O controle de plantas daninhas é uma prática essencial para evitar a matocompetição e obter boas produtividades de soja. Plantas daninhas como o capim-amargoso (Digitaria insularis) são comumente encontradas em lavouras anuais, podendo interferir negativamente na produtividade da cultura.

Em densidades populacionais de uma planta de capim-amargoso por metro quadrado de área, a planta daninha pode reduzir em até 21% a produtividade da soja. A medida que a densidade populacional da planta aumenta, a redução de produtividade ascende, podendo chegar a até 59% em densidades populacionais de 8 plantas.m².



Figura 1. Interferência de diferentes populações de capim-amargoso (Digitari insularis) sobre a produtividade da soja.

Tendo em vista a importância do controle dessa planta daninha, Alfredo Albrecht, Professor da Universidade Federal do Paraná e supervisor do grupo Supra Pesquisa, destaca a importância do manejo integrado do capim-amargos. Avaliando o crescimento do capim-amargoso, Machado et al. (2006) observaram que a planta daninha apresenta rápido crescimento, entretanto lento acúmulo de matéria seca até os 45 dias após a emergência. Após esse período, os autores verificaram um rápido acúmulo de massa seca nas raízes, o que pode ser justificado principalmente pela formação de rizomas.

Figura 2. Acúmulo de massa seca de Digitaria insularis ao longo de seu ciclo de desenvolvimento. A – raízes+rizomas (MSR); B – folha (MSF); C-colmo (MSC); e D – total (MTS).

Fonte: Machado et al. (2006).

Figura 3. Rizoma de capim-amargoso (Digitaria insularis).

Fonte Machado et al. (2006).

Embora os resultados encontrados por Machado et al. (2006) apontem para um acúmulo lento de massa seca até os 45 dias após e emergência da planta daninha, o capim-amargoso apresenta rápido desenvolvimento, o que aliado a formação de touceiras, a elevada produção de sementes e dispersão facilitada das mesma, faz do capim-amargoso uma planta daninhas persistente nos cultivos agrícolas.

Figura 4. Sementes de capim-amargoso (Digitaria insularis).

Foto: Mauro Antônio Rizzardi.

A produção de rizomas e touceiras, aliada a conhecida resistência do capim-amargoso a herbicidas como o glifosato, torna o controle do capim-amargoso uma tarefa complexa, sendo muitas vezes observado o rebrote da planta daninha após a aplicação de herbicidas, como destacado por Albrecht.

Sendo assim, é comum encontrar plantas da capim-amargoso presentes na pré-semeadura de culturas de verão, mesmo após a dessecação em pré-semeadura. A persistência da planta daninha nas áreas de cultivo, aliada a habilidade competitiva do capim-amargoso, torna necessária a busca por estratégias de manejo que possibilitem o controle eficiente da planta daninha.

Dentre as opções podemos destacar o uso de herbicidas pré-emergentes, a rotação de culturas, a rotação de mecanismos de ação e o uso de culturas que promovam boa cobertura do solo. Além disso, deve-se atentar para o momento de controle do capim-amargos, buscando intervir quando as plantas daninhas estão no início do desenvolvimento.

Confira as dicas do Professor Alfredo Albrecht.


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 Referências:

MACHADO, A. F. L. et al. ANÁLISE DE CRESCIMENTO DE Digitaria insulari. Planta Daninha, Viçosa-MG, v. 24, n. 4, p. 641-647, 2006.

SOARES, M. B. B.; FINOTO, E. L. CAPIM AMARGOSO RESISTENTE A GLIFOSATO NA REGIÃO CENTRO NORTE DE SÃO PAULO JÁ É UMA REALIDADE. Pesquisa & Tecnologia, Pesquisa & Tecnologia, vol. 14, n. 2, Jul-Dez,  2017.

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