A principal alteração na tendência dos preços nesta semana foi a confusão introduzida no mercado com a possibilidade de o aumento da produção do Mato Grosso, com a incorporação de áreas abandonadas de algodão migrarem para o milho, compensando as perdas climáticas de outras regiões.
Além disso, a ocorrência de chuvas no Paraná poderá dar novo impulso à produção local, afastando os temores de seca. A principal conseqüência destas alterações é a queda das cotações na média Cepea e na B3, como mostram os respectivos gráficos.
FATORES DE ALTA
- Câmbio: por beneficiar os preços nos portos, pode favorecer as exportações no segundo semestre;
- Ritmo das exportações: poderá pressionar os preços internos, caso se confirme o prognóstico de 30-32 milhões de toneladas a serem exportadas;
- Redução da produção no PR e em MS: mesmo assim, a segunda safra está se mostrando satisfatória, deve pressionar os preços no próximo trimestre, com início da colheita. No primeiro semestre, fatores internos prevaleceram no comportamento do mercado brasileiro; no segundo, o mercado externo deverá ter forte influência nos preços.
FATORES DE BAIXA
- No Brasil, a melhora do clima e a incorporação de áreas de algodão no MT poderão compensar a quebra de safra em outros estados e fazer a produção subir levemente;
- Elevação do estoque mundial, em função da estimativa de aumento da área e produção nos Estados Unidos.
- Retração na demanda por carnes: a pandemia da Covid-19, com efeitos na retração no poder aquisitivo, está causando impacto no consumo de milho e, por consequência, na produção de rações no mercado interno.
No RS, os compradores continuaram ausentes, comprando da mão para a boca
Não se ouviu negócios no mercado de lotes nesta sexta-feira, no estado. Com novas notícias sobre a possibilidade de aumento da produção brasileira e mundial de milho da atual temporada, os preços mantiveram a queda do dia anterior, mas não caíram mais, continuando a ser negociados nas fábricas ao redor de R$ 46,50/47,00 CIF, no disponível.
Apesar da grande alta de 2,58% no fechamento, a sessão de câmbio teve muita volatilidade e permitiu manter os mesmos preços para exportação, para entrega em fevereiro de 2021 sobre rodas no porto de Rio Grande em R$ 51,00, segundo informações de mercado.
No Paraná negociado milho para agosto a R$ 45,00 em Ponta Grossa
Com o dólar muito volátil, os vendedores de milho paranaenses continuaram voltados para o mercado interno e garantiram negócios a R$ 45,00/00 para agosto nesta sexta-feira, tendo sido negociadas 2.000 toneladas neste preço, FOB, para julho. O mercado spot continuou mantendo R$ 45,00 FOB no disponível e subiu um real para R$ 45,00 para julho.
No Norte do estado o preço mais freqüente no mercado de lotes é de R$ 45,00. Para 2021 os preços posto ferrovia em Maringá, para setembro e outubro subiram cinqüenta centavos e fecharam ao redor de entre R$ 45,00/saca. No Oeste os compradores estão estocados e seguem na retaguarda, com poucas indicações. Negócios ao redor de R$ 46,00 dependendo da logística e prazo de pagamento.
No porto de Paranaguá, o preço do milho das várias origens subiu um real/saca para em R$ 48,00 para entrega em agosto e pagamento no final de agosto. Para 2021 há compradores a R$ 45,00, posto fábrica com entrega entre fevereiro e março.
No Centro-Oeste: Alta do dólar voltou a dar boa condição à exportação
No Mato Grosso do Sul foram negociadas 70.000 toneladas de milho 2020 a preços ao redor de R$ 36,00/saca para o produtor. Da safra 2021 foram negociadas 30.000 toneladas também a R$ 36,00/saca.
No Mato Grosso foram negociadas 30.000 toneladas de milho da safrinha 2020/2020 a preços entre R$ 30,00 e R$ 35,00/saca. Mercado lento devido a muito milho já vendido. Da safra 2021/2021 foram negociadas 35.000 toneladas, a preços entre R$ 32,00 e R$ 38,00/saca.
Mercado rodando devagar. Cambio voltou a ficar interessante.
Em Goiás, as informações recebidas cobrem apenas até terça-feira, mas os números são expressivos: nos dois primeiros dias da semana tinham sido negociadas 51.100 toneladas de milho da Safrinha de 2020 e 17.100 toneladas da Safrinha de 2021. Até aquela data tinham sido colhidas no estado 5% das lavouras de milho, sendo Sul 3% e Sudoeste 6%.
Na Bahia o preço se manteve em R$ 38,00/saca nos dois primeiros dias da semana, subindo cinqüenta centavos a partir de quarta-feira.
MILHO IMPORTADO – Preços do milho paraguaio subiram nesta sexta-feira
Já os milhos importados do Paraguai chegariam ao Oeste do Paraná ao redor de R$ 48,53 (48,27); ao Oeste de Santa Catarina ao redor de R$ 58,40 (57,57) e ao Extremo Oeste de SC ao redor de R$ 60,04/saca (59,17).
O preço do milho chegaria a R$ 64,08 e o americano a R$ 73,03
A cotação do milho argentino subiu para R$ 64,08 (63,57) e a do milho americano a R$ 73,03 (71,37) no oeste de SC
MERCADO INTERNACIONAL: México deverá voltar a comprar milho americano; mercado interno no Brasil mais firme que exportação, no Sul, ao contrário do Centro-Oeste
As vendas líquidas dos EUA foram decentes, mas na faixa mais baixa de expectativas, embora os sinais de que o México está de volta a comprar a granel depois de algumas semanas devem direcionar os totais para a meta de 45 milhões de toneladas de vendas do ano de milho americano.
As exportações também tiveram forte 1,3 milhão de tons na semana. Concentre-se novamente na safra de milho dos EUA, com expectativas de que o próximo relatório anual de área (de 30 de junho) mostrará uma ligeira redução para a área projetada do USDA de 97,1 m acres para 95,2 m acres. No entanto, grande parte desse corte está sendo compensada por expectativas de rendimentos mais altos.
Paralelamente, a UGA da Ucrânia aumentou sua perspectiva de produção de milho para entre 37-38m t. O CEC da África do Sul cortou sua perspectiva de produção em 0,5% para 15,51m t, mas as expectativas ainda são de que o país está indo para uma safra de 15,8-16m t. As licenças de exportação da Argentina têm sido em grande parte vazias nos últimos dias, mas foram animadas ontem por um registro de 150.000 t da Bunge.
Também há relatos de negócios no Up River Agosto a prêmios de 46, e 90 para o mesmo mês. O preço doméstico do Brasil parecia mais firme e sua moeda mais fraca, enquanto as ofertas diminuíram acentuadamente em grande parte das datas atuais de carregamento da safra. E, além de tudo isso, o IGC aumentou sua perspectiva para o milho (seja lá o que isso for) em 3m t para 1,17b t, e seu estoque de 288m t para 296m t.
FUNDAMENTOS: Seca poderá reduzir em 10% a área de milho na Argentina, grande concorrente do Brasil
Técnicos da BCR-Bolsa de Comércio de Rosário indicaram que pode haver uma queda de 10% na área de milho na sua região de influência. “Custos maiores de insumos e fretes, incerteza climática e econômica são as razões para plantar menos que o ano passado”, indicou a entidade.
Em seu informe semanal a Bolsa assinalou que o aumento da produtividade de milho nos últimos 10 anos na região núcleo do país quase duplicou em relação à soja.
Fonte: T&F Agroeconômica