Por Ivan Ramos, diretor executivo da Fecoagro

Há uma grande pressão para o plantio da safra de verão, e nesse momento, os agricultores estão executando seus planos. Embora tenham começado um pouco atrasados, agora estão acelerando para economizar tempo, aproveitando as condições climáticas que desempenham um papel crucial na agricultura. Como mencionado anteriormente, o atraso na aquisição de insumos, especialmente fertilizantes, afetou toda a cadeia. Isso causou atrasos nas importações de matérias-primas e prejudicou a logística, especialmente o transporte marítimo. 

Neste momento, há navios cheios de fertilizantes em todos os portos brasileiros enfrentando problemas de espaço para atracar e abastecer as indústrias que produzem as fórmulas necessárias para cada cultura. Essa reação em cadeia compromete a capacidade de produção das fábricas, o que resulta em atrasos no transporte rodoviário dos produtos acabados até as cooperativas e fazendas, aumentando os custos de frete. Esse problema na safra é atribuído ao comportamento anormal dos mercados internacionais de grãos e insumos agrícolas no ano passado e no início deste ano. 

Os agricultores esperavam que os preços dos insumos caíssem e os preços dos grãos aumentassem, mas isso não aconteceu. Pelo contrário, os preços dos insumos aumentaram devido à falta de produtos, enquanto os preços dos grãos não acompanharam o aumento. O melhor momento para essa relação já passou e foi alertado pelas cooperativas e entidades dos agricultores, mas não foram ouvidos. Agora, o problema pode se repetir para o plantio da safra seguinte, e ainda não se observa grande preocupação dos agricultores em abastecer-se de insumos. 

É verdade que a mudança decretada pelo governo federal, reduzindo o período de plantio, deixou os agricultores inseguros sobre o plantio. Depois de muita pressão, o Ministério da Agricultura decidiu ampliar o período de plantio em muitas regiões de SC, mas essa demora na mudança desmotivou os agricultores a se abastecerem com insumos. Mais uma vez, as cooperativas e as entidades do setor estão alertando os agricultores que pretendem plantar a safra seguinte para que comprem seus insumos. A escassez de fertilizantes é um problema em todo o país, e produtores de outras regiões estão vindo a SC para buscar fertilizantes. As indústrias não estão dispostas a manter estoques no final do ano e planejam vendê-los fora do estado. Isso representa um risco de nossos produtores ficarem sem insumos na hora do plantio. Logisticamente, não há mais espaço para novas importações a tempo para a safra seguinte. 

A relação de troca não está ruim no momento. Segundo levantamento atualizado feito por técnicos das cooperativas, no caso da soja, o custo de produção consome 26 sacos por hectare em uma tecnologia que pode produzir 50 sacos. Portanto, há uma margem considerável. No caso do milho, o custo é ainda maior, com 121 sacos de milho necessários para produzir 150 sacos. A renda é menor, mas ainda é positiva. Portanto, é hora de os agricultores refletirem e anteciparem suas compras para não ficarem sem insumos ou pagarem preços mais altos. Se a escassez de insumos começar a se tornar um problema, os preços provavelmente subirão novamente. Pense nisso. 

Fonte: Fecoagro



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