A buva é sem dúvida uma das principais ervas daninhas das lavouras de soja da Argentina, a planta já apresentou resistência ao glifosato, há mais de 5 anos, e esta presente em todas as áreas de produção da Argentina, mais recentemente em 2019 foi confirmado em um biótipo no sul de Santa Fé a resistência aos inibidores de ALS, problema esse que preocupa e esta em constante expansão nas áreas de produção do país.

A resistência aos herbicidas inibidores da ALS é muito preocupante visto que estes ativos são amplamente utilizados para o controle de pousios de inverno, e em cereais como o trigo e cevada.

Além dessas resistências já confirmadas, em 2019, o REM emitiu um alerta amarelo de resistência múltipla ao glifosato, ALS, hormonais (2,4 D) e PPO (saflufenacil), este último ativo amplamente utilizado para controle desta erva daninha.

Por tudo isso, em Los Surgentes, no campo do Eng. Pellizon, o REM em conjunto com a Aapresid Regional Los Surgentes – Inriville, instalou um experimento para avaliar o controle dos principais ativos que estão atualmente disponíveis para controlar a buva.

O especialista Eduardo Cortés, afirmou que “pensando no futuro, a Buva vai dar o que falar, devido as diversas resistências, hoje esta planta daninhas é muito problemática na maioria das áreas, e tem dois ou três ativos que funcionam bem antes do plantio da soja, se estes mecanismos forem perdidos, será complicado produzir ”

Saber quando as ervas daninhas nascem é a chave para o planejamento de uma estratégia de manejo. Em termos gerais, a buva apresenta uma emergência prolongada, com um pico acentuado no outono e um menor, mas também considerável, na primavera. Sabe-se que isso varia de ano para ano, de acordo com as regiões, safra antecessora, nível de cobertura, entre outros aspectos, portanto, o monitoramento continua sendo uma prática indiscutível para o gerenciamento talhão a talhão.

 Avaliando tratamentos químicos: Glifosato, hormonais, triazinas, ALS e PPO.

A demonstração foi colocada em campo pela Consultora More Hectares e seu conjunto foi diagramado em blocos de 3 repetições aleatórias (Tabela 1). A avaliação do herbicida foi estabelecida aos 10, 21 e 28 dias após a aplicação (dda), todas analisadas na estratégia de uma aplicação apenas  (gráfico 1).

Ao avaliar os tratamentos, os pesquisadores concluíram que:

  • Nos primeiros tratamentos, onde o glifosato era o único princípio ativo, pode-se verificar que quando as doses são aumentadas, os controles são maiores (tratamentos 4 e 5). Por isso, a adição de glifosato nas misturas sempre contribui para o controle, uma vez que ainda existem indivíduos suscetíveis em todas as populações.
  • Perda de sensibilidade para 2,4 D e ALS é observada. Evidenciam em campo uma diminuição do controle com as doses avaliadas, o que antes nos permitia controle total.
  • Ingredientes ativos como as triazinas (atrazina) contribuem muito para o controle dessa erva daninha, sua inclusão na mistura de glifosato e  produtos hormonais (2,4 D) faz com que chegue a 87% de controle aos 21 dda. Esta é uma alternativa muito boa para pousios curtos.
  • A adição de ALS (Diclosulam) não apresentou controle total como acontecia há algum tempo atrás, antes de se tornar mais evidente a resistência a esses ativos. Isso se torna mais evidente em ervas daninhas maiores (mais de 20 cm de altura), as plantas menores são controladas mais facilmente.
  • Em relação aos PPOs, destaca-se o controle do Saflufenacil. Este é o ativo que mostrou a maior eficácia (97% aos 10 dias). Existe um alerta amarelo REM em vigor para este grupo de herbicidas, o que sugere que em campanhas futuras, se a resistência for confirmada e os biótipos se expandirem, poderemos ver diminuições nas porcentagens de controle.
  • A combinação em uma única aplicação de glifosato, hormônios, ALS e PPO é o único tratamento que atingiu o controle total aos 28 dias. O que precisa ser avaliado neste caso é a quantidade de ativos que está sendo usada para uma única erva daninha alvo.
  • A buva tem muita sensibilidade ao sombreamento, isso ajuda inibir a germinação. Aí reside a importância de se conseguir uma boa implantação das lavouras de inverno, seja para renda ou para prestação de serviços.
  • Neste caso, não foram realizados tratamentos de “golpe duplo” ou como chamamos no brasil, aplicações sequenciais. No entanto, os especialistas classificaram essa estratégia como essencial para o controle da buva na primavera. Porque se com um único tratamento não conseguirmos o controle total da população, os indivíduos que ficarem serão mais difíceis de controlar posteriormente.


Fonte: Aapresid REM

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