As cotações do trigo em Chicago subiram bem nesta semana, batendo em novo recorde na comparação com os últimos meses. O primeiro mês cotado atingiu a US$ 5,47/bushel no fechamento desta quinta-feira (27/06), algo que não era visto desde meados de agosto passado, contra US$ 5,26 uma semana antes.

Em boa parte da semana o mercado esteve pressionado pelo clima desfavorável na Europa e na região do Mar Negro, importantes produtoras de trigo. Além disso, chuvas atrasaram a colheita do trigo de inverno nos EUA.

Neste contexto, a colheita do trigo de inverno nos EUA, até o dia 23/06, atingia a 15% da área, contra 34% na média histórica para esta data.

Por outro lado, o mercado igualmente se concentrou nos números que viriam do relatório de plantio do USDA, previsto para o dia 28/06. Com isso, a área total com trigo nos EUA, para 2019, era esperada em 18,5 milhões de hectares, ficando praticamente no nível do indicado em março, quando do anúncio da intenção de plantio.

Em paralelo, as inspeções de exportação de trigo por parte dos EUA, na semana encerrada em 20/06, atingiram a 406.386 toneladas. Já as vendas líquidas ao exterior, na semana encerrada em 13/06, chegaram a 187.600 toneladas, ficando no patamar mínimo esperado pelo mercado.

Dito isso, parte do mercado internacional considera que os preços do trigo em Chicago subiram muito e que uma correção para baixo deva ocorrer nas próximas semanas, já que a oferta global do cereal ainda continua importante.



No Mercosul, a tonelada FOB para exportação subiu de preço, ficando entre US$ 230,00 e US$ 240,00 neste final de junho. Enquanto isso, a safra nova argentina registrou valores nominais de US$ 185,00/tonelada.

Já no Brasil o mercado manteve sua estabilidade, com o balcão gaúcho fechando a semana na média de R$ 40,62/saco, enquanto os lotes se mantiveram em R$ 46,80/saco. No Paraná, o balcão girou entre R$ 45,00 e R$ 46,50/saco, enquanto os lotes se mantiveram entre R$ 54,00 e R$ 54,60/saco. Em Santa Catarina o balcão esteve entre R$ 41,00 e R$ 42,00/saco, enquanto os lotes, na região de Campos Novos, se conservaram ao redor de R$ 50,40/saco.

O mercado interno do trigo segue o desenvolvimento do plantio, sendo que no Rio Grande do Sul o mesmo termina o mês de junho se aproximando de 70% da área esperada. Neste contexto, o atraso existente estaria recuperado. Já no Paraná o plantio, atrapalhado pelas chuvas mais recentes, chegava a 91% da área esperada, sendo que 95% das lavouras locais estão entre boas a excelentes condições.

Os preços, por enquanto, se mantêm, mesmo com a expectativa de um volume maior a ser colhido neste ano, assim como uma qualidade superior. Isso porque o câmbio praticado no país, apesar da revalorização recente do Real, ainda torna cara a importação.

Dito isso, há preocupações, especialmente no Rio Grande do Sul, quanto à qualidade das lavouras já que o frio apenas chegou neste final de semana, após longo período de temperaturas muito altas. Pelo sim ou pelo não, a tendência de preços, por enquanto, é de se manter nos atuais patamares.


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CEEMA

Fonte: Informativo CEEMA UNJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1) e de Jaciele Moreira (2).

1 – Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
2-  Analista do Laboratório de Economia da UNIJUI, bacharel em economia pela UNIJUÍ, Tecnóloga em Processos Gerenciais – UNIJUÍ e aluna do MBA – Finanças e Mercados de Capitais – UNIJUÍ e ADM – Administração UNIJUÍ.

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