• Para efeito de manejo, a disponibilidade dos nutrientes no solo pode ser dividida em classes;
  • Basicamente há três tipos de adubação: adubação de correção, adubação de manutenção e adubação de reposição;
  • Dependendo das condições de fertilidade do solo, a adubação de correção e manutenção podem ser realizadas simultaneamente;
  • A adubação de correção é usada somente quando os teores de P e de K do solo são menores que o teor crítico (níveis “Muito baixo”, “Baixo” e “Médio”);
  • A adubação de manutenção consiste na adição do K e P exportados pelas plantas, mais as quantidades estimadas de perdas desses nutrientes no solo;
  • A adubação de reposição consiste em adicionar as quantidades exportadas de nutrientes pelas plantas, devendo ser utilizada apenas sob condições de disponibilidade de nutrientes “Muito alto”.

A nutrição adequada é essencial para a obtenção de boas produtividades em culturas agrícolas, sendo necessário muitas vezes, realizar a adubação do solo para corrigir ou repor os nutrientes extraídos pelas plantas. Embora as exigências nutricionais possam variam em função da cultura, corrigir os teores nutricionais em solos pobres é fundamental para a manutenção da produtividade, principalmente se tratando de culturas produtoras de grãos.

Além dos teores de nutrientes no solo, o sistema de produção e expectativas de produtividade devem ser levados em consideração na hora de definir a dose e fertilizante a serem utilizados. No caso do Fósforo (P) e do Potássio (K), a classe de disponibilidade dos nutrientes no solo apresenta relação com o manejo da adubação, diferindo entre adubação de correção, adubação de manutenção e adubação de reposição (figura 1).

Figura 1. Relação entre o rendimento relativo das culturas em função do teor de P ou K no solo e as indicações de adubação para cada faixa de teor no solo (extraído de CQFS-RS/SC (2004) a partir de Gianello & Wiethölter (2004)).

Fonte: Bona et al. (2016)

A correção dos níveis de fertilidade do solo deve levar em consideração os resultados da análise química da fertilidade do solo e sistema de produção (plantio direto ou convencional). A adubação de correção é usada somente quando os teores de P e de K do solo são menores que o teor crítico (níveis “Muito baixo”, “Baixo” e “Médio”). Nestes solos, a quantidade aplicada destes nutrientes é a necessária para elevar os teores de P e de K até o teor crítico da cultura (Bona et al., 2016).

Para culturas produtoras de grãos, Bona et al. (2016) destacam que os valores correspondentes aos teores críticos (figura 1) foram estabelecidos para um rendimento de, aproximadamente, 90% da produção máxima da cultura, sendo que, percentuais entre 85 a 95% do rendimento máximo possibilitam o máximo retorno econômico da adubação, mas pode variar em função do preço dos fertilizantes e de comercialização dos grãos.

O que define se a adubação corretiva será realizada total ou gradualmente é a disponibilidade de recursos financeiros e sistema de cultivo. No caso da implantação do sistema plantio direto, é recomendada a adubação total, uma vez que há o revolvimento do solo, favorecendo a incorporação dos nutrientes e corretivos imóveis no solo como o calcário.



A adubação corretiva gradual é indicada quando a disponibilidade de P e de K do solo é “Muito baixo” e “Baixo”. Nesse tipo de adubação, a quantidade total de P ou de K é aplicada de forma fracionada no decorrer de dois cultivos sucessivos (sendo que normalmente, são necessárias maiores quantidades de fertilidades). Em solos arenosos (< 20 % de argila) ou com CTC < 7,5 cmolc / dm³ a adubação corretiva total de K ou de P deve ser evitada, devido ao maior risco de perda destes nutrientes por lixiviação ou problemas de salinidade (Bona et al., 2016).

A adubação de manutenção por sua vez, consiste na adição do K e P exportados pelas plantas, mais as quantidades estimadas de perdas desses nutrientes no solo. Vale destacar que naturalmente, as perdas de nutrientes no sistema convencional são superiores às do sistema plantio direto, principalmente em função da influência das erosões.

A quantidade necessária de nutrientes para a adubação de manutenção varia em função da cultura e expectativa de produtividade, bem como níveis de fertilidade do solo. Vale destacar que a adubação de manutenção só se aplica após a adubação de correção do solo. Para os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Cartaria, as recomendações do Manual de Calagem e Adubação indicam valores de P2O5 e K2O para adubação de manutenção, os quais podem ser observados na tabela 1.

Tabela 1. Rendimento referência e quantidades de fósforo (P2O5) e de potássio (K2O) sugeridas para a adubação de manutenção ou de manutenção adicional de algumas culturas de grãos.

Fonte: Bona et al. (2016)

Não menos importante, a adubação de reposição consiste em adicionar as quantidades exportadas de nutrientes pelas plantas, devendo ser utilizada apenas sob condições de disponibilidade de nutrientes “Muito alto” (figura 1). Para isso, é preciso conhecer a extração de nutrientes pela cultura.


Veja mais: Extração e Exportação de nutriente da soja – Conhecer para produzir mais



Referências:

BONA, F. D. et al. DIAGNÓSTICO AA FERTILIDADE DO SOLO E RECOMENDAÇÃO DA ADUBAÇÃO: GRÃOS. Manual de Calagem e Adubação para os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, cap. 6, 2016. Disponível em: < https://www.sbcs-nrs.org.br/docs/Manual_de_Calagem_e_Adubacao_para_os_Estados_do_RS_e_de_SC-2016.pdf >, acesso em: 26/05/2023.

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