A buva (Conyza spp.) pode ser considerada uma das mais complexas e tradicionais plantas daninhas nas lavouras brasileiras. A planta esta presente em praticamente todo o território nacional, interferindo na produtividade de diversas culturas agrícolas através da matocompetição.
Os danos variam em função da cultura afetada, estádio de desenvolvimento da lavoura e densidade populacional das plantas daninhas. Para a soja, resultados de pesquisa demonstram que apenas uma planta de buva por metro quadrado é capaz de reduzir a produtividade em até 14% (figura 1).
Figura 1. Interferência da buva sobre a produtividade da soja.
As principais espécies do gênero Conyza de importância agrícolas são as espécies Conyza bonariensis, Conyza canadensis e Conyza sumatrensis. Embora haja diferenças fisiológicas entre elas, a diferenciação das espécies é difícil a nível de campo, o que dificulta muitas vezes o posicionamento de práticas de manejo, tendo em vista que algumas dessas espécies apresentam resistência simples ou múltipla a determinados herbicidas.
Veja mais: Quais as principais diferenças entre as espécies de buva?
Além disso, a maioria das espécies apresentam ampla adaptabilidade e sua dispersão ocorre exclusivamente por meio de sementes presentes no fruto do tipo aquênio, uma planta pode produzir um impressionante número de sementes, variando de 100 a 200 mil, chegando até mesmo a ultrapassar 300 mil (HRAC-Brasil, 2021).
O professor e pesquisador Alfredo Albrecht destaca que, a nível de campo, pode haver mais variação entre plantas da mesma espécie de buva, do que entre espécies, fato que prejudica a identificação das espécies na lavoura. Sobretudo, vale destacar que visando o controle eficiente dessa planta daninha, deve-se adoptar estratégias que permitam reduzir os fluxos de emergência ao longo do ciclo da soja, tais como o emprego de herbicidas pré-emergentes, a boa cobertura do solo com palhada e o controle químico dessa planta daninha nos estádios iniciais do seu desenvolvimento.
Avaliando o desempenho de herbicidas no controle da buva em diferentes estaturas, Schneider; Rizzardi; Bianchi (2019), observaram que, plantas de buva com no máximo 5 cm e de 6 cm e 15 cm são eficientemente controladas com os herbicidas glifosato + saflufenacil, diquate e amônio glufosinato. Plantas de buva entre 16 cm e 25 cm são controladas com a aplicação de amônio glufosinato. No geral, assume-se que estádio ideal para realizar o manejo químico desta planta daninha é de até seis folhas.
Confira o que o professor e pesquisador Alfredo Albrecht tem a dizer sobre o manejo da buva.
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Referências:
HRAC-BR. Conyza spp. (BUVA): CONHEÇA AS CARACTERÍSTICAS DA PLANTA DANINHA. Comitê de Ação a Resistência aos Herbicidas, 2021. Disponível em: < https://www.hrac-br.org/post/conyza-spp-buva-conhe%C3%A7a-as-caracter%C3%ADsticas-da-planta-daninha >, acesso em: 29/05/2024.
SCHNEIDER, T.; RIZZARDI, M. A.; BIANCHI, M. A. DESEMPENHO POR ESTATURA: NO CONTROLE QUÍMICO DA BUVA RESISTENTE AO GLIFOSATO, O RESULTADO DA APLICAÇÃO DE HERBICIDAS PODE VARIAR DE ACORDO COM O TAMANHO DA PLANTA DANINHA. Revista Cultivar, 2019. Disponível em: < https://upherb.com.br/ebook/desempenho_por_estatura.pdf >, acesso em: 29/05/2024.