EUA a colheita do trigo de inverno chegou a 3% no dia 1º de junho, ficando dentro da média para a data. Já as condições das lavouras ainda a colher, deste trigo, se apresentavam com 52% entre boas a excelentes, outras 30% se encontravam regulares e 18% entre ruins a péssimas. Enquanto isso, o trigo de primavera estava com 95% da área esperada já semeada, contra a média de 90%. Em torno de 73% das lavouras semeadas estavam germinadas, sendo que as condições das lavouras estavam com 50% entre boas a excelentes, 37% regulares e 13% ruins.

Em paralelo, na semana encerrada em 29/05 os EUA embarcaram 552.910 toneladas do cereal, com este volume ficando dentro das expectativas do mercado. Em todo o atual ano comercial, até aqui, as exportações de trigo estadunidense somam 21,8 milhões de toneladas, ou seja, 17% a mais do que na mesma época do ano anterior.

Ainda no mercado internacional do trigo, segue a preocupação com o comércio junto ao Mar Negro depois de um aumento nos confrontos bélicos entre Rússia e Ucrãnia nestes últimos dias.

Já na China, duas das principais províncias produtoras de trigo continuam enfrentando problemas climáticos, fato que leva a uma redução na produção do cereal.

E no Brasil, os preços se mantiveram estagnados em R$ 70,00/saco nas principais praças gaúchas e R$ 80,00 no Paraná.

Com a possibilidade de uma safra cheia na Argentina, mesmo com alguns problemas pontuais de produção mundo afora, o mercado do cereal encontra dificuldades para elevar seus preços.

Assim, o mercado do trigo, no Sul do país continua lento, embora o cenário para a próxima safra preocupe devido a forte redução esperada na área a ser semeada. “No Rio Grande do Sul os moinhos estão praticamente abastecidos até julho, com negócios ocorrendo apenas da mão para a boca. Os preços variam de R$ 1.300,00 a R$ 1.400,00/tonelada no interior, dependendo da localização. Moinhos sinalizam pagamentos de R$ 1.300,00/tonelada, mas produtores só vendem a R$ 1.350,00 FOB quando estão próximos dos compradores. Novas projeções começam a indicar que a redução na área semeada no Rio Grande do Sul pode não ser de 18%, mas sim de até 40% já que se estima uma redução de 60% na venda de sementes de trigo.” Se isso realmente vier a ocorrer, os preços locais do cereal tendem a subir no final do ano e, talvez, até antes.

Por enquanto, no mercado futuro houve oferta de trigo gaúcho a R$ 1.250,00/tonelada FOB, mas sem interesse por parte dos compradores. Para exportação em dezembro, os preços chegaram a R$ 1.330,00. Já em Santa Catarina, o mercado está com poucas negociações e leve recuo nos preços FOB, atualmente na faixa de R$ 1.400,00/tonelada. “O plantio da safra nova está atrasado, pois ainda não entrou na janela ideal. Relatos indicam queda de 20% nas vendas de sementes em relação ao ano anterior.” Nos preços da pedra, há estabilidade entre R$ 75,00 e R$ 80,00/saco. E no Paraná, o mercado está praticamente parado. Vendedores pedem no mínimo R$ 1.550,00/tonelada FOB, enquanto compradores oferecem até R$ 1.500,00, com entrega em julho e pagamento em agosto. Há trigo do Rio Grande do Sul sendo negociado a R$ 1.350,00/tonelada FOB, acrescido de frete e ICMS. O mercado de importados segue pressionado, com o preço caindo para US$ 270,00/tonelada. Na safra nova, compradores oferecem R$ 1.400,00/tonelada para outubro e R$ 1.350,00 para novembro, mas não encontram vendedores (cf. TF Agronômica).

Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).



 

FONTE

Autor:Informativo CEEMA UNIJUÍ

Site: Dr. Argemiro Luís Brum/CEEMA-UNIJUÍ

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