Cenário favorável: Os preços das paridades de exportações da pluma de algodão em Mato Grosso apresentaram uma valorização em janeiro para os contratos de jul/20 e dez/20. Dessa forma, até a última quinta-feira (23/01) as cotações avançaram 3,66% e 1,80%, quando comparado ao mesmo dia no mês passado, ficando em R$ 98,82/@ e R$ 100,41/@, para jul/20 e dez/20, respectivamente.
Tal aumento está atrelado às cotações da bolsa de Nova York e à valorização da moeda norte-americana, que por sua vez é reflexo da assinatura da primeira fase do acordo comercial entre a China e os EUA. Outro ponto que também contribuiu na alta das cotações foi a redução na estimativa de oferta mundial.
Sendo assim, com o dólar favorável até o momento, os estoques reduzidos e uma demanda praticamente estável, os preços em Mato Grosso poderão continuar atrativos no mercado futuro.
Confira os principais destaques do boletim:
• O preço da pluma Imea-MT encerrou em alta semanal de 1,34% e cotado a um preço médio de R$ 83,22/@.
• O dólar seguiu uma trajetória de alta de 0,49% na semana, proveniente da disseminação do coronavírus na China, aliada aos pronunciamentos no Fórum Econômico Mundial de Davos. Dessa forma, ficou cotado a R$ 4,19/US$.
• Com o período da entressafra os subprodutos de algodão mato-grossense finalizaram a semana com uma valorização de 4,44%, 0,35% e 3,68%. Com isso, o caroço, a torta e o óleo ficaram cotados a R$ 495,40/t, R$ 549,93/t e R$ 2.356,14/t, respectivamente.
• Com uma trégua nas chuvas e um bom andamento na colheita da soja em MT, a semeadura do algodão para a safra 19/20 registrou um avanço semanal de 28,49 p.p., alcançando 56,58% do total da área estimada para o estado.
EUA X BRASIL: O mercado de commodities tem se mantido incerto quanto ao tratado entre a China e os EUA, visto que ainda não foi especificado quanto de cada produto deve ser adquiridos. Mas, com a assinatura da primeira fase do acordo comercial entre as grandes potências, é previsto que os chineses adquiram US$ 32,00 bilhões em produtos agrícolas dos EUA em dois anos.
Já para o algodão a dúvida permanece grande, uma vez que a China é o maior consumidor da fibra e no último ano tem destinado sua demanda para outros mercados, como o do Brasil, que em 2019 aumentou os envios em 67,92% para o país asiático.
Foram exportados 499,67 mil toneladas, contra 292,36 mil toneladas dos EUA, as quais, por sua vez, foram -34,05% em relação a 2018. No entanto, mesmo com uma redução neste primeiro momento por parte da demanda chinesa, o algodão brasileiro pode aparecer em outros mercados, visto que um dos principais exportadores, a Austrália, vem enfrentando dificuldades na safra.
Fonte: IMEA