A semeadura da soja é um dos momentos responsáveis pela determinação de componentes de produtividade, resultando em boas ou más produtividades ou até mesmo inviabilizando o cultivo em casos de baixo estande de plantas sendo necessária a ressemeadura da cultura.
Para dar início ao processo germinativo a semente de soja necessita de condições adequadas de umidade e temperatura. Segundo dados da Embrapa, a semeadura da soja não deve ser realizada em condições de temperatura do solo inferiores a 20°C, sendo considerada a faixa de temperatura do solo ideal para a germinação da soja entre 20 e 30°C.
Avaliando diferentes temperaturas durante o teste de germinação de sementes de soja, Arndt et al. (2018) observaram que a temperatura que promoveu melhor germinação de sementes de soja foi 25°C, corroborando as informações da Embrapa.
Contudo, a busca pelo período ideal de semeadura, coincidindo a maior disponibilidade de radiação solar com os períodos de maior requerimento de fotoassimilados pela cultura da soja e aliados as recomendações do zoneamento de risco climático tornam o período recomendado para a semeadura da soja nem sempre os mais adequados quanto a condições de temperatura do solo e umidade do solo, especialmente para a região Sul do Brasil. Além disso, a incidência de frentes frias podem comprometer a germinação da soja resultando em baixos estandes de plantas e consequentemente comprometendo o sucesso produtivo da cultura.
Em vídeo o Professor Marcelo Madalosso destaca alguns efeitos resultantes da semeadura da soja em condições de baixas temperatura e elevada umidade do solo. Marcelo comenta que a busca pela antecipação da semeadura da cultura nem sempre é uma alternativa de bons resultados, podendo ser benéfica ou prejudicial dependendo das condições de temperatura e umidade presentes na semeadura da cultura.
Madalosso destaca que pela capacidade absortiva da semente, em solos com elevada umidade, a diferença de potencial matricial força e entrada de água no interior da semente, causando um desbalanço nos níveis de oxigênio no seu metabolismo ocasionando sua morte. Aliado a isso, baixas temperaturas tendem a reduzir a atividade metabólica da semente, retardando seu processo germinativo, o que implicar num maior tempo para que ocorra a germinação das sementes e consequentemente maior tempo de exposição a patógenos.
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E elevada umidade no interior das sementes de soja, aliada a baixa velocidade metabólica e ao maior período de exposição a patógenos é um conjunto de fatores potencialmente prejudiciais para a cultura e que podem implicar na baixa germinação de plantas e redução do estande, podendo tornar necessária a ressemeadura da cultura e resultando no aumento dos custos de produção.
Veja também: Germinação de sementes de soja sob baixa temperatura e sua relação com a semeadura antecipada
Sendo assim, Madalosso enfatiza que é necessário avaliar com cautela as condições de umidade e temperatura do solo, dando atenção especial para as condições climáticas e estabelecendo com clareza os critérios necessários para a definição do momento de semeadura.
Confira o abaixo com as dicas do professor Marcelo Madalosso.
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Referências:
AGÊNCIA EMBRAPA DE INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA. ARVORE DO CONHECIMENTO, SOJA: TEMPERATURA. Embrapa, disponível em: <https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/soja/arvore/CONT000fzr67cri02wx5ok0cpoo6aeh331my.html#:~:text=A%20soja%20se%20adapta%20melhor,emerg%C3%AAncia%20da%20planta%20ficam%20comprometidas.>, acesso em: 01/10/2020.
ARNDT, J. R. et al. DIFERENTES TEMPERATURAS DURANTE O TESTE DE GERMINAÇÃO PARA SEMENTES DE SOJA. Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia, CONTECC, 2018.
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