O manejo e controle eficiente de plantas daninhas é fundamental para evitar perdas de produtividade em função da matocompetição. Dentre as principais plantas infestantes da cultura da soja podemos destacar a buva (Conyza sp.), o capim-amargoso (Digitaria insularis) e o caruru (Amaranthus sp.), entre outras. Segundo Gazziero et al. (2010), dependendo da densidade populacional de buva em competição com a soja, perdas de produtividade de até 38% podem ser observadas em soja em comparação a cultura livre da presença da planta daninha.
No caso do capim-amargoso, resultados do Supra Pesquisa demonstram haver redução média de produtividade da soja de 21% sob a densidade populacional de 1 planta m-2. Não menos importante, segundo Gazziero & Silva (2017), dependendo da espécie de caruru e densidade populacional, reduções de produtividade de até 79% podem ser observadas.
Além dessas, outras espécies de plantas daninhas apresentam elevada habilidade competitiva, podendo causar significativa redução da produtividade da soja caso não sejam manejadas adequadamente. Tendo em vista o impacto da matocompetição na soja, medidas eficientes devem ser adotadas para reduzir a incidência de plantas daninhas em lavouras comerciais, evitando maiores perdas produtivas.
Uma dessas medidas é o manejo entressafra de plantas daninhas. Conforme destacado pelo Professor e Pesquisador Alfredo Albrecht, é comum observar aumento dos fluxos de emergência de plantas daninhas no período final do desenvolvimento do milho safrinha (milho segunda safra), em virtude do aumento da incidência de luz no solo. A luz favorece a processo germinativo de sementes fotoblásticas positivas presentes no banco de sementes no solo, dando origem a populações de plantas daninhas.
Como em algumas regiões de cultivo o milho safrinha está inserido no sistema de produção de grãos antecedendo a cultura da soja (figura 1), é fundamental que para evitar a interferência negativa das plantas daninhas no estabelecimento da cultura da soja, o manejo e controle dessas plantas daninhas seja realizado durante o período entressafra, logo após a colheita do milho.
Figura 1. Representação esquemática da sucessão de culturas soja – milho safrinha – soja, realizado em muitas regiões de cultivo.
O controle entressafra de plantas daninhas tem como principal objetivo reduzir a interferência de plantas daninhas no estabelecimento da soja, sendo que uma das principais estratégias para isso é a semeadura “no limpo”. Além da dessecação antecedendo a semeadura da soja, o uso de herbicidas pré-emergentes compreende uma importante ferramenta de manejo.
O controle entressafra de plantas daninhas também atua indiretamente no manejo de pragas e doenças, quebrando o ciclo de patógenos e insetos que necessitam das plantas daninhas como hospedeiras para sobreviver. Logo, pode-se dizer que o controle de plantas daninhas no período entressafra pode ser visto como um investimento na lavoura e não um custo adicional de produção.
Confira o vídeo abaixo com a dicas do Professor e Pesquisador Alfredo Albrecht.
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Referências:
GAZZIERO, D. L. P. et al. INTERFERÊNCIA DA BUVA EM ÁREAS CULTIVADAS COM SOJA. XXVII Congresso Brasileiro da Ciência das Plantas Daninhas, 2010. Disponível em: < https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/bitstream/doc/859013/1/Interferenciabuva.pdf >, acesso em: 28/06/2022.
GAZZIERO, D. L. P.; SILVA, A. F. CARACTERIZAÇÃO E MANEJO DE Amaranthus palmeri. Embrapa, Documentos, n. 384, 2017. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/159778/1/Doc-384-OL.pdf >, acesso em: 28/06/2022.
SANTOS, M. S. PERDAS POR MATOCOMPETIÇÃO EM SOJA: O CASO DA BUVA E DO AMARGOSO. MAIS SOJA, 2020. Disponível em: < https://maissoja.com.br/perdas-por-matocompeticao-em-soja-o-caso-da-buva-e-do-amargoso/ >, acesso em: 28/06/2022.
