Uma das principais plantas daninhas presente em grande parte das áreas de cultivo da soja, o capim-amargoso destaca-se pelo rápido crescimento e elevado potencial em causar danos. Segundo Gazziero et al. (2012), dependendo da população de capim-amargoso, reduções de produtividade da soja de até 44% podem ser observadas.

Os autores destacam que a medida em que a população da daninha aumenta, ocorre o aumento da sua interferência na produtividade da soja, interferência essa causada principalmente pela matocompetição.



Figura 1. Produtividade da soja em função de diferentes densidades populacionais de capim-amargoso.

Fonte: Gazziero et al. (2012)

Além do rápido crescimento, a formação de touceiras e a presença de caules subterrâneos do tipo rizoma são características que aliadas a resistência do capim-amargoso a herbicidas, dificultam o manejo e controle dessa planta daninha. Até então, tinha-se conhecimento que o capim-amargoso apresentava apenas resistência simples a herbicidas inibidores da ACCase e da EPSPs em território brasileiro. Entretanto, houve um recente relato de caso de resistência herbicidas pertencente aos grupo dos Inibidores da ACCase (Grupo A): fenoxaprop-P-etil e haloxifop-P-metil, e Inibidores da EPSPs (Grupo G): glifosato (Heap).

Clique aqui e confira o comunicado do Hrac Brasil, divulgado em fevereiro de 2021

Com isso em vista, é necessário rever algumas estratégias de manejo dessa planta daninha que podem estar sendo esquecidas, tais como rotação de culturas, uso de sementes certificadas, limpeza de máquinas, utilização de herbicidas pré-emergentes entre outras. Embora a eficiência dessas práticas não possa ser comparada ao controle químico, elas são extremamente importantes para a manutenção da eficiência desse controle, principalmente se tratando de espécies com resistência conhecida.

A boa e velha rotação de culturas é uma das principais estratégias para controle do capim-amargoso e outras daninhas, principalmente se tratando de espécies fotoblásticas positivas, as quais necessitam de luz para germinar. Dessa forma, deve-se repensar o manejo utilizado para o controle de daninhas, reduzindo a pressão de seleção de biótipos resistentes para que novos casos de resistência não venham a ocorrer.

Referências:

GAZZIERO, D. L. P. EFEITOS DA CONVIVÊNCIA DO CAPIM-AMARGOSO NA PRODUTIVIDADE DA SOJA. XXVIII Congresso Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas na ERA da Biotecnologia, 2012. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/67061/1/733-XXVIIICBCPD.pdf >, acesso em: 10/02/2021.

HEAP, I.  THE INTERNATIONAL HERBICIDE-RESISTANT WEED DATABASE. Disponível em: < http://weedscience.org/Pages/Species.aspx >, acesso em: 10/02/2021.

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