A análise química da fertilidade do solo é uma das formas de avaliar o estado nutricional do solo. Através dos resultados dessa análise e orientações de manejo de cada região de cultivo, é possível corrigir e/ou ajustar os níveis nutricionais do solo visando suprir a demanda nutricional da cultura, com base em sua em suas exigências nutricionais e expectativas de produtividade.

Em escala comercial, o emprego de fertilizantes químicos e minerais é a forma mais usual para elevar os teores nutricionais do solo, especialmente se tratando dos macronutrientes Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potássio (K), os quais são os mais utilizados em fertilizantes formulados N-P-K.

Embora o emprego desses fertilizantes seja comumente utilizado em lavouras comerciais, os fertilizantes representam uma parcela importante dos custos de produção. Como alternativas de manejo para reduzir os custos de produção com fertilizantes e aumentar a sustentabilidade da lavoura, a inserção de plantas de cobertura no sistema de produção, especialmente espécies com capacidade em reciclar nutrientes do solo.



Um dos nutrientes mais beneficiados por esse processo de ciclagem é Potássio (segundo macronutrientes mais requerido pela soja). De acordo com Oliveira et al. (2024), um aspecto importante da dinâmica do K no sistema solo-planta é a rápida liberação do nutriente dos restos culturais (palhada), por encontrar-se na forma iônica não associada a nenhum componente estrutural dos tecidos vegetais. Assim, o K acumulado durante o ciclo é disponibilizado novamente no solo em curto espaço de tempo após a colheita ou dessecação das plantas, favorecendo o desenvolvimento da cultura sucessora.

Considerando a capacidade das plantas em reciclar nutrientes no solo, uma alternativa para melhorar a distribuição de nutrientes no solo, é a inserção e diversificação de espécies na rotação de culturas, especialmente envolvendo plantas de cobertura como aveia preta ou milheto, além das braquiárias, consorciadas ou não com o milho de segunda safra após soja (Oliveira et al., 2024).

Além dessas espécies, diversas gramíneas e espécies forrageiras com aptidão agrícola possuem a capacidade de reciclar nutrientes, inclusive quantidades superiores àquelas exigidas pelas principais culturas agrícolas. Confira abaixo a produção de biomassa, matéria seca e conteúdo de macronutrientes da parte aérea de plantas de cobertura e de culturas comerciais, para uso na rotação de culturas.

Tabela 1. Produção de biomassa, matéria seca e conteúdo de macronutrientes da parte aérea de plantas de cobertura e de culturas comerciais.
Adaptado de Carvalho et al. (2022), citado por Oliveira et al. (2024)

Tabela 2. Produção de biomassa, matéria seca e conteúdo de macronutrientes da parte aérea de plantas de cobertura e de culturas comerciais.

Fonte: 1Embrapa Soja; 2Adaptado de Wendling et al. (2016), citado por Oliveira et al. (2024)

Veja mais: Florescimento: o que está acontecendo na sua lavoura de soja?


Referências:

OLIVEIRA, F. A. et al. POTASSIO NOS SISTEMS DE PRODUÇÃO DE SOJA. Embrapa Soja, Documentos, n. 465, 2024. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1169544 >, acesso em: 13/12/2024.

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