Por Argemiro Luís Brum
O primeiro mês cotado, em Chicago, fechou o dia 18/12 com o bushel de trigo valendo US$ 5,07. Nesta semana houve um claro recuo nas cotações deste cereal, já que uma semana antes o bushel valia US$ 5,34. No ano passado, nesta data, o valor do trigo estava em US$ 5,41/bushel, situação que confirma, igualmente, uma estabilidade média deste mercado nestes últimos 12 meses.
Dito isso, no mercado europeu, os contratos futuros de trigo, negociados em Paris, atingiram os níveis mínimos devido a valorização do euro e a concorrência do trigo argentino. Na semana, o contrato março bateu em 185,75 euros/tonelada.
E aqui no Brasil, os preços se mativeram estáveis, com as principais praças gaúchas se mantendo entre R$ 54,00 e R$ 55,00/saco, enquanto no Paraná os valores permaneceram entre R$ 64,00 e R$ 66,00. No ano passado, nesta mesma época, o saco de trigo no Rio Grande do Sul valia ao redor de R$ 65,00 a R$ 66,00, enquanto no Paraná o mesmo estava em R$ 72,00.
Existe tendência de ampla disponibilidade de trigo no mercado mundial, para 2025/26, dificultando elevações de preços internacionais. Além disso, o consumo cresce de forma menos intensa, o que eleva os estoques mundiais.
Enfim, em seu relatório de dezembro a Conab aumentou um pouco sua estimativa de colheita brasileira, que acaba de encerrar, passando a mesma para 7,9 milhões de toneladas. A área total brasileira chegou a 2,444 milhões de hectares, com recuo de expressivos 20,1% sobre o ano anterior, enquanto a produtividade média melhorou em 26,3%, atingindo a 3.257 quilos/hectare, ou seja, 54,3 sacos/hectare. Segundo este órgão público, a produção gaúcha teria chegado a 3,66 milhões de toneladas, com recuo de 6% sobre a safra passada, a partir de uma área semeada de 1,155 milhão de hectares (13,7% a menos do que o realizado no ano anterior) e uma produtividade média de 3.172 quilos/hectare (52,9 sacos/ha), ou seja, 8,5% acima do registrado na safra anterior. Já no Paraná, a produção final ficou em 2,778 milhões de toneladas, ainda 16% acima da frustrada safra de 2024. A área paranaense chegou a apenas 819.000 hectares, com um recuo de 28,6% sobre o ano anterior, porém, a produtividade média saltou 62,5%, chegando a 3.392 quilos/hectare (56,5 sacos/ha). Apesar destes números, é importante lembrar que parte do trigo brasileiro, colhido nesta safra, novamente apresenta baixa qualidade, sendo destinado apenas para ração a preços bem menores do que os indicados anteriormente.
Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).







