Nesta semana a Conab divulgou o menor estoque de soja dos últimos 8 anos e absolutamente insuficiente para garantir a moagem e produção de farelo e óleo nos últimos dois meses do ano comercial. Falou-se até que já houve uma importação de uma pequena quantidade da Argentina. È não só possível, como provável. Especialmente no RS, que teve quebra de produção e tem grande demanda.

A primeira pergunta que surge, então, seria: “A quanto chegaria esta soja numa indústria do interior do país?” A T&F Agroeconômica tentou fazer o cálculo detalhado para mostrar aos seus assinantes.

Na tabela ao lado mostramos o passo a passo dos custos, que é muito semelhante ao de trigo, algo usual. O prêmio foi extraído do relatório diário da Corretora Kimei da última quinta-feira, porque hoje foi feriado na Argentina. Por não haver demanda regular, está muito baixo, menos da metade do prêmio da soja nos portos brasileiros. Mesmo assim, o preço da soja argentina posto numa indústria esmagadora brasileira no interior do país custaria algo ao redor de R$ 128,54/saca, cerca de 12,26% acima do preço de R$ 114,50/saca negociado nesta sexta-feira em Passo Fundo, por exemplo.

Acompanhamento da tendência: o que fazer com o que resta da soja da safra velha?

Se você ainda tem soja de safra velha, seus preços estão ainda sendo valorizados. Lembram-se daquela tabela trigonométrica que publicamos há duas semanas com os custos de carregamento da posição de abril de 2020 até março de 2021? Pois é: ela continua acusando que valeu a pena ter guardado um pouco da soja para fechar agora.

Para julho, o preço de abril passado, carregado com os custos de armazenagem e os custos financeiros chegam a R$ 106,09/saca em Passo Fundo, mas, o preço atual está a R$ 114,50, isto é, com um lucro adicional nada desprezível de 7,92%, ou R$ 8,41/saca, devido à falta de matéria prima para as indústrias esmagadoras. O mesmo acontece nos outros estados.



Plante tudo o que puder de safra nova, mas feche já os contratos com o dólar ainda alto

A recomendação dos analistas da T&F continua sendo a mesma: aumente o máximo que puder da área a ser plantada na próxima safra, fechando também logo pelo menos 35% do volume plantado, para aproveitar os bons níveis do dólar que ainda persistem. Veja-se na tabela abaixo, extraída do fechamento da B3 desta sexta-feira: nela a cotação de Maio 21 (K21) caiu de R$ 5,412 para R$ 5,369, mas ainda está muito acima dos R$ 5,20 que os analistas do mercado financeiro esperam que esteja o dólar no final de 2020 e muito mais ainda dos R$ 5,05 que projetam para 2021. O segredo dos lucros de 2021 é a conjugação da continuação da demanda chinesa com dólar alto, mas que tem que ser fechado agora! Se puder feche dólar para 2022 até 2025, porque os especialistas indicam câmbio a R$ 4,80 em 2022 e 2023.

Fonte: T&F Agroeconômica

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