A colheita do arroz avançou muito pouco após um novo período marcado por dias chuvosos, havendo ainda algumas lavouras em condição de alagamento devido à cheia dos cursos d’água. Estima-se que a área colhida alcançou 86%.
Parte da produção de arroz é armazenada em silos nas propriedades. Em alguns casos, a enchente inundou a parte inferior de muitos desses silos, ocasionando perdas elevadas pela falta de energia elétrica para a ventilação da massa de grãos e pela impossibilidade de transporte do produto por causa de danos nas estradas. Até o momento, não há uma estimativa precisa do número de silos inundados pelas águas.
Tem-se observado um movimento de elevação dos preços nas últimas semanas e, em razão dos danos ocasionados pelas intensas chuvas, há certa preocupação em relação à produção de arroz e seus potenciais impactos na oferta do grão para o abastecimento do mercado interno.
A área cultivada no Estado está estimada em 900.203 hectares, conforme o Instituto Rio Grandense do Arroz(IRGA). A produtividade inicialmente estimada em 8.325 kg/ha poderá ser reduzida após a quantificação das perdas.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, estima-se que ainda restem aproximadamente 36 mil hectares para a colheita na Fronteira Oeste e na Campanha, o que representa cerca de 10% da área cultivada. Em São Borja, restam pouco mais de 3 mil hectares a serem colhidos e, nas áreas submersas, prevê-se perda total em função do acamamento das plantas, as quais ficam cobertas de lodo, assim que as águas baixam.
Em Dom Pedrito, há pouco mais de mil hectares ainda por colher, e as perdas estão estimadas em 50%. Em São Gabriel, em torno de 6 mil hectares ainda necessitam ser colhidos, e as perdas devem chegar a cerca de 30%. As chuvas, com volumes próximos de 400 mm nas últimas três semanas, atrasaram significativamente a colheita. Os rizicultores relatam que a água está demorando consideravelmente para escoar das lavouras. Durante algumas poucas oportunidades de colheita realizadas no período, foram observados grãos com umidade superior a 26% e produtividades muito baixas, além de problemas relacionados ao escurecimento dos grãos.
Em Manoel Viana, os 500 hectares restantes para a colheita foram perdidos em função dos alagamentos causados pela cheia do Rio Ibicuí. A falta de energia, por mais de uma semana, em algumas localidades do município de Bagé, está afetando diretamente os produtores que possuem silos, comprometendo a ventilação do arroz para redução da umidade. Nesses casos, o investimento em geradores torna-se imperativo para evitar a perda do valor comercial da produção armazenada, pois a qualidade do grão está intimamente relacionada à eficiência no processo inicial de secagem e na subsequente manutenção da umidade em níveis baixos.
Na de Pelotas, as atividades de colheita permaneceram interrompidas desde as chuvas ocorridas em 26/04. Durante o período de 05 a 12/05, as chuvas foram frequentes, com volumes significativos em todos os municípios da região. Até o momento, não foram relatadas inundações nas sedes das unidades de secagem e armazenagem do arroz. As lavouras que ainda não foram colhidas (7%) encontram-se maduras e prontas para a colheita. Foram colhidos 93%.
Na de Santa Maria, antes das enchentes, mais de 80% da cultura havia sido colhida. Porém, muitas lavouras foram perdidas e sofreram danos nos taludes e bombas devido à torrente dos cursos d’água. Após as chuvas, é possível que haja redução na produtividade para 7.314 kg/ha, o que representa perda aproximada de 6% em relação à expectativa inicial. A área cultivada está estimada em 132.688 hectares.
Na de Soledade, a estimativa atual aponta que aproximadamente 65% foram colhidos. Em Rio Pardo, os levantamentos realizados durante o período indicam que em torno de 65% já haviam sido colhidos antes das enchentes; a produtividade e a qualidade do grão estão dentro dos padrões normais. Contudo, cerca de 35% da área foi totalmente ou parcialmente inundada, atingindo 1.920 hectares com perdas totais e 500 hectares com perdas parciais.
Em Pantano Grande, foram colhidos em torno de 85%. Em Venâncio Aires, esse percentual foi de 90%. Em Candelária, 60% haviam sido colhidos.
Comercialização (saca de 50 quilos)
Conforme o levantamento semanal de preços realizados pela Emater/RS-Ascar, no Estado, a saca de arroz apresentou elevação de 2,4%, passando de R$ 105,32 para R$ 107,90.
Fonte: Emater/RS