Dentre as práticas de manejo essenciais para alcançar boas produtividades em soja, o manejo e controle de plantas daninhas é uma das mais importantes. As plantas daninhas competem com plantas cultivadas por água, nutrientes e radiação solar, podendo prejudicar o crescimento e desenvolvimento de plantas cultivadas.
Das plantas daninhas mais presentes do cultivo de soja, o capim-amargoso (Digitaria insularis) se destaca, segundo DA SILVA et al. (2017), a planta preocupa por apresentar difícil controle, fácil dispersão de sementes, rápido crescimento e desenvolvimento além de apresentar resistência ao glifosato, herbicida mais utilizado para o controle de plantas daninhas no cultivo de soja RR.
Além disso, o capim-amargoso pode interferir consideravelmente no rendimento da soja. Avaliando os “Efeitos da convivência do capim-amargos na produtividade da soja”, GAZZIERO et al. (2012) encontraram resultados que demonstra a interferência negativa que a convivência da planta daninha desempenha na diminuição da produtividade da soja, sendo que para a convivência de 4 a 8 plantas de capim-amargoso por.m-2 houve perda de produtividade de 26 sc.ha-1 em comparação ao cultivo de soja sem convivência com o capim-amargo (figura 1).
Figura 1. Produtividade de soja (kg.ha-1 e sc.ha-1) e intensidade de infestação de capim-amargoso.

Vista a importância do controle da planta daninha e a dificuldade de controle, decorrente da resistência ao glifosato, é fundamental buscar novas alternativas para o controle do capim-amargoso em soja. Em trabalho intitulado “Alternativas de manejo químico de capim-amargoso na cultura da soja” sob autoria de ANDREOTTI et al. (2020), e publicado na revista brasileira de Herbicidas (confira o artigo original clicando aqui), encontraram resultados que demonstram um bom controle do capim-amargoso quando aplicados os herbicidas fenoxaprope-p-etílico, quizalofope-p-etílico e fluazifope-p-butílico em sequencial com o herbicida 2,4-D apresentaram maior controle quando comparada com a aplicação dos mesmos em mistura com 2,4-D (ANDREOTTI et al, 2020). Segundo ANDREOTTI et al. (2020), a mistura de luazifope-p-butílico com 2,4-D não é aconselhada para o controle de capim-amargoso.
Conforme os resultados observados pelos autores, apenas as misturas de Quizalofope+2,4-D/Paraquat/Quizalofope (tratamento 8), Fluazifope/2,4-D/Paraquat/Fluazifope (tratamento 9) e Fluazifope+2,4-D/Paraquat/Fluazifope (tratamento 10), não apresentaram resultados superiores a 90% para o controle de capim-amargoso no estádio de florescimento da planta daninha aos 65 dias depois da semeadura da soja (tabela 1).
Tabela 1. Porcentagens médias de controle de capim-amargoso (Digitaria insularis) no estádio de florescimento. Confira os dados no artigo original clicando aqui.

No entanto, independentemente da mistura utilizada, os autores não observaram 100% do controle do capim amargoso aos 65 dias após a semeadura da soja.
Tendo em vista os aspectos observados e a importância do controle da planta daninhas visto sua alta capacidade de intervenção na produtividade da soja, é fundamental atentar para o manejo e controle do capim-amargos. Segundo GRICOLLI (2017) é fundamental a antecipação do manejo da planta daninha, realizando seu controle nos estádios iniciais do desenvolvimento do capim-amargoso, onde a planta apresenta maior vulnerabilidade ao controle químico.
Veja também: Controle de capim-amargoso (Digitaria insularis ) em milho
Referências:
GRIGOLLI, J. F. J. MANEJO E CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA SOJA. Tecnologia e Produção: Soja, Fundação MS, 2017.
DA SILVA, W. T. ALTERNATIVAS DE CONTROLE QUÍMICO PARA CAPIM-AMARGOSO (Digitaria insularis) NA CULTURA DO MILHO. Revista Brasileira de Milho e Sorgo, v.16, n.3, p. 578-586, 2017.
GAZZIERO, D. L. P. et al. EFEITOS DA CONVIVENCIA DO CAPIM-AMARGOSO NA PRODUTIVIDADE DA SOJA. XXVII Congresso Brasileiro da Ciência das Plantas Daninhas na ERA da Biotecnologia, 2012.
ANDREOTTI, E. G. G. et al. ALTERNATIVAS DE MANEJO QUÍMICO DE CAPIM-AMARGOSO NA CULTURA DA SOJA. Revista Brasileira de Herbicidas vol. 18, n. 03, p. 1-6, 2019.
Redação: Maurício Siqueira dos Santos – Eng. Agrônomo, equipe Mais Soja.
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