A cotação do milho, para o primeiro mês cotado em Chicago, recuou um pouco nesta semana. O bushel do cereal fechou a quinta-feira (12) em US$ 3,86, contra US$ 3,90 uma semana antes.
O relatório de oferta e demanda do USDA, anunciado no dia 12/09, indicou o seguinte para a safra 2024/25:
1) a produção nos EUA foi aumentada em um milhão de toneladas, passando agora para 385,7 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais naquele país ficariam em 52,3 milhões de toneladas;
2) a produção mundial foi reduzida para 1,218 bilhão de toneladas, enquanto os estoques finais mundiais caíram quase dois milhões, para 308,4 milhões de toneladas;
3) a produção brasileira de milho está projetada em 127 milhões, enquanto a da Argentina em 51 milhões de toneladas;
4) o preço médio ao produtor estadunidense de milho recuou para US$ 4,10/bushel na perspectiva de 2024/25.
Dito isso, os EUA, até o dia 08/09, haviam colhido 5% de sua área de milho, contra 3% na média histórica. Do que resta a colher, 64% das lavouras estavam entre boas a excelentes condições, contra 52% no mesmo período do ano anterior, enquanto outras 24% estavam regulares e 12% entre ruins a muito ruins.
Na semana encerrada em 05/09 os EUA exportaram 1,8 milhão de toneladas de milho, superando a expectativa do mercado. O volume vendido da safra nova, até o momento, atinge a 11,2 milhões de toneladas, contra 10,4 milhões na mesma época do ano anterior. E no acumulado do atual ano comercial, que se encerra em 30/09, o volume chega a 55,8 milhões de toneladas, contra pouco mais de 40 milhões no mesmo período do ano anterior.
E no Brasil os preços melhoraram um pouco mais em algumas praças. A média gaúcha fechou a semana sem novidades, ficando em R$ 58,02/saco, enquanto as principais praças do estado avançaram para R$ 57,00/saco. No restante do país, os preços oscilaram entre R$ 40,00 e R$ 59,00/saco.
Novas projeções nacionais, para a futura safra de milho brasileira, dão conta de que o total poderá chegar a 133,6 milhões de toneladas, superando em cerca de 6 milhões o que vem sendo indicado pelo USDA em seus relatórios. Em se confirmando este volume, o mesmo será 6% superior ao colhido no ano anterior. A área total a ser semeada deverá atingir a 20,9 milhões de hectares, porém, a produtividade média deve avançar para 6.400 quilos/hectare, desde que o clima ajude. A futura safra de verão deverá atingir a 24,3 milhões de toneladas, contra 25,6 milhões no ano anterior, enquanto a safrinha 2025 chegaria a 94,6 milhões de toneladas no Centro-Sul brasileiro, contra 85,9 milhões no ano anterior. (cf. Safras & Mercado).
Pelo lado das exportações, segundo a Secex, o Brasil vendeu, nos primeiros cindo dias úteis de setembro, um total de 1,6 milhão de toneladas de milho, com a média diária representando um recuo de 28,7% sobre o exportado diariamente no mês de setembro do ano anterior. Portanto, para chegar ao mínimo de 40 milhões de toneladas exportadas no ano, volume ainda insuficiente para enxugar os estoques nacionais do cereal, o país ainda precisa exportar 26 milhões de toneladas entre setembro e janeiro.
Dito isso, a Anec espera que, em setembro, o Brasil chegue a 6,5 milhões de toneladas exportadas de milho.
Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).