Os preços do óleo de soja subiram no mercado brasileiro em março, impulsionados pela maior demanda doméstica, sobretudo por parte de indústrias do setor alimentício. Representantes destas fábricas mostraram preferência por adquirir volumes para médio prazo, atentos às expectativas de aumento na produção de biodiesel no Brasil.

Ressalta-se que o óleo de soja é a principal matéria-prima na produção de biodiesel no País, representando cerca de 70% do total. Atualmente, a mistura do biodiesel ao óleo diesel é de 14% (B14) no Brasil, mas há um projeto para que chegue a 25%.

Levantamento do Cepea mostra que o preço médio do óleo de soja bruto e degomado negociado na região de São Paulo (com 12% de ICMS incluso) foi de R$ 5.098,00/tonelada em março, 6,3% superior ao de fev/23, mas 13,2% abaixo do de mar/23, em termos reais.

Por outro lado, os preços do farelo de soja estiveram em queda. Para suprir a maior demanda por óleo, o volume de soja esmagado deve crescer, gerando, consequentemente, excedente de oferta de farelo, em um contexto em que a recuperação na oferta da Argentina deve limitar as exportações brasileiras deste derivado. No mercado interno, consumidores nacionais adquiriram apenas pequenos volumes de farelo, na expectativa de melhores oportunidade de negociações nos meses seguintes.

Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, os preços do farelo caíram 5,3% entre fevereiro e março e 25,3% comparando-se a mar/23, em termos reais. Com base nos preços da soja, do óleo e do farelo negociados no estado de São Paulo, o “crush margin” das indústrias brasileiras caiu 17,78% de fevereiro para março, calculado pelo Cepea em R$ 462,41/t no último mês. Vale ressaltar que a participação do óleo de soja na margem da indústria foi de 37,5% no último dia útil de março, a maior desde 1º de dezembro de 2022.

SOJA EM GRÃO 

Diante da firme demanda por óleo de soja, representantes de indústrias nacionais buscaram aumentar as aquisições do grão com recebimento imediato, no intuito de garantir parte do estoque. Além disso, esses demandantes estiveram atentos às incertezas sobre a produção da oleaginosa, tendo em vista a produtividade irregular em grande parte dos estados brasileiros.

A demanda externa também esteve aquecida, especialmente na primeira quinzena de março, o que resultou em maior negociação envolvendo a soja, tanto no spot quanto para entregas nos próximos meses. De acordo com a Secex, as exportações brasileiras do grão somaram 22,09 milhões de toneladas no primeiro trimestre, um recorde para o período e 15,7% acima do escoado no mesmo intervalo de 2023.

Em março deste ano, especificamente, foram embarcadas 12,6 milhões de toneladas, quase o dobro (+91%) do volume exportado em fevereiro/24, mas 4,6% abaixo do de março/23. O ritmo acelerado nos três primeiros meses de 2024 reflete as negociações de contratos a termo, realizados ainda em 2023. Embora a quantidade escoada tenha crescido, o valor médio recebido pelas vendas externas de soja no primeiro trimestre deste ano foi de R$ 136,30/sc de 60 kg, a menor para o período desde 2019, em termos reais (a inflação foi calculada através do IGP-DI, de mar/24).

COLHEITA 

Chuvas no Sul e Sudeste brasileiro interromperam pontualmente a colheita de soja no decorrer de março. De acordo com a Conab, 71% da área nacional havia sido colhida até o dia 31, contra 74,5%há um ano. Dentre as regiões, a Companhia aponta que a colheita soma96,2% em Mato Grosso, abaixo dos 99,7% no mesmo período de 2023.

Em Mato Grosso do Sul, as atividades alcançam 94% da área cultivada, 1 ponto percentual abaixo de um ano atrás. Em Goiás, a colheita soma 79% da área, ante os 91% de igual intervalo de 2023. No Sudeste, a colheita em São Paulo alcançou 95% nesta semana, acima dos90% colhidos há um ano. Em Minas Gerais, 71% da área havia sido colhida até o dia 31, inferior aos 79,8% no mesmo período de 2023. Produtores do Paraná já colheram 87% da área cultivada com soja, acimados 79% de um ano atrás.

Em Santa Catarina, 36% da área foi colhida, também acima dos 20% em igual período de 2023. No Rio Grande do Sul, a colheita alcançou 6% até o dia 31, contra os 8% anteriores. Já na Bahia, 50% da área foi colhida, ainda abaixo dos 60% em igual período de 2023. No Piauí, a colheita alcançou 44% da área, contra 70% há um ano.

No Maranhão, 40% da área de soja foi colhida até 31 de março, contra 57%no mesmo período do ano passado. No Tocantins, 76% da área foi colhida,abaixo dos 90% de um ano atrás.

INTERNACIONAL

Nos Estados Unidos, os contratos futuros da soja subiram, refletindo a valorização do óleo de soja, que, por sua vez, se deve à firme demanda do setor de biodiesel. Na CME Group (Bolsa de Chicago), o contrato Maio/24 da soja teve preço médio de US$ 11,7929/bushel (US$26,00/sc de 60 kg) em março, 0,8% acima do de fevereiro, mas 20,8%inferior ao do mesmo período de 2023.

O contrato de mesmo vencimento do óleo de soja subiu 3,4%, entre os dois últimos meses, a US$ 0,4720/lp(US$ 1.040,67/t) em março – em um ano, no entanto, observa-se queda de16,7%. Já o contrato de primeiro vencimento do farelo de soja cedeu 2,2%no mês e 29,1% em um ano, a US$ 336,81/tonelada curta (US$ 371,27/t).

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Fonte: CEPEA



 

FONTE

Autor:AGROMENSAIS DE MARÇO/2024/CEPEA

Site: CEPEA

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