As cotações da soja em Chicago despencaram no final da semana, com o primeiro mês cotado fechando o dia 01/08 no mais baixo nível desde o dia 24/05. O fechamento em questão ficou em US$ 8,47/bushel, contra US$ 8,82 uma semana antes. No ano passado nesta mesma época, o bushel de soja valia US$ 8,86. A média de julho ficou em US$ 8,85, contra US$ 8,89/bushel em junho. Nota-se, portanto, uma estabilização nos preços mundiais da soja, com um viés de baixa no momento.

O recuo nas cotações da oleaginosa no final da semana se deu em função de clima favorável nos EUA e de novas dificuldades nas negociações comerciais entre este país e a China.

O mês de agosto inicia com clima positivo no Meio Oeste estadunidense, dando continuidade ao ocorrido em praticamente todo o mês de julho. Com isso, as condições das lavouras de soja se mantêm normais para os atuais padrões. Até o dia 28/07 as mesmas estavam com 54% entre boas a excelentes, 33% regulares e 13% entre ruins a muito ruins, ficando dentro das expectativas do mercado.

Por outro lado, o governo estadunidense continua pagando subsídios comerciais aos seus agricultores, sendo que uma nova rodada ocorrerá em meados de agosto. Os mesmos variam entre 37 e 371 dólares por hectare, dependendo das perdas ocorridas em cada região produtora. Outras parcelas poderão ser pagas em novembro e janeiro se as disputas comerciais continuarem, especialmente com a China e a Índia. (cf. Safras & Mercado)

Quanto as negociações com a China, não há expectativa de grandes acordos neste momento, apesar da retomada das reuniões entre os dois países, interrompidas desde maio passado. O presidente dos EUA chegou a dizer que as negociações com a China poderiam ficar mais duras caso o país asiático decida esperar o resultado das eleições presidenciais estadunidenses de novembro de 2020.

Pelo sim ou pelo não, o fato é que as compras chinesas continuam fracas. Desde o encontro do G20, em 28/06 passado, apenas 1,02 milhão de toneladas de soja estadunidense foi negociado com a China. Tais embarques, inclusive, estavam parcialmente relacionados a compras chinesas feitas mais cedo no ano.



Por outro lado, as exportações líquidas estadunidenses somaram 223.700 toneladas para o ano 2019/20, ficando abaixo do esperado pelo mercado. Já as inspeções somaram 1,03 milhão de toneladas na semana encerrada em 25/07, acumulando 40,3 milhões de toneladas no ano comercial atual, iniciado em 1º de setembro, contra 52,5 milhões registradas na mesma época do ano anterior.

E no Brasil, os preços da soja continuaram fracos, apesar do câmbio ter favorecido um pouco no final da semana, quando a moeda nacional voltou a bater em R$ 3,80 por dólar. Todavia, os prêmios nos portos continuam recuando, enquanto Chicago também não está favorável.

Assim, a média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 68,79/saco (no ano passado, nesta época, o saco de soja valia R$ 75,84, ou seja, após um ano os produtores gaúchos de soja, em termos médios, estão ganhando R$ 7,05 a menos por saco no balcão). Já os lotes, no mercado gaúcho, fecharam a presente semana em R$ 73,00/saco (um ano atrás os mesmos estavam em R$ 82,50/saco).

Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 71,00 e R$ 73,00 no Paraná; R$ 61,50 e R$ 67,50 no Mato Grosso; R$ 66,50 e R$ 70,00 no Mato Grosso do Sul; R$ 66,00 e R$ 67,00 em Goiás; R$ 77,00 e R$ 78,00 em Santa Catarina; R$ 66,00 em Uruçuí (PI) e R$ 64,00/saco em Pedro Afonso (TO).

Os prêmios oscilaram entre US$ 0,75 e US$ 0,90/bushel nos diferentes portos nacionais. No ano passado nesta época os mesmos ultrapassavam os US$ 2,20/bushel.

As primeiras projeções privadas para a safra brasileira de soja 2019/20 dão conta de uma área a ser semeada em 36,6 milhões de hectares, uma produção final de 123,8 milhões, exportações em 77 milhões de toneladas, e esmagamento interno de 43,8 milhões de toneladas. A produção de farelo somaria 33 milhões de toneladas, sendo que 15,5 milhões seriam exportadas. Já a produção de óleo de soja ficaria em 8,7 milhões de toneladas, sendo 700.000 toneladas exportadas e 3,8 milhões transformadas em biodiesel. (cf. Safras & Mercado)


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CEEMA

Fonte: Informativo CEEMA UNJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1) e de Jaciele Moreira (2).

1 – Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
2-  Analista do Laboratório de Economia da UNIJUI, bacharel em economia pela UNIJUÍ, Tecnóloga em Processos Gerenciais – UNIJUÍ e aluna do MBA – Finanças e Mercados de Capitais – UNIJUÍ e ADM – Administração UNIJUÍ.

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