Por Argemiro Luís Brum
A cotação do trigo, para o primeiro mês, igualmente ensaiou uma melhoria, porém, não se sustentou e a semana acabou encerrando com valores abaixo dos registrados no final da semana anterior. O fechamento da quinta-feira (20) ficou em US$ 5,27/bushel em Chicago, contra US$ 5,35 uma semana antes.
O relatório de oferta e demanda do USDA, divulgado então no dia 14/11, acabou aumentando a produção estadunidense para 54 milhões de toneladas, contra 52,4 milhões em setembro, enquanto os estoques finais nos EUA, para o ano 2025/26, subiram para 24,5 milhões, contra 23 milhões de toneladas em setembro. A produção mundial de trigo avançou para 828,9 milhões de toneladas, contra 816,2 milhões em setembro, e os estoques finais mundiais ficaram em 271,4 milhões, contra 264,1 milhões de toneladas em setembro. A produção brasileira para este novo ano está prevista em 7,7 milhões de toneladas, enquanto a da Argentina chegaria a 22 milhões. O Brasil deverá importar 7,3 milhões de toneladas no novo ano. Assim, o preço médio ao produtor estadunidense, para 2025/26, está agora projetado em US$ 5,00/bushel. Portanto, no geral, tivemos um relatório baixista para o trigo.
Dito isso, no Brasil os preços do cereal se estabilizaram em baixa, com o Rio Grande do Sul praticando R$ 55,00/saco e o Paraná valores entre R$ 64,00 e R$ 66,00.
A boa colheita atual, apesar do forte recuo na área plantada e das quebras no Paraná, segura os preços, enquanto a produção argentina caminha para um recorde. Enquanto o USDA indica 22 milhões de toneladas, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires fala em 24 milhões. Isso, e mais um Real valorizado, favorece as importações, enfraquecendo os preços internos.
Segundo o último relatório da Conab, divulgado no dia 13/11, a área total com trigo no país ficou em 2,44 milhões de hectares, com recuo de 20,3% sobre 2024. A produtividade média está calculada em 3.145 quilos/hectare (52,4 sacos/ha). E a produção total brasileira ficaria em 7,69 milhões de toneladas, contra 7,89 milhões no ao anterior. O Paraná deverá colher 2,5 milhões, o Rio Grande do Sul 3,7 milhões e Santa Catarina 392.300 toneladas do produto.
No Rio Grande do Sul, até o dia 19/11, a colheita do trigo chegava a 77% da área, contra 89% na média (cf. Emater). Já no Paraná a mesma atingia a 96% da área no início da presente semana.
Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).







