Em muitas culturas agrícolas, a adubação de cobertura, a lanço, é uma prática de manejo necessária visando suprir as exigências nutricionais das plantas, através do aporte nutricional. Além disso, em muitas situações, a adubação de cobertura possibilita otimizar outras operações agrícolas como a semeadura, reduzindo a carga de fertilizantes empregada nessa operação.
Sobretudo, alguns cuidados e particularidades devem ser levados em consideração visando a maior eficiência e eficácia da adubação em cobertura, objetivando não só a boa eficiência técnica da operação, como também o melhor aproveitamento dos nutrientes pelas plantas. Uma das características a se avaliar é a mobilidade no nutriente aplicado.
Nutrientes como Potássio (K) e Nitrogênio (N) podem ser aplicados a lanço sem maiores prejuízos á cultura em função da mobilidade deles no solo. Já no caso do Fósforo (P), a adubação em cobertura com esse nutriente não é aconselhada em função da baixa mobilidade do P no solo.
Além desses fatores, deve-se levar em consideração o período em que ocorrerá a aplicação dos fertilizantes. Conforme observado por Baio; Molin; Leal (2012), a altura das plantas é um dos principais fatores que afetam a distribuição transversal dos fertilizantes sólidos, especialmente se tratando da cultura do milho e algodão. Embora com menor expressão, a altura de plantas também afeta a distribuição de fertilizantes na cultura da soja.
Com isso em vista, o posicionamento das aplicações de fertilizantes a lanço, em período recomendado para a cultura, dando preferência por estádios em que as plantas apresentem menor porte é uma estratégia para melhorar a distribuição transversal dos fertilizantes aplicados a lanço.
Embora equipamentos modernos possibilitem uma maior uniformidade de distribuição dos fertilizantes sólidos a nível de campo, vale destacar que a granulometria, bem como uniformidade e tipo de fertilizante também interferem na uniformidade da distribuição transversal. Conforme analisado por Reynaldo et al. (2016), existe variação do perfil de distribuição transversal, para um mesmo equipamento dependendo do tipo de fertilizante empregado.
Os autores observaram que quando comparada a Uréia Nacional (45-00-00) com o fertilizante YaraBela (27-00-00), ambos fontes de Nitrogênio para as culturas agrícolas, o fertilizante YaraBela apresentou maior qualidade no perfil de distribuição, possibilitando o trabalho em maiores faixas (figura 1), fato que demonstra que a qualidade do fertilizante utilizado pode influenciar na uniformidade de aplicação.
Figura 1. Perfil de distribuição transversal obtido com uso de A – Uréia Nacional (45-00-00) e B – YaraBela (27-00-00).
Logo, visando melhorar a uniformidade de distribuição de fertilizantes sólidos em cobertura, além da boa calibragem do distribuidor, deve-se atentar para o momento de aplicação, levando em consideração as exigências da cultura e porte das plantas, bem como para o uso de fertilizantes com boa uniformidade e granulometria.
Veja mais: Potássio – Épocas e formas de aplicação em soja
Referências:
BAIO, F. H. R.; MOLIN, J. P.; LEAL, A. J. F. AVALIAÇÃO COMPARATIVA DA DISTRIBUIÇÃO TRANSVERSAL DE ADUBOS SÓLIDOS APLICADOS EM CULTURAS ANUAIS. Biosci. J., Uberlândia, v. 28, n. 4, p. 527-536, July/Aug. 2012. Disponível em: < https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/09/912875/avaliacao-comparativa-da-distribuicao-transversal-de-adubos-sol_WApwWml.pdf >, acesso em: 15/03/2023.
REYNALDO, E. F. et al. DISTRIBUIÇÃO DE FERTILIZANTES A LANÇO EM FUNÇÃO DA FRAÇÃO GRANULOMÉTRICA. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer – Goiânia, 2016. Disponível em: < https://www.conhecer.org.br/enciclop/2016a/agrarias/distribuicao%20de%20fertilizantes.pdf >, acesso em: 15/03/2023.
Foto de capa: Divulgação Wirstchat
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