O primeiro mês cotado, em Chicago, fechou a quintafeira (10) em forte baixa, atingindo a US$ 8,03/bushel, contra US$ 8,40 uma semana antes e US$ 8,45 no início da corrente semana.

O relatório de oferta e demanda do USDA, anunciado neste dia 09/11, manteve a produção e os estoques finais dos EUA nos mesmos volumes indicados em outubro, ou seja, 44,9 e 15,5 milhões de toneladas respectivamente, destacando que neste último caso houve um pequeno recuo em torno de 200.000 toneladas. Já a produção mundial de trigo passou para 782,7 milhões de toneladas, com ganho de um milhão de toneladas sobre outubro, enquanto os estoques finais de trigo no mundo somaram 267,8 milhões de toneladas. Diante disso, a média de preço ao produtor de trigo dos EUA, para 2022/23, foi mantida em US$ 9,20/bushel.

Dito isso, o plantio do trigo de inverno, nos EUA, até o dia 06/11, chegava a 92% da área esperada, contra 90% na média histórica para esta data. Do total semeado, 30% se apresentava em condições entre boas a muito boas, 36% regulares e 34% entre ruins a muito ruins.

Por sua vez, os Estados Unidos embarcaram 180.991 toneladas de trigo na semana encerrada em 27/10, ficando o volume abaixo do esperado pelo mercado. No total do ano comercial 2022/23, o volume embarcado alcança, agora, 9,8 milhões de toneladas, ou seja, 1% abaixo do realizado no mesmo período do ano anterior.

Aqui no Brasil, os preços do cereal, pressionados pela farta colheita, mesmo que haja perdas no Paraná, voltaram a recuar. A média gaúcha, no balcão, fechou a semana em R$ 92,26/saco, embora as principais praças regionais tenham trabalhado com R$ 90,00. Já no Paraná, os preços oscilaram entre R$ 99,00 e R$ 100,00/saco.

Além disso, na medida em que ocorre desvalorização do Real, a paridade de importação se reduz e favorece as compras externas. Neste sentido, o mercado está atento à forte quebra de safra na Argentina, agora estimada em 13,7 milhões de toneladas, ou seja, quase 40% abaixo do realizado na safra anterior.

Enquanto isso, a colheita de trigo no Paraná chegava a 82% da área no dia 07/11. Já no Rio Grande do Sul, a colheita está muito atrasada, atingindo a 12% da área até o dia 03/11, contra 62% na média histórica para esta data. O motivo deste atraso foi o plantio tardio, assim como a desuniformidade na maturação das lavouras. Mesmo assim, em muitas regiões, caso do Noroeste e Missões, a colheita já chegava a cerca de 50% da área, com produtividade média ao redor de 57 sacos/hectare, porém, havendo localidades que alcançam até 100 sacos/hectare.

Pelo lado das exportações de trigo, estimase que o Brasil fechará 2022 com um total de 2,46 milhões de toneladas vendidas ao exterior.

A título de informação geral, as vendas de farinha de trigo orgânica vem aumentando, na ordem de 2,4 vezes no período 2019/21 em relação a 2017/19. Na comparação de 2021 com 2017, o aumento chega a 106%.

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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUI, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUI, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUI).



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