Por Dr. Argemiro Luís Brum

As cotações do trigo, em Chicago, igualmente subiram nesta primeira semana de setembro. O fechamento da quinta-feira (05) ficou em US$ 5,61/bushel, contra US$ 5,25 uma semana antes. Lembrando que durante agosto o primeiro mês cotado bateu nas mínimas em quatro anos, ao atingir US$ 4,98. Já a média de agosto fechou em US$ 5,27/bushel, representando uma queda de 2,9% sobre a média de julho. Um ano antes, em agosto de 2023, a média do cereal foi de US$ 6,13/bushel. Ou seja, em um ano, a média do bushel de trigo recuou um pouco menos de um dólar.

Dito isso, o trigo de primavera, nos EUA, no dia 1º de setembro, estava com 70% da área colhida, ficando exatamente na média dos últimos anos. E na Austrália, a produção final de trigo deve atingir mais de 31 milhões de toneladas na próxima safra, cerca de dois milhões de toneladas a mais do que o previsto anteriormente e significativamente mais do que em 2023/24, depois que as chuvas nas principais regiões de cultivo aumentaram a produtividade. A Austrália é o terceiro maior exportador de trigo do mundo e a produção importante tende a pressionar os preços mundiais ainda mais, em um momento em que já estão sendo negociados perto de seu nível mais baixo em quatro anos. (cf. Reuters).

Enquanto isso, no Brasil, a colheita já ganha fôlego, começando pelo Paraná. Como se esperava, após as fortes geadas de julho e agosto, a produtividade e a qualidade têm ficado aquém do esperado por produtores. Mesmo com a iminência de uma quebra razoável na produção paranaense, sem falar na redução da qualidade do produto, os moinhos mostram baixo interesse em novas compras neste momento. Os produtores, por enquanto, negociam trigo com menor qualidade, o que significa produto com preço mais baixo. Este trigo poderá, logo mais, pressionar o milho, pois tende a ser usado na fabricação de rações. Já no Rio Grande do Sul, o mês de setembro iniciou com 76% das lavouras de trigo em desenvolvimento vegetativo, 20% em floração e 4% apenas em enchimento de grãos. (cf. Cepea/Esalq).

Assim, o Paraná deverá ter uma safra menor de trigo este ano. Segundo o Deral, a redução deve ser de 14%, se comparada à safra anterior. Com isso, a produção final ficaria em 3,08 milhões de toneladas neste ano. No início da presente semana, a colheita de trigo naquele estado atingia a 11% da área, com 28% das lavouras a colher em situação ruim, outros 36% em condições médias e mais 36% em boas condições.

Enfim, segundo a Conab, a estimativa de colheita de trigo no Brasil, em 2024, é de um total de 8,8 milhões de toneladas, contra 8,1 milhões no ano anterior. Isso se o Rio Grande do Sul confirmar uma colheita de 4,2 milhões de toneladas, o que seria 44,8% acima do colhido na frustrada safra passada.

Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).



 

FONTE

Autor:Dr. Argemiro Luís Brum/CEEMA-UNIJUÍ

Site: Informativo CEEMA UNIJUÍ

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