O Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária cresceu mais que o conjunto da economia em 2019 e 2020. A projeção do setor agropecuário neste ano e no próximo foi revisto para cima pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A previsão anterior era de crescimento de 0,5% em 2019 e a nova projeção marca 1,4%. No caso de 2020, a projeção de crescimento vai de 3,2% a 3,7%, conforme o prognóstico de safra.
Segundo divulgou na terça-feira (3) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB nacional cresceu 0,6% no 3º trimestre, na comparação com o 2º trimestre. Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 1,842 trilhão. A sustentação do PIB nos primeiros oito meses do ano foi possível, novamente, pelo agronegócio, conforme aponta o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Alceu Moreira (MDB-RS). O deputado citou que o bom desempenho do agro tem sido puxado pela produção de milho, algodão e ovos para mercado interno, aliado ao crescimento das exportações para o mercado asiático de grãos e venda de carne bovina, suína e frango.
“Nós estamos cada vez mais industrializando o produto do agro: aqui nós temos a indústria de frigorifico, processado e indústria de alimentos que gera milhões de empregos na cadeia produtiva e logística. Com a abertura de mercados que a Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, tem feito brilhantemente ao redor do mundo, temos capacidade de exportar e produzir ainda mais no campo,” disse o presidente.
Em 2020, o crescimento deve ficar em 2,3%. Historicamente, o agronegócio é responsável por um quinto do PIB nacional. De acordo com o deputado Zé Mario (DEM-GO), todo esse resultado mostra a força do setor agropecuário. “A China foi atingida pela peste suína no final de 2018, com isso tivemos a oportunidade de aumentar as exportações. Como eu sempre digo: o Brasil tem jeito! Ainda temos muito a avançar, mas o importante é que já estamos vencendo as primeiras etapas diante de um cenário tão desafiador.”
A agricultura familiar corresponde a 35% do PIB agropecuário. O deputado Zé Silva (Solidariedade – MG) explicou que os pequenos proprietários rurais são responsáveis pela produção de 87% da mandioca no país, 70% do feijão, 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz, 21% do trigo, 60% da produção de leite, 59% dos suínos, 50% das aves e 30% dos bovinos, alimentos estruturais na mesa dos brasileiros. “O agro representa muito bem a demanda internacional na produção de alimentos, mas melhorar a comunicação e a assistência técnica ainda é o grande desafio do setor. Com aprovação do projeto sobre a Conectividade Rural no Congresso vamos mudar essa realidade e beneficiar 5 milhões de produtores no país,” disse.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos e serve para medir a evolução da economia. O vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Sérgio Souza (MDB-PR), destaca que um dos grandes desafios do agronegócio para 2020 é da renda, melhorar o acesso à tecnologia e assistência técnica para os agricultores. “O lema do ano que vem é que o produtor deve ter renda e acesso à tecnologia 4.0; com isso ele pode melhorar sua produção”, explica.
Cenário internacional – de janeiro a novembro de 2018, segundo a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), as exportações chegaram a US$ 93,3 bilhões, elevação de 4,6% em relação ao mesmo período de 2017. Neste ano, o setor responde por 42% das vendas externas totais do país e por 7,2% das exportações mundiais do agro, consolidando o Brasil na terceira posição entre os maiores fornecedores de alimentos no mundo.
Os produtos de maior destaque são a soja em grãos, celulose, farelo de soja, carne bovina, frango e açúcar de cana. Os destinos principais das exportações do agro brasileiro e a China (29%), União Europeia (17,2%) e Estados Unidos (6,7%).
Produção agropecuária – estimativas divulgadas pela CNA, apontam que o Valor Bruto da Produção da agropecuária (“da porteira para dentro”) deverá fechar 2019 em cerca de R$ 610 bilhões, mesmo patamar do ano passado. Para 2020, a expectativa é que o montante aumente 9,8%, para quase R$ 670 bilhões. No cenário, o avanço do ano que vem será puxado pela pecuária, cujo valor da produção poderá atingir 265,8 bilhões, 14,1% mais que a estimativa para este ano. Na agricultura a alta prevista é menor — 7,2%, para R$ 403 bilhões.
Fonte: FPA