Um inseto conhecido como a cigarrinha do milho, tem sido o causador de preocupação no campo, e por isso, foi um dos temas escolhidos para o encontro de inverno deste ano na Fazenda Experimental Coamo. A praga é vetor de algumas doenças conhecidas por complexo de enfezamento do milho, composta por duas bactérias e um vírus. São doenças que infectam os vasos condutores da planta de milho causando uma série de consequências negativas. No evento, além do esclarecimento sobre o problema foram apresentados ainda os resultados proporcionados pela cultura.
Presente na estação, o pesquisador Adriano de Paiva Custódio, entomologista do IAPAR – Instituto Agronômico do Paraná, acrescentou que o problema é cada vez mais recorrente, mas é perfeitamente possível conviver com o cenário desde que sejam tomadas as medidas necessárias.

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Enfezamentos por molicutes e cigarrinha no milho

Os enfezamentos são doenças do milho causadas pela infecção da planta por microrganismos denominados molicutes (classe Mollicutes-Reino Bacteria), que são um espiroplasma (Spiroplasma kunkelii) e um fitoplasma (Maize bushy stunt). Há dois tipos de enfezamentos: a doença denominada enfezamento-pálido (causada por espiroplasma) e a doença denominada enfezamento-vermelho (causada por fitoplasma). A distinção entre as duas em campo com base apenas nos sintomas da planta, frequentemente, é impossível. Os molicutes invadem sistemicamente e multiplicam-se nos tecidos do floema da planta de milho e são transmitidos de plantas doentes para plantas sadias, pela cigarrinha Dalbulus maidis (Hemiptera: Cicadellidae).

A cigarrinha D. maidis é um inseto de cor branco-palha, podendo apresentar-se levemente acinzentada, com cerca de 0,5 cm, que se alimenta da seiva da planta de milho e realiza postura sob a epiderme da folha, preferencialmente na nervura central de folhas do cartucho da plântula. A infecção com molicutes ocorre na plântula de milho em estádios iniciais de desenvolvimento. Esses microrganismos patogênicos proliferam nos tecidos do floema e a planta apresenta os sintomas do enfezamento apenas na fase de produção. Esse inseto-vetor dos molicutes sobrevive apenas no milho e, habitualmente, migra de lavouras com plantas adultas para lavouras com plântulas recém emergidas.

O Sudeste e o Centro-Oeste brasileiros vêm sofrendo com a sua presença e com os danos causados por ela. A cigarrinha-do-milho pode dizimar grandes extensões de áreas de cultivo, que ocorrem concomitantemente, devido à facilidade de sua migração. As épocas de semeadura mais tardias, ou milho safrinha, são os cenários de maior pressão de ataque.

Danos

A cigarrinha é um inseto-vetor de patógenos, ou seja, não causa danos expressivos diretamente, mas de forma indireta. O dano é causado quando a praga, durante o processo de alimentação, desempenha o papel de transmissora dos patógenos causadores dos enfezamentos pálido e vermelho do milho, e da virose do raiado fino.

Figura 1. Planta de milho com enfezamento pálido (A) e enfezamento vermelho (B).

Fonte: Bayer

O que pode ser feito para controlar os enfezamentos?

Não há uma medida altamente efetiva capaz de, isoladamente, controlar os enfezamentos e a virose risca. A utilização de medidas preventivas pode reduzir ou evitar a incidência dessas doenças.

É importante enfatizar que saber identificar essas doenças é condição essencial para se adotar medidas para escapar da sua ocorrência e evitar reduções em produtividade, ou grandes perdas.

Medidas para escapar ou ao menos minimizar sua incidência necessitam ser simultaneamente adotadas por todos os produtores de milho, quando, ocorrendo em alta incidência, estejam causando prejuízos expressivos em determinada região. Essas medidas incluem, essencialmente: eliminar o milho tiguera, evitar semeaduras vizinhas a lavouras com alta incidência das doenças, tratar as sementes com inseticidas, diversificar e rotacionar cultivares de milho, sincronizar ao máximo a época da semeadura. Cultivares resistentes, se disponíveis, devem ser rotacionadas para evitar adaptação de variantes dos patógenos e perda da resistência ao longo do tempo de cultivo por vários



Um pouco mais sobre a Cigarrinha: de acordo com o Portal Defesa Vegetal.net

Nome Comun:
Cigarrinha-do-milho

Hospedeiros:
Zea mays, Tripsacum sp..

Parte(s) afetada(s):
Folhas, Caule/Ramos

Fase(s) em que ocorre o ataque:
Crescimento vegetativo, Floração, Frutificação

Identificação:
Ovos: possuem coloração esbranquiçada, quase transparente, medem cerca de 1 mm de comprimento. Ninfas: passam por quatro a cinco estádios ninfais, de coloração amarelo-clara, medem 1 mm quando recém-nascidas, chegando até 4 mm no último estádio . Adulto: mede entre 3,7 a 4,3 mm de comprimento, de coloração amarelo-pálido, possui duas pequenas manchas pretas na parte dorsal da cabeça e asas semitransparentes.

Bioecologia:
As Fêmeas põem de 400 a 600 ovos na nervura central das folhas, geralmente no interior do cartucho do milho, e a temperatura ótima para incubação é de 26,5°C. As ninfas vivem junto com os insetos adultos em colônias no cartucho do milho. A longevidade do inseto pode chegar a 8 semanas. O ciclo de vida da cigarrinha é cerca de 25 a 30 dias a 25° C. O ciclo de vida é de cerca de 25 a 30 dias a 25 ° C. O inseto é vetor de doenças como enfezamento pálido e enfezamento vermelho que está associada à alta densidade populacional que ocorre no final do verão.

Sintomas:
Encurtamento dos entrenós, definhamento da planta, estrias de coloração amarelada nas folhas. A cigarrinha transmite os enfezamentos, doenças sistêmicas, que reduzem a quantidade absorvida de nutrientes pelas plantas, causando redução na produção. As pragas atraem formigas por excretarem uma substância açucarada.

Elaboração: Engenheira Agrônoma Andréia Procedi – Equipe Mais Soja.

Foto de capa: Cigarrinha D. maidis. Foto: Fonte: Portal Bold System

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