ANÁLISE CLIMÁTICA DE ABRIL
Em abril de 2024, foram observados acumulados de chuva acima de 150 mm em grande parte do país, enquanto volumes inferiores a 60 mm foram observados na Região Sudeste. De modo geral, as chuvas foram suficientes para manter a umidade do solo em níveis satisfatórios na maioria das áreas.
Em grande parte da Região Norte, os volumes de chuva foram superiores a 200 mm, principalmente no norte do Pará, onde as chuvas ultrapassaram os 400 mm. De modo geral, os níveis de armazenamento hídrico do solo se encontram elevados na região, porém as chuvas prejudicaram o processo de colheita da soja em algumas áreas do Pará.
Na Região Nordeste, os maiores volumes de chuva foram observados no Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e costa leste da Bahia, Sergipe e Alagoas, com valores superiores a 150 mm, contribuindo para a manutenção da umidade no solo e o desenvolvimento das lavouras de segunda e terceira safras.
Em áreas pontuais do sul da Bahia e oeste de Sergipe e Alagoas, os volumes de chuva foram menores. Na Região Centro-Oeste, os maiores volumes de chuva foram observados em Mato Grosso, sul de Goiás e nordeste do Mato Grosso do Sul, contribuindo para a elevação dos níveis de umidade no solo, favorecendo os cultivos de algodão e milho segunda safra.
Nas demais áreas, os valores de chuva foram entre 120 mm e 150 mm, exceto no sul do Mato Grosso do Sul, onde houve irregularidade das chuvas e altas temperaturas, que reduziram os níveis de umidade do solo, afetando principalmente os cultivos de milho segunda safra.
Em grande parte da Região Sudeste, foram observados acumulados de chuva abaixo de 70 mm. No Rio de Janeiro, norte de São Paulo e centro-sul de Minas Gerais, algumas localidades tiveram volumes de chuva abaixo de 30 mm. No geral, as condições foram favoráveis para a colheita da soja e satisfatórias para o milho segunda safra em desenvolvimento vegetativo, floração e enchimento de grãos.
Na Região Sul, os volumes de chuva foram inferiores a 70 mm sobre algumas localidades do norte do Paraná, enquanto nas demais áreas, as chuvas foram acima de 150 mm. Em geral, os níveis de água no solo permaneceram elevados em boa parte da região, havendo uma pequena recuperação da umidade no solo em relação ao mês anterior em áreas do Paraná.
Destaca-se que, no Rio Grande do Sul, houve excedente hídrico devido às chuvas intensas ocorridas na última semana do mês, que interrompeu o desenvolvimento dos cultivos e as operações de colheita em grande parte do estado.
Em abril, as temperaturas médias foram superiores a 24 °C em grande parte do Brasil. Destaque para Roraima, sul do Mato Grosso e oeste do Mato Grosso do Sul, onde as temperaturas ultrapassaram os 28 °C, enquanto que na Região Sul e leste da Região Sudeste, permaneceram entre 20 °C e 24 °C. Já em áreas mais elevadas das Regiões Sul e Sudeste, as temperaturas médias foram inferiores a 20 °C.
CONDIÇÕES OCEÂNICAS RECENTES E TENDÊNCIA
Na figura abaixo é mostrada a anomalia de Temperatura da Superfície do Mar (TSM), entre os dias 16 e 31 de abril de 2024. Foram observados valores de anomalias entre 0,5 °C e 1 °C em toda a faixa do Pacífico Equatorial, exceto na região próxima à costa oeste da América do Sul, onde as temperaturas foram mais frias, com valores de até -2 °C. Considerando a região do Niño 3.4 (área entre 170°W e 120°W), as anomalias médias positivas de TSM têm apresentado um decréscimo acentuado desde o início de abril, indicando o enfraquecimento do fenômeno El Niño.
A análise do modelo de previsão do ENOS (El Niño – Oscilação Sul), realizada pelo Instituto Internacional de Pesquisa em Clima (IRI), aponta para condições de neutralidade no trimestre maio, junho e julho de 2024, com uma probabilidade de 83%.
PROGNÓSTICO CLIMÁTICO PARA O BRASIL – PERÍODO MAIO, JUNHO E JULHO DE 2024
As previsões climáticas para os próximos três meses, segundo o modelo do Inmet são mostradas na figura abaixo. O modelo indica chuvas abaixo da média na parte central do país. Nas demais áreas, são previstas chuvas acima da média. Geralmente, a partir de maio existe uma tendência de diminuição das chuvas na parte central do país e, consequentemente, ocorre redução nos níveis de água no solo.
Analisando separadamente cada região, tem-se que para a Região Norte, a previsão de chuvas acima da média em áreas do sul de Roraima, oeste e nordeste do Amazonas, noroeste do Pará e Amapá.
Nas demais áreas, os volumes de chuva podem ficar próximos ou abaixo da média histórica, o que pode reduzir os níveis de umidade do solo nos próximos meses, principalmente no sul da região amazônica Na Região Nordeste, há previsão de chuvas acima da média no leste e parte sul do Maranhão e do Piauí.
Para o interior da região, a previsão indica chuvas próximas ou abaixo da média, que podem contribuir para a redução do armazenamento hídrico no solo. Em grande parte das Regiões Centro-Oeste e Sudeste, o modelo do Inmet indica chuvas dentro ou abaixo da média, que podem contribuir para uma maior redução dos níveis de água no solo nos próximos meses.
Em áreas do noroeste do Mato Grosso, centro do Mato Grosso do Sul, sudeste de São Paulo
e litoral do Rio de Janeiro, as chuvas previstas podem ficar acima da média. Na Região Sul, são previstas chuvas dentro ou acima da média, exceto no norte e noroeste do Paraná, bem como no oeste do Rio Grande do Sul, onde as chuvas podem permanecer abaixo da média, podendo afetar os níveis de água no solo nos próximos meses.
Em relação à temperatura média do ar, o modelo indica temperaturas acima da média climatológica em praticamente todo o país, especialmente em áreas do Mato Grosso, sul do Pará, Tocantins, sul do Maranhão e do Piauí, onde os valores médios podem ultrapassar os 26 °C. Já em áreas serranas das Regiões Sul e Sudeste, as temperaturas podem ser inferiores a 16 °C, pois não se descarta a entrada de massas de ar frio, que poderão causar declínio da temperatura mínima e possíveis formações de geadas.
FIGURA 3 – PREVISÃO PROBABILÍSTICA DE PRECIPITAÇÃO PARA O TRIMESTRE MAIO, JUNHO E JULHO DE 2024
Mais detalhes sobre prognóstico e monitoramento climático podem ser vistos na opção CLIMA do menu principal do site do Inmet, clique aqui.
Fonte: Conab
